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domingo, 3 de julho de 2011

Diorama: o que é e como fazer o seu!

O que são Dioramas?

Dioramas são representações de cenas usando modelos e elementos, naturais e artificiais, para retratar algo com realismo em escala reduzida, ou seja, em tamanhos menores, o que não necessariamente é regra, podendo o diorama ser em tamanho real ou até maiores do que a coisa real. Os dioramas geralmente são parecidos com maquetes, mas tem um algo mais, pois procuram retratar a cena com o maior realismo possível e por isso alguns detalhes mais complexos são adicionados à montagem, além de muitas vezes ter como objetivo principal mostra um momento histórico ou cena da vida selvagem, paisagem natural, visando o entretenimento e educação, enquanto que maquetes são mais usadas para projetos de arquitetura e design. Para saber mais, leia o resto da postagem!

Enquanto uma maquete geralmente apresenta apenas uma cena em miniatura, o diorama apresenta, quase sempre, um plano de fundo, que tradicionalmente é uma pintura ou fotografia disposta de maneira que para quem olha o diorama, não possa distinguir facilmente onde termina a "maquete" e começa o cenário pintado, dando uma impressão de profundidade, de ambiente maior do que realmente parece.
Uma maneira legal de exemplificar isso é usando um exemplo mais prático e que a maioria dos leitores do blog deve conhecer. Aposto que muitos já assistiram aquele desenho animado do Papa-Léguas e Coiote, da turma do Pernalonga (Looney Tunes), que por muitos anos passou na TV aberta no Brasil.
A missão principal do Coiote nos episódios era pegar sua presa, o Papa-Léguas, e para isso recorria a diversos truques. Um dos mais comuns era pintar numa rocha a continuação de uma estrada, para que o pássaro batesse com a cara da pedra ao tentar correr por ali. Geralmente a pintura ficava tão perfeita que mal dava pra ver a emenda entre a estrada verdadeira e a rocha e por isso a ave passava correndo e entrava na rocha, normalmente, correndo pela estrada. Quando o Coiote tentava fazer o mesmo quebrava o focinho na pedra.
De certo modo é assim que se faz o fundo de um diorama, usando uma imagem que emenda com o cenário montado, dando a impressão que tudo é maior e mais profundo com grande realismo. Observe o exemplo de diorama abaixo, feito para o Field Museum de Chicago, onde a cena representa Hienas devorando uma carcaça durante o crepúsculo na savana africana. Tal diorama fica no museu e parte dele realmente é tridimensional, com Hienas reais empalhadas entre outros elementos como rochas, vegetação e afins. Mas a savana e horizonte ao fundo é falsa, um pintura, excelente por sinal, o que só notamos observando atentamente.

Hienas no crepúsculo
© John Weinstein / The Field Museum
Mas nem todo diorama obrigatoriamente segue esse padrão, de fazer uma pintura ou foto. Alguns dioramas contém apenas objetos reais tridimesionais e o plano de fundo é formado pelos próprios objetos. Por exemplo, se nesse local das hienas fosse colocada uma fileira de árvores no lugar da imagem, provavelmente seus galhos e outros "acessórios" anexados, como grandes rochas, ocultariam o fundo do diorama, formando um perfeito plano de fundo para a cena.

Dioramas podem ser parcialmente construídos, totalmente artificais ou quase que totalmente naturais. Um diorama pode representar qualquer coisa, uma cena de guerra, uma passeata, uma floresta, animais em seu habitat, enfim, qualquer cena que puder imaginar. 
Mas o que me interessa mais e que me fez escrever este texto sobre tal forma de arte é que para nós, dinófilos, o diorama é um meio de recriar algo há muito perdido, um ecossitema agora extinto em inúmeros detalhes e o melhor, em três dimensões. Museus tem usado tal técnica por muitos anos para representar cenas de ambientes pré-históricos e dar aos visitantes um pequeno fragmento de como a Terra foi durante um período muito remoto.


Como fazer um diorama pré-histórico?

Fazer um diorama é fácil e acredito que todos com um pouco de criatividade e paciência conseguiriam montar um diorama. Primeiro de tudo, digo que pretendo em breve realizar um concurso de dioramas aqui no blog, talvez até ofereça prêmios se ver que vale a pena, a partir da quantia de participantes inscritos. Ainda não tenho certeza se darei prêmios e que prêmios usarei e nem elaborei as regras do concurso com calma, mas o farei assim que puder. Enquanto isso, antes de realizar tal concurso, postarei dicas de como fazer um diorama e dicas de como fazer algo interessante com poucos recursos, o que acredito, explica o motivo dessa postagem.

