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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Styracosaurus

Arte de Brasílio Matsumoto
© Nestlé/6B Estúdio?



Veja quando viveu o Styracosaurus!
© Patrick Król Padilha
Acredito que muitos já conheçam o Styracosaurus, afinal não é nenhum dinossauro "obscuro" não é? Mas nesta postagem quero mostrar a você a história de descobrimento deste animal e dados diversos, para permitir que você saiba tudo sobre este animal.
O primeiro resto fóssil que pode ser identificado como de Styracosaurus foi encontrado no Canadá, na cidade de Alberta, pelo grande paleontólogo Charles M. Sternberg, em um local hoje transformado no Dinosaur Provincial Park, uma espécie de parque para preservação dos fósseis que ali existem e cuja formação rochosa hoje é denominada Dinosaur Park Formation. Os ossos foram estudados pelo também nenomado Lawrence Lambe, que deu nome ao animal, sendo Styracosaurus albertensis o nome escolhido, criando assim um novo gênero do qual aquele exemplar fóssil tornou-se o holótipo, em 1913.


Nome popular: Estiracossauro
Nome Científico: Styracosaurus albertensis;
Significado do Nome: Lagarto Espinhoso ou Lagarto Ouriço
Quando viveu: Período Cretáceo, estágio Campaniano, 75 milhões de anos.
Local: Canadá;
Peso: 2,7 toneladas
Tamanho: 5,5 metros de comprimento e 2 metros de altura
Alimentação: herbívora.

O nome foi criado a partir de palavras do Grego antigo, Styrax = base de lança grega (Lambe achou os espinhos do escudo parecidos com as bases de lanças gregas) e Sauros = réptil/lagarto. Um nome em português, traduzido a partir do nome em inglês (Spiked Lizard), seria 'Lagarto Espinhento", mas a partir do significado do termo Grego originário do nome há fontes indicando o significado "Lagarto que Perfura". Algumas fontes, principalmente sites em português brasileiro exibem o significado "Lagarto Ouriço" que seria até adequado pela aparência dele, mas não de acordo com o nome original, que nada ter a ver com ouriço. Este é o nome do gênero, mas o nome da espécie, que é albertensis, provém do local onde foi achado o dinossauro, ou seja, a cidade de Alberta, por isso o nome significa Réptil Perfurante (ou espinhento) de Alberta.
Realmente o nome faz juz ao animal© Stephen O'connor

Alguns depois, precisamente em 1935, o Royal Ontario Museum enviou uma equipe ao local do achado de Sternberg e a procura foi recompensada com o achado de uma mandíbula inferior e grande parte de um esqueleto, que permitiu estimarem seu tamanho em 5,5 a 5,8 metros de comprimento e cerca de 1,65 metros de altura no topo dos quadris.
Mas o primeiro crânio era estranho, porque no lado esquerdo da gola havia uma deformidade, um espigão ou espinho cobria parcialmente a base do outro ao seu lado e isso intrigou os cientistas, levando-os a imaginar que era resultado de uma fratura que o animal sofreu em vida e que acabou curando-se, mas ficando com um lado do escudo mais curto em aproximadamente 6 centímetros. No entanto não puderam comparar tal parte do escudo com outra, uma vez que a mesma área do lado direito do crânio não havia sido achada ainda.
Em vida os espinhos poderiam quebrar e o escudo também
©
Pixeldust Studios/ National Geographic


Posteriormente outros achados de fósseis deste herbívoro permitiram uma melhor compreensão de como era em vida e a criação de novas espécies dentro do gênero Styracosaurus.

