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sexta-feira, 16 de março de 2012

Unescoceratops e Gryphoceratops: dois novos ceratopsianos primitivos

Gryphoceratops e Unescoceratops
© Julius T. Csotonyi
E aí galera, tudo legal? Pois hoje trago uma novidade interessante. Dois novos dinos foram descobertos no Canadá há alguns anos e só agora foram nomeados e parecem ajudar no entendimento da evolução dos ceratopsídeos norte americanos. Uma equipe de cinco cientistas canadenses identificaram as espécies das famosas jazidas fossilíferas do sul de Alberta, que comiam plantas e eram aparentados ao famoso Triceratops, porém muito menores. Restos parciais das duas criaturas foram desenterrados anos atrás, um deles no "Dinosaur Provincial Park a oeste de Calgary e o outro no sítio da fronteira entre Alberta e Montana. Leio o resto do artigo para saber mais sobre os dinos!

Os cientistas liderados pelo canadense Michael Ryan, hoje curador de paleontologia no Museu de História Natural de Cleveland, conseguiram diferenciar tais fósseis de outras espécies previamente conhecidas do Canadá e Ásia. Eles concluíram que o animal da fronteira, que tem 2 metros e deveria pesar 90 quilos em vida, foi um dos mais antigos de seu tipo, sugerindo que os eventos evolucionários mais importantes na diversificação da família dos Leptoceratopsídeos aconteceu no Canadá do período Cretáceo. Este animal recebeu o nome de Gryphoceratops morrisoni e viveu aproximadamente há 83 milhões de anos.
Gryphoceratops
© Julius T. Csotonyi
Segundo o que Ryan, cientista nascido em Ottawa e afiliado à Universidade de Carleton e ao Museu Canadense da Natureza, disse no resumo do estudo, "esses dinossauros preenchem lacunas importantes na história evolutiva de pequenos dinossauros de chifre que não apresentam grandes chifres ou escudos ósseos no pescoço".
Ele acrescenta que "apesar de dinossauros de chifre terem surgido na Ásia, nossa análise sugere que os Leptoceratopsídeos espalharam-se pela América do Norte e se diversificaram aqui, com o Gryphoceratops sendo o mais antigo registro do grupo no continente."
Os outros pesquisadores envolvidos nas descobertas são os paleontólogos David Evans do Royal Ontario Museum (ROM) e Universidade de Toronto, também o famoso caçador de dinossauros Philip Currie da Universidade de Alberta, assim como Caleb Brown, da Universidade de Toronto e Don Brinkman do Royal Tirrell Museum of Paleontology de Alberta. Foi Currie que, em 1995, descobriu no Dinosaur Provincial Park a mandíbula fossilizada de uma espécie até então desconhecida, pertencente a um dino de chifres.
Primeiro descrito por Currie e Ryan em 1998, o espécime agora foi identificado como um gênero separado e nomeado Unescoceratops koppelhusae. O dino herbívoro, que teria menos de 2 metros de comprimento e pesava também cerca de 90 quilos, habitou Alberta há cerca de 75 milhões de anos. O nome da nova espécie celebra o estatus do Dinosaur Provincial Park, agora considerado Patrimônio Mundial e também homenageia a cientista canadense Eva Koppelhus, uma palinóloga (quem estuda pólen e esporos) da Universidade de Alberta e esposa de Currie. Os restos do Gryphoceratops foram encontrados em 1950 ao longo do Milk River no sul de Alberta por Levi Sternberg, um renomado cientista do ROM.
O nome do dino faz referência ao Grifo, animal mitológico com corpo de leão e cabeça de águia, e também homenageia o técnico Ian Morrison do ROM.
Unescoceratops
© Julius T. Csotonyi

A identificação das duas novas espécies está detalhada na última edição do periódico Cretaceous Reserch. Evans
afirma que "pequenos dinossauros são tipicamente mal representados no registro fóssil, por isso é que restos fragmentários como esses novos Leptoceratopsídeos podem fazer uma grande contribuição para nosso entendimento da ecologia e evolução destes dinos". Ryan contou ao Postmedia News que a mandíbula fragmentária encontrada 62 anos atrás por Sternberg oferece "uma percepção significante ao início da diversificação dos dinossauros que ocorria há 83 milhões de anos," mas que está mal representada no registro fóssil.
"Essa é uma das razões" disse Ryan, "para que eu e Evans tenhamos trabalhado tão duro com nossos estudantes nessa parte de Alberta nos últimos oito anos - para trazer luz ao mundo que eventualmente deu origem ao mundo em que viveu o T.rex."
Em dezembro, Ryan e seis outros cientistas identificaram uma nova espécie de dinossauro, o Spinops sternbergorum, de um conjunto de fóssil há muito ignorados, excavados em 1916 por Sternberg e seu pai, Charles, depois enviados a um Museu Britãnico.
Ryan tem se envolvido em várias outras descobertas de dinossauros nos últimos anos. No último dezembro, ele co-escreveu um estudo sobre uma nova espécie da Coréia do Sul que preencheu uma lacuna de 20 milhões de anos no registro evolucionário dos ceratopsídeos. Em Maio de 2010, ele liderou um grupo que nomeou outro novo dino de chifres - Medusaceratops lokii - baseando o nome na Medusa, mulher monstro com cabelos de serpente da mitologia grega e também no vilão dos quadrinhos, Loki, deus nórdico da mentira.
Também em 2012, Ryan participou de um grupo que documentou as marcas de mordida de mamíferos mais antigas do mundo, com 75 milhões de anos, encotradas em ossos de dinossauros e outros restos desenterrados em Alberta.

Fonte

1 comentários :

Bruno Chaves Animais disse...

Adorei, adoro Ceratopsídeos. mais dois espécies. Falarei sobre ele mais tarde no meu blog.