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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Conheça o verdadeiro Leviathan

Leviathan atacando uma baleia
© C. Letenneur (MNHN)

Com certeza o tubarão Megalodon não foi o único super predador pré-histórico dos mares depois da extinção dos grandes répteis marinhos da Era Mesozóica. Agora os cientistas apresentam um novo animal que era muito imponente, com certeza um predador que impunha respeito a qualquer presa. Este é o verdadeiro monstro marinho Leviathan, um novo gênero e espécie de Cachalote descoberto num deserto do Peru. Para ver mais dados sobre o novo animal, acesse o resto da matéria.

O fóssil do mamífero tem idade aproximada de 12 – 13 milhões de anos, pertence a um novo gênero, até agora desconhecido, mas que com esta descoberta veio a conhecimento dos cientistas. O animal foi nomeado como Leviathan melvillei e a julgar pela sua anatomia, comia outras baleias menores.
Um grupo de pesquisadores recuperou 75% dos ossos do crânio, bem completo, incluindo fragmentos de ambas as mandíbulas e muitos dentes. Com base no tamanho do crânio que é bem grandão, medindo uns 3 metros de comprimento, a estimativa inicial do corpo inteiro do Leviathan é de 13,5 a 17,5 metros de comprimento, o que está dentro do tamanho médio dos machos Cachalote atuais, da espécie Physeter macrocephalus.. Os maiores dentes encontrados medem até 36 centímetros de comprimento, quase 10 centímetros mais compridos que os maiores dentes de cachalote de que se tem notícia.

Três dentes inferiores (a,b,c) do L. melvillei, dente da atual Physeter macrocephalus (d) e de uma Orca (e)
© G. Bianucci/O. Lambert/P. Loubry

Os Cachalotes modernas não tem dentes funcionais nas mandíbulas superiores e alimentam-se por sucção, mergulhando bem fundo para caçar lulas. O Leviatã por sua vez tinha dentes mássicos em ambas as mandíbulas, superiores e inferiores, e um crânio que suportava grandes músculos das mandíbulas. Dessa maneira, o Leviatã deve ter caçado de forma mais ativa, mordendo e arrancando pedaços das presas com os grandes dentes. O pesquisador e co-autor do estudo Klaas Post, do Museu de História Natural de Roterdam, na Holanda, acabou dando de cara com o fóssil em novembro de 2008 durante o último dia de um trabalho de campo no Cerro Colorado, que fica no Deserto Pisco-Ica, na costa sul do Peru, uma área agora sobre o nível do mar devido à atividade das placas tectônicas. Os fósseis foram preparados em Lima, onde devem permanecer.

O nome dado à criatura combina a palavra proveniente do Hebreu “Livyatan”, que se refere a grandes monstros marinhos mitológicos, com o nome do escritor estadunidense Herman Melville, que escreveu Moby Dick, um livro em que um marinheiro caça de forma obcecada uma monstruosa e mítica Cachalote branca. O autor da pesquisa, Oliver Lambert, do Museu de História Natural de Paris, disse que a obra é “um dos meus livros preferidos sobre o mar”. O autor pensa que o Leviathan, como o enorme tubarão gigante extinto Megalodon, caçava baleias de porte média, que variavam entre 7 e 10 metros de comprimento, menores que as Baleias Jubarte de hoje e mais diversificadas naquela época.

Os autores especulam que o Leviathan foi extinto devido às mudanças ambientais no seu ecossistema. “ Os Predadores supremos são bem sensíveis a mudanças nas suas presas”, diz Lambert. Mudanças no número, diversidade ou tamanho de baleias menores, assim como esfriamento do clima que ocorreu por volta do tempo em que o Leviathan viveu, poderiam ter causado grandes impactos. Os primos ainda vivos da enorme baleia – as baleias Cachalote, Cachalote-anão e Cachalote- pigmeu, são especializadas em caçar a grandes profundidades, capturando lulas, animais que vivem em um nicho diferente do Leviathan, que devia manter-se mais à superfície. De acordo com o paleontólogo de vertebrados Lawrence Barnes do Museu de História Natural de Los Angeles, essa descoberta demonstra que aos cetáceos cachalotes eram muito mais diversos no passado, sendo as cachalotes modernas já citadas “as únicas sobreviventes de um grande ramo evolucionário de baleias antigas”.

Todos os Cachalotes têm uma cabeça, uma “testa” grande para abrigar seu órgão de espermacete, uma substância sebosa que recebeu esse nome pela semelhança com o esperma. Ali existe uma série de reservatórios de óleo e cera suportados por grandes camadas de tecido conjuntivo. Os cientistas supõem há muito tempo que esse órgão ajuda os cachalotes a mergulhar bem fundo para comer.
A ponta curvada do focinho do Leviatã sugere que ele também tinha o órgão de espermaceti, mas que no entanto não usava para mergulhar fundo para caçar. Os cientistas especulam que, se o Leviathan caçou baleias menores próximo da superfície, o grande órgão de espermacete já existia antes mesmo de os cachalotes se especializarem na caça a grandes profundidades.
Crânio reconstruído do Leviathan - partes em cinza estão faltando
© G. Bianucci



Sendo assim, o órgão deve ter tido outras funções, como eco localização, para emitir sons em geral ou talvez para que o animal batesse cabeça contra cabeça em competições. Segundo David Carrier, da Universidade de Utah em Salt Lake City, que é especialista em morfologia evolucionária, “o órgão de espermacete poderia ser usado como arma para machucar o oponente durante combates pelo direito de acasalar”. Ele ainda afirma que pelo menos dois navios baleeiros do século dezenove foram afundados quando cachalotes enfurecidos atacaram o casco da embarcação pelos lados usando a testa. Além disso, talvez o Leviathan usasse a cabeça para acertar presas grandes e matá-las, ou pelo menos deixar o animal desnorteado.

Fonte

2 comentários :

Latinium disse...

Considero impressionante o número diversificado de baleias pré-históricas que estão sendo descobertos em nosso planeta, assim como o estudo mais aprofundado dado pelos Paleontólogos e especialistas na área para estes animais.
A descoberta dos ossos deste Leviathan é o primeiro e espero que descubram mais outros para melhorar o nosso conhecimento deles.
Legal Patrick, mais um para nossa Admiração e Alegria.

Gilberto

Leonard disse...

Nossa !se esse animal estivesse vivo hoje em dia iriamos ter um motivo real para nao entrar em aguas profundas !