Fóssil do crânio do Guidraco
Paleontólogos no nordeste da China descobriram um crânio repleto de dentes logos e entrelaçados, pertencentes a um réptil voador de 120 milhões de anos até então desconhecido. Nomeado Guidraco venator, que foi baseado no Chinês e Latim, significando "Dragão Fantasma Caçador", o pterossauro carnívoro tinha uma envergadura de aproximadamente 4 metros de uma ponta da asa à outra. Um amontoado de dentes pontudos formando uma cesta está presente na ponta do focinho do animal, cujo crânio mede cerca de 38 centímetros, devendo ter sido usado como ferramenta para capturar peixes. Uma crista arredondada em sua cabeça pode ter sido usada para estabilizar o voo. Veja mais sobre o Guidraco no resto do artigo.
"Esse é realmente um fóssil impressionante, mas é engraçado que tenha sido achado na Ásia. Parece muito similar, mas não idêntico aos pterossauros encontrados no Brasil", disse Eberhard "Dino" Frey, um paleontólogo do Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe. Frey não estava envolvido no trabalho, publicado online em 22 de fevereiro na Naturwissenschaften.
O parente mais próximo do G. venator deve ser um fóssil que Frey e seus colegas recuperaram em 2003, chamado Ludodactylus sibbicki, indicando com evidências mais fortes agora, que 40 espécies de pterossauros estavam mais espalhados globalmente do que se pensava. "Quanto mais procuramos, mais desses animais surgem," disse Frey.
Os pterossauros foram répteis altamente bem sucedidos, mas não eram dinossauros como muitos pensam. Viveram entre 210 milhões de anos e 65 milhões de anos atrás. Apesar de os primeiros seres vivos a voarem terem sido os insetos, os pterossauros foram os primeiros vertebrados a voar.
A maioria dos fósseis são encontrados em locais que na Era Mesozóica eram planícies áridas ou vales de rios, sugerindo que eram animais primariamente continentais. Acredita-se que todos os pterossauros comiam carne de algum tipo e dois pontos cruciais sugerem que o Guidraco comia peixes: seus dentes longos de 5 centímetros parecem ótimos para aprisionar peixes diretamente na superfície e coprólitos (fezes fósseis) encontrados perto da cabeça do pterossauro tinham traços de vertebras de peixes. Se os pterossauros caçavam ou comiam carniça, ou ambas as estratégias, ainda é uma questão em aberto inclusive se tratando de pterossauros já bem conhecidos como o gigante Quetzalcoatlus.
O novo G. venator não é exceção. Os autores do estudo - paleontólogo Alexander Kellner da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Xiaolin Wang, Ahunxing Jiang e Xin Cheng da Academia de Ciências Chinesa - não foram encontrados para comentar, mas escreveram no estudo que o G. venator deve ter caçado peixes ativamente.
Frey não concorda com isso. "Só imagine-se como essa criatura. Como você poderia pegar peixes vivos com dentes como agulhas? Você não tem dedos, nem um garfo, nada para remover um peixe que fica preso nos dentes," ele disse. "Eles devem ter coletado comida aleatóriamente e experimanetado com uma língua fina. Se fosse comestível, comeriam. Se não, jogavam fora." Tal comportamento seria similar ao do L. sibbicki, seu parente mais próximo.
O único fóssil de L. sibbicki recuperado no Brasil sugere que o animal morreu engasgado com uma folha que ficou presa na boca enquanto tentava filtrar a água por comida. "O pterossauro deve ter confundido a folha com um peixe morto e acidentalmente se engasgou. Não conseguia remover a folha" disse Frey. A maioria dos pterossauros fósseis são encontrados em rochas de lama fina no Brasil, mas o novo achado, da Formação Jiufotang no nordeste da China, adiciona uma reviravolta interessante à história evolucionária dos pterossauros.
"Suas similaridades com alguns pterossauros brasileiros mostram que esses animais eram provavelmente distribuídos por todo o globo", disse o paleontólogo David Martill da Universidade de Portsmouth, que também é especialista em pterossauros, mas que não estava envolvido na pesquisa.
