Neste ano estamos nos surpreendendo com descobertas incríveis e novos métodos de análise que permitem saber como era um animal extinto. Antes imaginava-se que não poderíamos saber com certeza a cor de um dino, mas hoje podemos, como publiquei aqui no blog. Até pouco tempo pensávamos que o material orgânico original dos fósseis era todo substituído na fossilização, mas uma notícia este ano provou o oposto, como mostrei aqui. Hoje me deparei com a notícia de que pesquisadores agora já encontraram um modo de saber a temperatura corporal de um bicho extinto! Veja mais sobre esta intrigante pesquisa no resto da postagem.
Não, com certeza ninguém vai botar um termômetro nos fósseis e esperar que funcione! Olhar o fóssil também pouco ajuda. Mas uma análise na química dos restos pode funcionar dizem os cientistas. Segundo eles, poderão calcular a temperatura corporal dos bichos com base em isótopos radioativos de carbono 13 e de oxigênio 18, que indicam um metabolismo de sangue quente ou sangue frio.
Funciona da seguinte maneira: os animais que têm sangue quente acumulam menos quantidade de carbono 13 e oxigênio 18, enquanto que os de corpo mais frio apresentam maior quantia destes elementos.
O pesquisador responsável pela pesquisa, Robert Eagle, do Caltech, afirmou à AFP que medindo a quantia destes isótopos poderão saber como era o metabolismo do animal em vida. Segundo afirmou o especialista, tais isótopos ficam no material que forma dentes, ossos e casca de ovos, ao que me parece, tudo o que tem cálcio. Fósseis são praticamente ossos e rocha, por isso podem ser analisados para medir os isótopos. Se um fóssil apresenta poucos isótopos, provavelmente o animal em vida era mais quente, se o fóssil tem muitos isótopos dos elementos citados, o bicho era mais frio.
Eagle afirma que o sangue gera a matéria prima para a formação dos ossos e durante essa formação estes elementos fixam-se no dente, osso etc; com tamanha aderência que acaba deixando vestígios capazes de resistir milhões de anos. O laboratório no qual testaram o material, laboratório John Eiler, no Caltech, "estabeleceu a relação precisa entre a taxa de aglomeração daqueles dois isótopos e a temperatura". A partir disto foi possível definir que animais tinham corpo mais aquecido e quais tinham corpo com temperaturas mais baixas.
Para garantir que não haveriam erros nas medidas, os dados de quantidades de isótopos foram convertidos em medidas de temperatura e testes foram feitos em animais vivos ainda hoje. A margem de erro observada é de cerca de 1 grau, ou seja, uma porcentagem de acerto excelente.
Mamutes foram submetidos ao teste e a temperatura média do corpo deles foi calculada como sendo de 37 a 38 graus.
Dentes de dinossauro, cascas de ovos e outros fósseis já estão sendo submetidos ao teste e em breve devemos ter notícias sobre a temperatura corporal destes animais extintos que há tanto tempo confundem os cientistas: afinal, dinos tinham sangue quente ou frio?
Fonte
Não, com certeza ninguém vai botar um termômetro nos fósseis e esperar que funcione! Olhar o fóssil também pouco ajuda. Mas uma análise na química dos restos pode funcionar dizem os cientistas. Segundo eles, poderão calcular a temperatura corporal dos bichos com base em isótopos radioativos de carbono 13 e de oxigênio 18, que indicam um metabolismo de sangue quente ou sangue frio.
Funciona da seguinte maneira: os animais que têm sangue quente acumulam menos quantidade de carbono 13 e oxigênio 18, enquanto que os de corpo mais frio apresentam maior quantia destes elementos.
O pesquisador responsável pela pesquisa, Robert Eagle, do Caltech, afirmou à AFP que medindo a quantia destes isótopos poderão saber como era o metabolismo do animal em vida. Segundo afirmou o especialista, tais isótopos ficam no material que forma dentes, ossos e casca de ovos, ao que me parece, tudo o que tem cálcio. Fósseis são praticamente ossos e rocha, por isso podem ser analisados para medir os isótopos. Se um fóssil apresenta poucos isótopos, provavelmente o animal em vida era mais quente, se o fóssil tem muitos isótopos dos elementos citados, o bicho era mais frio.
Eagle afirma que o sangue gera a matéria prima para a formação dos ossos e durante essa formação estes elementos fixam-se no dente, osso etc; com tamanha aderência que acaba deixando vestígios capazes de resistir milhões de anos. O laboratório no qual testaram o material, laboratório John Eiler, no Caltech, "estabeleceu a relação precisa entre a taxa de aglomeração daqueles dois isótopos e a temperatura". A partir disto foi possível definir que animais tinham corpo mais aquecido e quais tinham corpo com temperaturas mais baixas.
Para garantir que não haveriam erros nas medidas, os dados de quantidades de isótopos foram convertidos em medidas de temperatura e testes foram feitos em animais vivos ainda hoje. A margem de erro observada é de cerca de 1 grau, ou seja, uma porcentagem de acerto excelente.
Mamutes foram submetidos ao teste e a temperatura média do corpo deles foi calculada como sendo de 37 a 38 graus.
Dentes de dinossauro, cascas de ovos e outros fósseis já estão sendo submetidos ao teste e em breve devemos ter notícias sobre a temperatura corporal destes animais extintos que há tanto tempo confundem os cientistas: afinal, dinos tinham sangue quente ou frio?
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1 comentários :
O trabalho é interessante, embora ao contrário do que está sendo veiculado pelas agências de notícia, não seja de fato uma novidade. Artigos do final da década de 90 já demonstraram o potencial da análise de isótopos de oxigênio dos ossos a fim de determinar a temperatura corpórea de espécies extintas - além de uma série de outras informações, como o tipo de alimentação, nível de atividade, etc. Um artigo bem interessante, de 1999, analisou essa questão a partir de fósseis de Giganotosaurus. Foi possível calcular, a partir de diferentes partes do esqueleto, a temperatura aproximada em diversas partes do corpo do bicho. O mesmo já havia sido feito antes, em 1994, pela mesma equipe, com o Tyrannosaurus.
Segue link para o pdf de 1999, que está disponível na íntegra: http://palaeo-electronica.org/1999_2/gigan/text.pdf
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