Reconstrução do Eoabelissauro em vida a partir do esqueleto
Um novo material fóssil encontrado na Patagônia está iluminando a evolução dos dinossauros durante o Jurássico. Quando o Tiranossauro e seus parentes vagavam pela América do Norte e Ásia, os Abelissaurídeos ocupavam um nicho similar no Gondwana e nos continentes originários deste supercontinente do hemisfério sul, como Brasil e Argentina, Madagascar e Índia. Confira tudo sobre o novo dino no resto do artigo.
Eles eram predadores dominantes no hemisfério sul e lembravam os tiranossaurídeo em geral, mas com uma diferença grande no crânio, que era bem mais alto e curto. Essa característica sugere que tais animais eram capazes de morder com muita força. Se você já acha que os bracinhos do Tiranossauro rex eram minúsculos, então não conhece os dos abelissaurídeos, que eram ainda mais ridículos em tamanho.
O paleontólogo Dr. Oliver Rauhut e seu colega argentino Dr. Diego Pol descobriram quando essa tendência de membros superiores reduzidos começou em abelissaurídeos. Segundo uma pesquisa os braços encolheram na ponta, incluindo as mãos e dedos, pois ao que parece a parte superior do braço dessa nova espécie é praticamente normal. Em compensação em algumas outras espécies as unhas da mão praticamente desapareceram e o braço é um "cotoco", como no caso do Carnotauro.
Braços da esquerda para a direita: Dilophosaurus, Eoabelisaurus e Carnotaurus
© Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences
Rauhut disse que "Abelissaurídeos era um grupo altamente diverso e amplamente distribuído durante o Cretáceo, mas suas origens até agora eram enigmáticas." O material fóssil da Patagônia representa um novo abelissaurídeo, um esqueleto quase completo de uma espécie nova que está ajudando a entender o surgimento do grupo e sua evolução. O fóssil é datado do Jurássico, com 175 milhões de anos é pelo menos 40 milhões de anos mais antigo que qualquer outro abelissaurídeo achado até então.© Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences
O fóssil, achado em 2009, já demonstra pequenos braços, mas ainda não tanto quanto os abelissauros mais modernos, sugerindo que a redução começou bem no início da sua evolução. O animal de cerca de 6 metros de comprimento foi batizado de Eoabelisaurus mefi, que quer dizer "Abelissauro da Alvorada do Museu Paleontológico Egidio Feruglio (MEF)", em reconhecimento ao suporte do museu na pesquisa.
"O novo achado revela que a linhagem dos abelissaurídeos é mais antigo de que se pensava," disse Rauhut. "A razão de porque tão pouco é conhecido sobre isso é que o registro fóssil de dinossauros predadores no hemisfério sul é bem incompleto, especialmente registro do Jurássico Médio ao Cretáceo Inferior", afirmou o pesquisador.
Os pesquisadores também se surpreenderam ao constatar que o Eoabelisaurus tinha evoluído no supercontinente Pangéia antes de que este se fragmentasse nas massas de terra conhecidas hoje e que mesmo assim os abelissaurídeos não são globalmente distribuídos.
"Uma possível explicação é que um enorme deserto na Pangéia Central evitou a dispersão do grupo para o norte, confiando a evolução dessa linhagem ao hemisfério sul," disse Pol. Estudos geológicos recentes, junto com resultados de modelos climáticos, apóiam a afirmação de que o deserto existiu.
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