O memorável paleontólogo Barnum Brown juntamente com Erich Maren Schlaikjer estavam trabalhando para o Museu Americano de História Natural de New York em 1915 quando coletaram um esqueleto quase completo de um animal, na formação do Dinosaur Park perto de Steveville na cidade de Alberta, incluindo um crânio parcial, com a incrível sorte de encontrar os ossos articulados, ou seja, um esqueleto "montado" com ossos unidos da mesma forma que eram durante a vida do animal.
Os dois coletores do fóssil compararam o esqueleto com o que havia sido achado por Sternberg e mesmo sabendo que ambos provém da mesma formação geológica e do mesmo lugar, consideraram o novo esqueleto suficientemente diferente, com vértebras caudas menores entre outras características, para ser nomeado como uma espécie nova, por isso o animal recebeu o nome Styracosaurus parksi, em homenagem a William Parks.
Outras diferenças notadas é o fato de a manbíbula do S. parksi ser mais robusta e ter dentes mais curtos, além de o ceratopsiano apresentar uma gola de forma diferente em relação ao holótipo.
Styracosaurus (não sei qual a espécie exata, provavelmente S. albertensis)
© Gabriel Lio
Porém o crânio foi reconstruído com material sintético em boa parte, ou seja, hoje só podemos deduzir a aparência original deste espécime devido à falta de ilustrações dos ossos originais no artigo publicado originalmente em 1937. Atualmente o S. parksi é aceito como um exemplar de S. albertensis, já renomeado para esta espécie. O local de onde foi coletado o S. parksi havia sido perdido, mas em 2006 Darren Tanke do Royal Tyrrell Museum of Paleontology de Drumheller - Alberta encontrou o sítio durante uma busca no verão.
Neste local foram localizados e coletados pedaços de um crânio, que devem ter sido abandonados em 1915 pela equipe de escavação e por isso os pesquisadores acreditam e têm esperança de que encontrarão mais partes fósseis que possam completar o esqueleto, podendo então redescrever o crânio para comparar com o S. albertensis novamente, definindo se o S. parksi é mesmo diferente ou deve continuar como sendo um sinônimo do espécime holótipo.
© Mariana Ruiz Villarreal
Foram coletados diversos crânios parciais deste dino por equipes do Museu Tyrrell e foi encontrado um acúmulo de ossos, formado quando diversos animais morrem no mesmo local ao mesmo tempo, no Dinosaur Provincial Park, mas alguns dizem que estes acúmulos não são só de Estiracossauro, tendo ossos de outros ceratopsídeos ainda não reconhecidos e animais de diferentes grupos em meio aos restos do "Lagarto Espinhento", que incluem núcleos de chifres, mandíbulas e golas.
Mas uma outra espécie foi descrita por Gilmore em 1930, recebendo o nome Styracosaurus ovatus, a partir de fósseis provenientes da Formação Two Medicine em Montana nos Estados Unidos. Mas há pouco material preservado desta espécie, sendo que uma porção de osso parietal do escudo é o melhor resto que sobrou do dinossauro. Tal gola óssea é estranha porque os dois chifres centrais não eram curvados para o lado de fora como no S. albertensis, mas sim virados um para o outro, em direção ao centro do escudo. Ao que parece S. ovatus tinha menos espinhos de cada lado do escudo do que se observa na outra espécie, além de serem mais curtos do que os do S. albertensis, com o maior medindo apenas 29 centímetros.
Esqueleto de Styracosaurus: pode ser um S. ovatus, pois tem chifres mais curtos
© Royal Tyrrell Museum/Julius T. Csotonyi
Ryan, Holmes e Russel fizeram revisões em crânios deste herbívoro e o resultado sugere que o S. ovatus é mesmo diferente do S. albertensis e que estas duas espécies são as atualmente válidas. Outros fósseis foram atribuídos ao gênero Styracosaurus, mas acabaram sendo renomeadas, como é o caso do Styracosaurus sphenocerus, descrito por Edward Drinker Cope em 1890 como uma espécie de Monoclonius e que devido a um chifre nasal fino quebrado em um pedaço de osso nasal foi inserido no gênero Styracosaurus em 1915.
Outra espécie, Styracosaurus maleli não é um Estiracossauro, mas um nome antigo do Einiosaurus, citado informalmente por Stephen e Sylvia Czerkas, dois paleontologistas amadores, em 1990 em uma legenda de um desenho. Ainda há o Styracosaurus borealis, um nome antigo e informal do S. parksi.
O Styracosaurus é um membro da subfamília Centrosaurinae, composta por grandes dinossauros de chifre e gola da América do Norte, caracterizados por um chifre nasal bem proeminente, chifres menores sobre os olhos, com um escudo mais curto e um osso esquamosal (o que forma a gola) mais curto do que qualquer outro grupo ceratopsiano, além de um rosto alto e profundo se comparado com o de outros dinossauros "chifrudos", além de uma projeção da parte de trás da fenestra nasal.
Crânio do Styracosaurus no Museu Americano de História Natural
© Claire Houck