"Nós podemos (agora) esperar que encontremos estes animais em qualquer parte do mundo onde estratos do Cretáceo Inferior estão visíveis. Nós encontramos alguns fragmentos na Inglaterra, algumas dessas descobertas datam do século 19, indicando animais similares. Frey disse que é uma questão de tempo até que mais pterossauros sejam encontrados. "Eu não acho que estamos no fim dos achados", disse ele. "Nós veremos muitas espécies e notaremos que eram muito bem distribuídas, com apenas algumas espécies endêmicas a uma região."
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"Esse é realmente um fóssil impressionante, mas é engraçado que tenha sido achado na Ásia. Parece muito similar, mas não idêntico aos pterossauros encontrados no Brasil", disse Eberhard "Dino" Frey, um paleontólogo do Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe. Frey não estava envolvido no trabalho, publicado online em 22 de fevereiro na Naturwissenschaften.
O parente mais próximo do G. venator deve ser um fóssil que Frey e seus colegas recuperaram em 2003, chamado Ludodactylus sibbicki, indicando com evidências mais fortes agora, que 40 espécies de pterossauros estavam mais espalhados globalmente do que se pensava. "Quanto mais procuramos, mais desses animais surgem," disse Frey.
Os pterossauros foram répteis altamente bem sucedidos, mas não eram dinossauros como muitos pensam. Viveram entre 210 milhões de anos e 65 milhões de anos atrás. Apesar de os primeiros seres vivos a voarem terem sido os insetos, os pterossauros foram os primeiros vertebrados a voar.
A maioria dos fósseis são encontrados em locais que na Era Mesozóica eram planícies áridas ou vales de rios, sugerindo que eram animais primariamente continentais. Acredita-se que todos os pterossauros comiam carne de algum tipo e dois pontos cruciais sugerem que o Guidraco comia peixes: seus dentes longos de 5 centímetros parecem ótimos para aprisionar peixes diretamente na superfície e coprólitos (fezes fósseis) encontrados perto da cabeça do pterossauro tinham traços de vertebras de peixes. Se os pterossauros caçavam ou comiam carniça, ou ambas as estratégias, ainda é uma questão em aberto inclusive se tratando de pterossauros já bem conhecidos como o gigante Quetzalcoatlus.
O novo G. venator não é exceção. Os autores do estudo - paleontólogo Alexander Kellner da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Xiaolin Wang, Ahunxing Jiang e Xin Cheng da Academia de Ciências Chinesa - não foram encontrados para comentar, mas escreveram no estudo que o G. venator deve ter caçado peixes ativamente.
Frey não concorda com isso. "Só imagine-se como essa criatura. Como você poderia pegar peixes vivos com dentes como agulhas? Você não tem dedos, nem um garfo, nada para remover um peixe que fica preso nos dentes," ele disse. "Eles devem ter coletado comida aleatóriamente e experimanetado com uma língua fina. Se fosse comestível, comeriam. Se não, jogavam fora." Tal comportamento seria similar ao do L. sibbicki, seu parente mais próximo.
O único fóssil de L. sibbicki recuperado no Brasil sugere que o animal morreu engasgado com uma folha que ficou presa na boca enquanto tentava filtrar a água por comida. "O pterossauro deve ter confundido a folha com um peixe morto e acidentalmente se engasgou. Não conseguia remover a folha" disse Frey. A maioria dos pterossauros fósseis são encontrados em rochas de lama fina no Brasil, mas o novo achado, da Formação Jiufotang no nordeste da China, adiciona uma reviravolta interessante à história evolucionária dos pterossauros.
"Suas similaridades com alguns pterossauros brasileiros mostram que esses animais eram provavelmente distribuídos por todo o globo", disse o paleontólogo David Martill da Universidade de Portsmouth, que também é especialista em pterossauros, mas que não estava envolvido na pesquisa.
"Nós podemos (agora) esperar que encontremos estes animais em qualquer parte do mundo onde estratos do Cretáceo Inferior estão visíveis. Nós encontramos alguns fragmentos na Inglaterra, algumas dessas descobertas datam do século 19, indicando animais similares. Frey disse que é uma questão de tempo até que mais pterossauros sejam encontrados. "Eu não acho que estamos no fim dos achados", disse ele. "Nós veremos muitas espécies e notaremos que eram muito bem distribuídas, com apenas algumas espécies endêmicas a uma região."
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