Um diorama basicamente é composto de duas partes principais, as quais destacarei a seguir individualmente:

Modelo: o modelo é o animal representado no seu diorama, pode ser qualquer coisa pré-histórica, um dinossauro é geralmente a escolha mais popular, porém ainda temos aves, mamíferos, peixes, répteis marinhos, répteis voadores e todos os outros organismos que puder lembrar. Em um diorama podemos ter apenas um modelo de animal ou vários.
Exemplo com um modelo: pode-se fazer um diorama de um Ictiossauro nadando tranquilamente sozinho em águas rasas em um dia ensolarado.
Exemplo com vários modelos: pode-se fazer um diorama com um T. rex atacando um Triceratops enquanto um bando de Edmontossauros passam ao fundo e um Quetzalcoaltus voa no céu.
Pode-se usar praticamente qualquer tipo de modelo, desde um brinquedo comum desses encontrados em lojas de R$1,99 até réplicas profissionais, esculpidas por artistas renomados. Você pode inclusive fazer sua própria escultura se tiver habilidade para tal.
Quando se busca fazer um diorama mais realista, ainda precisa-se observar a escala dos bonecos usados e a relação entre um e outro. A escala define o tamanho dos modelos e ajuda a pessoa que faz o diorama a manter um tamanho relativo entre os modelos, para que sejam proporcionais uns aos outros. Em outras palavras, a escala permite a escolha de modelos para evitar que um Braquiossauro fique do mesmo tamanho de um Estegossauro ou que um Smilodon apareça maior que um Mamute! Se um modelo está em escala 1:20 (ou seja, 20 vezes menor que a coisa real), devemos usar outros modelos em escala 1:20 no diorama. Por isso muitas vezes é bem mais fácil usar um modelo apenas no seu diorama, evitando ter de se preocupar com escala e podendo focar mais no detalhamento da cena. Falando em cena, vamos ao cenário.
Cenário: como disse antes, o objetivo do diorama na maior parte do tempo é ser educativo ou servir de entretenimento. Por isso ele tem de ser o mais correto e realista possível, principalmente devido ao carácter educativo. No caso de dioramas pré-históricos temos de levar em conta, portanto, a localização dos animais no tempo e espaço, ou seja, período em que viveu e em que local. Não se pode colocar um Irritator (brasileiro do Cretáceo) contracenando no diorama com um Herrerassauro (argentino do Triássico). Também devemos levar em conta o período retratado e o que se sabe do local da cena. Por exemplo, na Mongólia durante o Cretáceo, o Deserto de Gobi já existia, por isso não seria correto fazer um diorama com os dinos do deserto Mongol em uma floresta chuvosa ou um pântano.
As plantas do cenário devem estar de acordo com as plantas pré-históricas, mas nesse ponto podemos ser mais flexíveis. Por exemplo, sabe-se que o Cretáceo na América do Norte era um período cheio de pinheiros enquanto que o Triássico quase do mundo todo tinha samambaias, cavalinhas entre outras plantas primitivas. Infelizmente hoje em dia é difícil achar miniaturas de plantas com aparência de plantas pré-históricas, por isso muita gente faz as suas ou usa plantas reais, não importando-se tanto com sua aparência, mas mais com a escala, afinal, um Compsognathus não pode ser maior que uma árvore! Um único erro grave é fazer dioramas da Era Mesozóica com grama, lembre-se disso.
Não há necessidade de um diorama ser totalmente artesanal e feito à mão, pois pode ser montado usando coisas pré-fabricadas, como miniaturas compradas ou itens naturais, neste caso rochas, troncos, árvores, terra, água, enfim, tudo o que a natureza pode oferecer. O plano de fundo como disse é muitas vezes pintado ou fotografado. No caso de pequenos dioramas, pode-se imprimir uma imagem e prendê-la atrás do diorama de modo a parecer parte da cena. Geralmente em museus isso é feito em um fundo curvo, o que elimina cantos e permite um realismo maior e maior sensação de profundidade à cena. O melhor aspecto do concurso de dioramas que estou planejando é que ele é realizado no espaço virtual da internet, então os dioramas serão mostrados via fotografia. Dessa maneira, o autor só precisa escolher um ângulo bom do seu diorama e tirar a foto, mandando pra mim, o que facilitará encaixar o fundo na cena, pois ela aparecerá apenas de um lado.

Muitas vezes encontramos um cenário já pronto na natureza, perfeito para retratar uma cena pré-histórica, caso em que nos basta colocar o modelo do animal na cena e fotografar. Vamos dizer que você mora perto de um bosque ou tem um quintal grande em casa com várias plantas. O único trabalho que o participante terá é organizar o(s) modelo(s) na paisagem e fotografar, fazendo o envio da foto a mim via e-mail.
No entanto, antes de iniciar o concurso ensinarei algumas dicas sobre como fazer um bom diorama, indicarei sites com dicas e tutoriais sobre materiais, enfim, tudo o que puder ajudar o participante a aprender mais para participar com mais confiança e entusiasmo. Aguarde em breve outra postagem com mais dicas sobre dioramas e se tiver conhecimento sobre dioramas, souber fazer, poste dicas nos comentários, até corrigindo alguma bobagem que eu possa ter dito, visto que sou apenas um estusiasta e não expert em dioramas.

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1 comentários :

Niels Nate disse...

A algum tempo eu venho montando miniaturas e pensando que são dioramas, mais eu ignorava totalmente a produção do fundo e o realismo mais exato possível, você me esclareceu algumas coisas!