Outros membros do clado são Centrosaurus (que dá nome do grupo), Pachyrhinosaurus, Avaceratops, Einiosaurus, Albertaceratops, Achelousaurus, Brachyceratops e Monoclonius, embora os dois últimos tenham a classificação duvidosa.
Dinossauros Centrossaurídeos
Da esquerda para a direita acima Monoclonius e Pachyrhinosaurus
Da esquerda para a direita abaixo Einiosaurus, Styracosaurus e Centrosaurus
©
Keiji Terakoshi
Estiracossauro (laranja) em comparação a outros ceratopsianos
Triceratops (o maior ao centro), Protoceratops ( de cauda listrada) e Microceratus (menor de todos à frente).
© JimRobins

A classificação taxonômica atual do Estiracossauro de acordo com o DinoData é a seguinte: Ornithischia > Genasauria > Cerapoda > Marginocephalia > Ceratopia > Neoceratopia > Ceratopidae > Centrosaurinae > Styracosaurus
Existe uma grande variação de formas e tamanho entre as espécies e até mesmo entre indivíduos de uma mesma espécie de centrossauríneos, e isso gera muito debate sobre quais gêneros e espécies são válidos, particularmente se Centrosaurus e/ou Monoclonius são gêneros válidos, não diagnosticáveis, ou possivelmente membros de sexo oposto da mesma espécie.
O especialista Peter Dodson encontrou em 1996 muitas diferenças entre o Centrosaurus, Styracosaurus e Monoclonius para afirmar que se tratam de espécies diferentes e merecem gêneros separados e ainda afirmou que o Estiracossauro é mais próximo em parentesco e semelhança com o Centrossauro do que ambos em relação ao Monoclonius.
© Sergio Pérez
Dodson ainda afirma que o Monoclonius nasicornis deve ser na verdade uma fêmea de Styracosaurus. Alguns aceitam essa teoria, outros dizem que não é essa a realidade e chegam até a negar o Monoclonius como um gênero válido.
Em resumo, atualmente existe uma espécie de Styracosaurus válida, a S. albertensis, sendo que os demais nomes estão em desuso porque definiram os fósseis como sendo igual S. albertensis  ou foram transferidos para outro gênero.
S. albertensis = espécie válida (holótipo)
S. ovatus = espécie renomeada para Rubeosaurus
S. parksi > renomeado para S. albertensis

S. borealis > nomeado formalmente como S. parksi > renomeado para S. albertensis

S. sphenocerus > renomeado para S. albertensis

S. maleli > renomeado para Einiosaurus procurvicornis


Mudando de assunto, vamos falar da aparência e do comportamento do Estiracossauro e de suas origens na história evolutiva que nem sempre foi tão clara como agora.
Antes das descobertas de ceratopsídeos primitivos não se sabia de onde vieram os primeiros dinossauros de chifre e gola, mas com o achado do Protoceratops em 1922 as lacunas começaram a ser preenchidas, mesmo que lentamente. Depois de 1990 as coisas melhoraram, com vários achados, incluindo o Zuniceratops, considerado o mais antigo ceratopsídeo com chifres acima dos olhos já descoberto, o Yinlong, o único ceratopsiano que viveu no Jurássico descoberto até hoje.
Protoceratops: um dos ceratopsídeos primitivos
© José Antonio Peñas

