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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pterossauros eram mestres do voo diz paleontologista

Modelo do pterossauro no American Museum of Natural History
© Foto por Craig Chesek

Nesta semana uma nova descoberta sobre os pterossauros veio à público, causando alvoroço na comunidade científica. Clique para expandir a postagem e confira o que há de tão importante nesta descoberta.

No último dia 5, quarta-feira, Alexander Kellner, um dos paleontólogos brasileiros de maior sucesso atualmente, especialista em estudar pterossauros, apresentou no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, o fóssil de um réptil voador que viveu na China, há 130 milhões de anos, na região da Mongólia Interior. Kellner participou da descoberta em 2002, que contou ainda com paleontólogos chineses, ingleses e alemães e cuja pesquisa foi publicada no periódico científico britânico Proceedings of the Royal Society.
Jeholopterus ningchengensis foi o nome escolhido para o pequeno réptil de menos de 30 centímetros de envergadura, cujo fóssil muito bem preservado conservou tecidos moles da pele das asas, permitindo que os paleontologistas reconstruíssem com exatidão a textura de sua pele. O fóssil é muito importante, disse Kellner, porque não se sabia se pterossauros tinham penas ou pelos, ou se tinham a pele nua. Com o fóssil em ótimo estado, percebeu-se estruturas que são parecidas com pelos, mas não são pelos. Nem são penas, por isto criaram um novo nome para tal característica, sendo que agora estas estruturas são chamadas de picnofibras, além de terem encontrado as já conhecidas actinofibras.
O fóssil foi encontrado em 2002 e é um pouco estranho pois se divide em duas partes, uma delas preservou a maior parte do tecido mole e outra a maior parte dos ossos. Poderíamos comparar a rocha em que estava o fóssil com um biscoito recheado e o fóssil propriamente dito é o recheio. Ao dividir o biscoito, o recheio se dividiu em duas partes, uma em cada parte do biscoito. O mesmo ocorreu com o fóssil.
As duas metades do fóssil
© Proceedings of the Royal Society B

Para visualizar com detalhes esta cobertura, foi necessário o uso de raios de luz ultravioleta, especialidade do alemão Helmut Tischlinger. A partir desta característica, os cientistas puderam supor que os pterossauros eram endotérmicos, ou seja, eram capazes de controlar a temperatura do próprio corpo.
Com a luz ultravioleta foi possível perceber que as actinofibras se organizam em diversas camadas, o que foi uma novidade para os caçadores de pterossauros. Essas camadas faziam as asas mais resistentes, permitindo que os animais esticassem e retraíssem as asas de acordo com sua vontade, sem restrições, o que ajudaria a tornar o voo bem estável e daria um controle maior ao pterossauro.
Reconstrução do esqueleto do pterossauro
© Wang, Zhou, Zhang e Xu, 2002

As membranas dos pterossauros parecem ter sido bem mais resistentes do que a de alguns dos animais voadores modernos, dos quais podemos lembrar do morcego. A ideia de que as asas destes répteis só permitiam ao animal um voo planado cai por terra, dando lugar à novas teorias, que indicam que estes seres primitivos eram mestres dos céus, tinham muita habilidade para voar.
A partir desta descoberta, novos estudos com pterossauros devem ser atualizados e antigos espécimes revistos, pois ao que indica, a maioria deles tinham as tais fibras sobre a pele, cuja composição ainda precisa ser definida com mais exatidão. Alguns apostam que eram formadas de colágeno, outros de fibras musculares.
Segundo Kellner, naquela região da Mongólia Interior existem fósseis em grande quantidade, e que futuramente novas descobertas importantes vão surgir dali. A participação brasileira nas pesquisas com pterossauros chineses é importante porque o Brasil é referência mundial em fósseis de répteis alados. A região da Formação de Santana é uma das mais ricas em fósseis destes animais, sendo que fósseis bem preservados foram encontrados na região e se revelaram espetaculares.
O Museu Nacional, que fica em São Cristóvão no Rio de Janeiro, vai contar agora com novos itens para sua exposição paleontológica, que ficara à mostra permanente. Uma peça é a réplica do fóssil encontrado e outra é uma réplica esculpida do animal em vida.

Fonte

1 comentários :

deck disse...

o legal,de novos fosseis é que vc pode descobrir coisas muito diferentes do que se imaginava,esse pterossauro é um exemplo,mostrando queos pterossauros sabiam voar,nao só plainar,esse tipo de pesquisa me deicha muito animado.o bom de animais exintos que que quando queremos saber sobre eles,nos criamos uma ideia,mas quando nos pesquisamos,nos dedicamos,a descobrir sobre esse animal,descobrimos que nos estavamos errados,entao nossa mente se abre para novas ideias