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quarta-feira, 4 de março de 2009

O cérebro + antigo já descoberto

Iniopterygian
© PNAS

Foi descoberto o fóssil mais antigo de um cérebro, ou melhor, tecido cerebral identificável. Sim, pesquisadores gostam de procurar traços de um cérebro em animais extremamente antigos para saber quando os animais evoluíram de seres simplesmente celulares para seres "pensantes". Veja a seguir a história do peixe Iniopterygian.

Encontrado dentro de um espaço oco no crânio de um animal chamado Iniopterygian, um tipo de peixe que teve o fóssil encontrado no Kansas - Estados Unidos. Os pesquisadores responsáveis, americanos e franceses, publicaram a descoberta na revista "Proceedings of the National Academy of Science", como de costume em forma de artigo. Esta descoberta permitirá conhecer mais sobre o desenvolvimento do cérebro em vertebrados e também a evolução dos peixes.
Alan Pradel, do Museu Nacional de História Natural de Paris afirmou que os paleontólogos geralmente estudam as cavidades onde ficava o cérebro do animal, para ter uma ideia de que forma e tamanho eram e assim tentar avaliar sua capacidade de raciocínio. Mas nunca haviam encontrado fóssil que preservasse o tecido mole, a parte que foi o cérebro em si.
Usando técnicas de tomografia, os cientistas do "European Synchrotron Radiation Facility", em Grenoble, na França, criaram um modelo em 3 dimensões (3D) do que seria o cérebro do Iniopterygian encontrado. Ao contrário de animais atuais, o cérebro deste peixe era minúsculo, com apenas alguns milímetros, pois crescia um pouco e parava, enquanto o crânio e corpo do animal cresciam. O cérebro era simétrico e apresentava um grande lóbulo relacionado à visão e uma pequena secção destinada à audição, que era disposta em um plano horizontal, o que dá a entender que somente detectava movimentos laterais, mas não verticais.

Modelo em 3D do cérebro do peixe
© PNAS/Philippe Janvier
 

O Iniopterygian é um precursor das atuais quimeras, que por sua vez, são "parentes" dos tubarões e das arraias. No início da era Paleozóica, o peixe já tinha uma série de "equipamentos" para sobreviver, como um crânio bem grande com dentes dispostos em fileiras, uma cauda com uma clava, e enormes nadadeiras peitorais com espinhos ou ganchos em suas pontas. Com todos estes aparatos o animal não passava de 15 cm de comprimento. Em sua opinião, John Maisey, curador de paleontologia do Museu Americano de História Natural, em Nova York, e também autor do artigo, diz que o peixe é muito bizarro, nunca foi encontrado nada parecido com ele anteriormente. A partir de agora a busca por cérebros fossilizados será mais valorizada e com novas possíveis descobertas poderemos aprender bem mais sobre os animais, a evolução do cérebro, o que permitirá também entender a evolução humana, além claro de todos os vertebrados.

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