Zuniceratops: o mais antigo ceratopsiano conhecido 
a ter chifres sobre os olhos
© Discovery Channel
A partir destas descobertas, pode-se fazer suposições sobre a origem dos Ceratopsianos, onde surgiram e a como se pareciam seus ancestrais, e foi exatamente isso que pesquisadores fizeram, chegando à conclusão de que os dinossauros deste grupo surgiram na Ásia durante o Jurássico e foram evoluindo e se espalhando até chegar à América do Norte, onde finalmente ganharam o aspecto imponente com o surgimento dos chifres e golas grandes, durante o Cretáceo Superior.
A aparência do Estiracossauro era de certa forma imponente e assustadora, pois media por volta de 5,5 metros de comprimento e chegava a pesar 2,7 toneladas, com um enorme crânio massivo, adornado com uma gola repleta de espinhos enormes e com um enorme chifre nasal de 57 centímetros, pouco maior que os da gola, que mediam até 55 centímetros no S. albertensis (o S. ovatus tinha menos espinhos e menores na gola).
Com este aspecto não era difícil espantar predadores
© Dinoraul/Paleoguy/JWK
No entanto alguns pesquisadores afirmam que o chifre nasal poderia ter apenas metade deste tamanho e ser mais arredondado na ponta, pois muitos fósseis estão fragmentados e não permitem um diagnóstico preciso, que foi feito com base em chifres de outros dinossauros semelhantes e em partes de chifres de vários indivíduos de Estiracossauro.
Quando vemos um dino com o "chifrão" no nariz e uma gola em torno do pescoço cheia de espetos grandões já sabemos que é o Estiracossauro, pois estas características são marcantes deste animal, mas nem todos sabem que muitos adornos do seu crânio variam de indivíduo para indivíduo.
Alguns tinham projeções ósseas em forma de gancho e calombos na borda posterior da gola, como tem na do Centrossauro, porém estes do Estiracossauro eram menores, mas outros exemplares da espécie apresentavam adornos menores ou não tinham quase nada além dos chifres grandes.
Alguns, como o espécime holótipo encontrado, tinham um terceiro par de longos espinhos no escudo.
Há outras diferenças de tamanho e quantidade de adornos quando se fala dos espinhos grandes, pois o S. albertensis tinha mais destes no escudo que o S. ovatus e os dois espigões do centro do escudo desta última espécie eram curvados em direção ao centro do escudo e não "para fora" como no exemplar holótipo.
Nos animais sub-adultos nota-se que existem chifres pequeninos em forma de pirâmide logo acima dos olhos, que na vida adulta eram transformados em um caroço. O escudo deste animal tinha grandes fenestras como acontece na maior parte dos animais de seu grupo.
Devido ao corpo do Estiracossauro ser tão robusto lembrando um Rinoceronte, acredita-se que podia dar empurrões poderosos, com os quais talvez lutava contra os outros Estiracossauros, provavelmente em competições por fêmeas ou território.
Com este aspecto não era difícil espantar predadores
© Dinoraul/Paleoguy/JWK
A cauda era relativamente curta e as pernas fortes, com dedos dotados de uma espécie de casco, provavelmente recobertos de queratina. Atualmente temos uma boa ideia de como eram as pernas destes animais, porém por muito tempo houve debate sobre a posição das mesmas no corpo, se mantinham-se abaixo do corpo ou flexionadas ao lado do mesmo como répteis atuais, como por exemplo os crocodilos. Um consenso a que chegaram os paleontólogos é que devem ter ficado com as pernas em uma pose intermediária, com as pernas levemente flexionadas.
Segundo os paleontólogos Gregory Paul e Per Christiansen do Museu Zoológico da Universidade de Copenhague na Dinamarca os ceratopsianos grandes como o Estiracossauro podiam correr mais rápido que um elefante atual e a base para esta hipótese foram pegadas supostamente de ceratopsídeos, que inclusive demonstram que as patas não ficavam flexionadas como nos crocodilos.

