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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cinodonte gaúcho... de novo?

Crânio do Protuberum cabralensis
Esta postagem tem a intenção de informar a vocês, que um Cinodonte, réptil-mamífero do Triássico do Brasil, foi descrito e nomeado oficialmente. Mas calma, não se trata da espécie encontrada ano passado, que pode ser vista aqui, mas sim de outra, encontrada há vários anos. Para conhecer este bicho estranho, acesse a postagem na íntegra e leia tudo.

Esse animal, datado do período Triássico, com aproximadamente 230 milhões de anos, foi nomeado de Protuberum cabralensis, mas pode ser chamado pelo apelido carinhoso de BOLOTUDO!
Sim, os paleontólogos o apelidaram de bolotudo, porque os fósseis indicam que o animal tinha calombos nas costelas e até uma carapaça dura no crânio.
Marina Bento Soares, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirmou que esses calombos poderiam ajudar ao animal na hora de escavar o solo para fazer tocas, ou para proteção mesmo, característica que o torna diferente de muitos outros cinodontes. Marina, juntamente com Cezar Leandro Schultz (UFRGS) e Mírian Reichel, aluna de doutorado na Universidade de Alberta-Canadá, descreveram a espécie formalmente e contam também a história de sua descoberta.
Protuberum cabralensis
© Mírian Reichel
Fósseis deste animal foram encontrados em 1977, apenas algumas costelas e vértebras estavam junto com outros fósseis de répteis diferentes, sendo que a descoberta foi feita pelo padre Daniel Cargnin, um amante da paleontologia que procurava fósseis por diversão, mesmo não trabalhando na área. Só em 1989 é que o padre voltou a encontrar fósseis do mesmo animal, contendo uma esqueleto parcial articulado e um crânio parcial. Este espécime estava no município de Novo Cabrais, por isso o nome da espécie é cabralensis. O fóssil foi armazenado em um museu e permaneceu lá sem ser estudado.
Marina Soares decidiu usar o fóssil como objeto de estudo em seu mestrado, mas teve muito trabalho, pois os fósseis nem sequer haviam sido "limpos", ou seja, separados da rocha. Segundo Marina, o padre e seu irmão eram praticamente paleontólogos amadores e faziam vários achados em suas buscas nos afloramentos rochosos da região. Viviam dando dicas aos paleontólogos, mas infelizmente o padre acabou falecendo ano passado.
Já o apelido de "Bolotudo" foi criado por Reichel, para definir a aparência do animal. Não foram encontradas as patas do animal, mas pela parte mais dura do topo do crânio é possível que o animal fosse escavador. Geralmente as garras do animal indicam se era ou não adaptado para cavar.
Segundo a pesquisadora, o animal chegava a medir aproximadamente 1 metro ou pouco mais, de comprimento, seria herbívoro e provavelmente tinha pêlos.

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