Observe os "cascos" nos dedos do Styracosaurus
©
 Noë
O Estiracossauro era herbívoro e provavelmente comia plantas rasteiras porque a posição da cabeça e seu corpo não permitia que andasse em pose bípede. Mas comer plantas mais altas não era um problema para um Estiracossauro, pois ele podia derrubar pequenas árvores e galhos com seu corpo volumoso, usando chifres e o bico para arrancar plantas.
As mandíbulas eram equipadas com este profundo e estreito bico que servia mais para agarrar e arrancar plantas do que para morder. Dentes de Ceratopsianos, incluindo os do Estiracossauro, eram organizados em grupos chamados baterias. Dentes mais antigos e velhos iam sendo empurrados para a parte de cima da bateria até cair, pois eram continuamente repostos por novos dentes que estavam embaixo. Ao contrário dos Hadrossauros, que também tinham baterias de dentes, os ceratopsídeos podiam usar os dentes para moer alimento, mas não para mastigar, mesmo que de forma primitiva, como os Hadrossauros. Alguns cientistas sugerem que dinossauros como o Estiracossauro comiam palmeiras e cicadáceas, enquanto outros sugerem que preferiam samambaias. Dodson propôs que os ceratopsianos do Cretáceo Superior devem ter derrubado angiospermas e então arrancado aos poucos os ramos e folhas do tronco.
Na maioria das vezes, devido ao hábito alimentar herbívoro destes animais, são comparados aos modernos animais que se alimentam de plantas e andam em bandos e por isso atribuem aos dinos o mesmo comportamento social. Às vezes paleontólogos encontram provas de que diversos animais andavam juntos, como trilhas de pegadas ou acúmulos de esqueletos de vários animais iguais em um mesmo local, e o Estiracossauro se enquadra no segundo caso, pois foi achado um destes depósitos no Dinosaur Provincial Park no Canadá.
Talvez estes animais andassem em bando
©
Canadian Museum of Nature
O local do depósito é repleto de sedimentos de diversos rios, sugerindo que o local era um ambiente aquático e que os animais acabaram indo parar ali durante o Cretáceo. Mas muitos paleontólogos acreditam que tantos esqueletos juntos não é resultado de vida em bandos e sim porque no local havia uma fonte de água que atraía animais, que porventura morriam ali, porque o ambiente era sazonal e tinha períodos de seca, que provavelmente fazia todo o rio, lago ou seja lá qual fosse a fonte de água, secar, matando animais mais fracos de sede. Outra hipótese é que devido às diversas correntes de água que ali passavam, corpos eram trazidos pelas águas e acumulavam-se em alguma curva de rio, dando a impressão de que os animais morreram juntos porque viviam juntos.
De qualquer forma, o comportamento social de convívio em bandos é especulativo até que seja encontrado mais material provando tal hábito, mas mesmo assim existem teorias a respeito do convívio social, que era bem útil pois entre outras vantagens, poderiam proteger os outros integrantes da manada de ataques de predadores. Se havia dimorfismo sexual entre os indivíduos não se sabe, mas muitos dizem que sim. O dimorfismo é um conjunto de diferenças entre sexos notáveis visualmente. Nos humanos por exemplo, o homem tem barba, a mulher não tem e isso é uma diferença que é definida pelo sexo do indivíduo.
Quando animais convivem em bandos, muitas vezes apresentam dimorfismo sexual, como chifres maiores, cores mais vibrantes ou tamanho diferenciado, o que geralmente ocorre nos machos que precisam atrair as fêmeas, conquistá-las. Isso pode ter acontecido com o Estiracossauro, mas como não temos provas fósseis, precisamos esperar novas descobertas e contentar-nos com apenas especulações.
Seria o Estiracossauro um ser solitário como retratado nesta imagem?
©
Raúl Martin
O grande chifre nasal e o escudo do Estiracossauro estão entre os adornos mais distintos e facilmente reconhecíveis entre todos os dinossauros. Sua função é objeto de estudo e debates desde a descoberta do primeiro dinossauro de chifres.
No início do século 20, o paleontólogo R. S. Lull propôs que a gola dos ceratopsianos agia como uma base, um local onde se fixavam os músculos das mandíbulas. Ele mais tarde notou que os espinhos do Styracosaurus devem ter dado uma aparência formidável ao animal durante a vida.
Em 1996, Dodson reforçou em parte a ideia de que tais adornos eram apoios para os músculos e criou diagramas detalhados de possíveis organizações de músculos ligados ao escudo de Styracosaurus e Chasmosaurus, mas não registrou a ideia de que os músculos preenchiam completamente as fenestras. No entanto C. A. Forster procurou, mas não encontrou evidências de grandes ligações de músculos nos ossos da gola de ceratopsianos.
Há tempos acredita-se que os ceratopsianos como o Styracosaurus usaram seus chifres e golas na defesa contra predadores grandes de sua época, como o Albertossauro e Daspletossauro.
© Matt FrankBando de Styracosaurus encurralado por terópode (T.rex ou Albertosaurus)
© Joe Tucciarone
Embora cicatrizes, buracos, lesões e outros estragos em golas de ceratopsianos sejam geralmente atribuídas a ferimentos de combates com chifres, um estudo de 2006 não encontrou evidência de que isso realmente ocorresse, pois não há indícios de que chifres causariam este tipo de machucadura, além de que há falta de sinais de infecções ou de que o ferimento se curou, como seria de esperar. Pode ser que tais marcas tenham sido causadas por doenças ósseas desconhecidas ou por má formação mesmo.
O grande escudo do Estiracossauro e seus parentes pode ter sido uma espécie de ilusão ótica contra predadores, servindo para dar a impressão de volume ao corpo ou também pode ter sido um regulador térmico, como as orelhas dos Elefantes modernos. Porém é estranho pensar que há tantas formas e tamanhos diferentes de gola, quando um padrão igual para todos já serviria para regular a temperatura corporal. Essa questão nos faz dar mais crédito à primeira teoria, a de que seria apenas um tipo de chamariz ou adorno visual.
A teoria de que o escudo é um atrativo sexual, uma parte do já mencionado dimorfismo sexual, foi proposta pela primeira vez em 1961 por Davitashvili. Essa teoria ganhou grande aceitação. Evidências de que adornos que chamem a atenção são importantes, tanto para atrair parceiros para acasalar como em outros comportamentos sociais, pode ser visto nos dinossauros de chifre, que tem diversas variações em seus adornos, fazendo cada espécie altamente distintiva, o que é ótimo para se chamar a atenção visualmente.

Devido aos seus incríveis adornos de chifres e gola, o Styracosaurus tornou-se popular e é facilmente reconhecível. Devido ao seu aspecto imponente, inspirou diversos cineastas dos primórdios da cinematografia, por isso desde aquela época já existem representações do bicho na telona.
Entre os filmes, os mais notáveis são "The Son of Kong" (1933), onde um Styracosaurus luta com os heróis do filme, assim como em "The Valley of Gwangi (1969), um Estiracossauro é posto numa luta contra um dinossauro carnívoro.
Já em 1975 no filme "The Land that Time Forgot" dois destes dinos foram bombardeados por um submarino alemão. No filme da Dinossauro da Disney (2000), a personagem Eema é uma velha Styracosaurus, que andava com um Ankylosaurus como animal de estimação, mas também aparecem outros Estiracossauros no filme.
Um Styracosaurus do filme Dinossauro (não é a Eema)
©
Disney
O animal também apareceu no livro Jurassic Park, na lista de dinossauros presentes no parque, embora tenha sido mostrado no filme adaptação. Além disto, apareceu em muitos desenhos e séries, como Power Rangers: Dino Trovão, Dinossauro Rei, Dinozaurs, Dino-Riders, Dinosaucers e Zoids.
Jogos de vídeo-game exibem diversas representações deste ceratopsiano, como os jogos de Jurassic Park, Turok, Zoo Tycoon entre outros.
No Brasil foi retratado no card nº 20 do álbum Dinossauros, da Nestlé, cuja coleção era composta de cartões que vinham dentro da embalagem do Chocolate Surpresa, em 1993, que você pode ver na abertura do post.
Por ser famoso, muitas empresas fabricantes de miniaturas de dinossauros em forma de brinquedos apostaram nesta espécie e realizaram modelos representando-a. Praticamente todas, senão quase todas, as coleções famosas contém um Estiracossauro e dentre tais coleções consigo lembrar da coleção Carnegie, cujo design é definido pela equipe do museu Carnegie de Pittsburg e depois fabricada pela Safari.Ltd, que também tem sua linha Wild Safari, com design da própria Safari e que também tem um Estiracossauro com duas variações de cor. As alemãs Schleich e Bullyland também já fizeram Estiracossauros, assim como a extinta coleção do Museu de Boston, feita pela Battat nos anos 90, raríssima nos dias atuais e que chega a preços altos no mercado de colecionismo de animais pré-históricos. Temos muitos bonecos ainda a mencionar, como o Styracosaurus Waiphoon, o da Salvat, o extremamente detalhado (e caro) Styracosaurus da Dinosaurus, feita pela Sideshow Collectables entre outros mais.
Styracosaurus da linha Dinosauria
© Sideshow Collectables


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