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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Fósseis indicam ocorrência de incêndios florestais no Cretáceo

Tyrannosaurus em meio a incêndio
© Steve White

Sabemos que atualmente um grande carrasco das florestas é o fogo, que destrói impiedosamente a vegetação, matando as plantas e desabrigando, senão também matando, animais. Seja quais os fatores causadores das queimadas, incêndios ocorrem em todo o globo nos períodos mais quentes e prejudicam a fauna e flora, de modo que em alguns locais a vegetação já está acostumada a se recuperar rapidamente após tais eventos, utilizando a matéria orgânica rica deixada para trás pelo fogo. Pesquisadores descobriram que no período dos dinossauros, tais eventos ocorriam de maneira similar. Ficou curioso? Então clique em "Leia Mais" e conheça mais sobre essa fascinante descoberta.

Numa região conhecida como badlands (do inglês, Terras Ruins, porque tudo é seco e improdutivo) do sul de Saskatchewan, no Canadá, cientistas descobriram evidência de um incêndio florestal de 66 milhões de anos preservado nas rochas.
Plantas fossilizadas encontradas sobre camadas de carvão mostram que aquelas florestas se recuperavam de incêndios durante os últimos dias dos dinossauros assim como ocorre hoje. Hoje campinas secas e sem árvores cobrem a maior parte do sul de Saskatchewan, mas há 66 milhões de anos a região estava tomada por florestas e era uma região de baixada, coberta com pântanos.
Era provavelmente mais chuvoso que hoje e pelo menos 10 - 12 graus Celsius mais quente, dizem os pesquisadores. A área deve ter lembrado a atual Costa do Pacífico da América do Norte, com o dossel das florestas dominadas por sequoias gigantes e uma diversidade de plantas menores crescendo mais perto do solo.
Essas florestas antigas também sofriam com incêndios ocasionais. Pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, e o Museu de Saskatchewan encontraram evidências de um desses eventos entre as plantas fossilizadas no Grasslands National Park. em uma camada geológica conhecida como Formação Frenchman (assim nomeada porque foi exposta em torno do Rio Frenchman).

Esse depósito de rochas é uma cápsula do tempo natural datada do período Cretáceo Tardio, pouco antes da extinção em massa que varreu os dinossauros da Terra. Essa camada de rocha e terra, segundo o que os cientistas descobriram, apresenta fósseis de tartarugas, crocodilos, champsossauros (animais similares aos crocodilos), assim como dinossauros incluindo os famosíssimos Triceratops horridus e Tyrannosaurus rex.
Os cientistas compararam os fósseis desse local com outro depósito sem qualquer distúrbio provocado por fogo localizado a cerca de 200 quilômetros em um vale chamado Chambery Coulee. As diferenças em tipo de plantas encontradas em ambos os sítios revelaram como a paisagem pré-histórica se recuperava após uma queimada.
Os padrões de recuperação das plantas parecem similares aos de vegetais atuais, sendo que os fósseis da região mostram que plantas como o carvalho, o sassafrás e as bétulas começavam a florescer pouco após o fogo se extinguir. Enquanto isso, os fósseis de Chambery Coulee contam como as florestas que não eram queimadas continuavam prosperando com árvores maiores como sequoias e ginkgos.

Os pesquisadores esperam que sua descoberta e estudos subsequentes ajudem a entender a ecologia e biodiversidade das florestas cretáceas da região num período imediatamente anterior à extinção dos dinossauros.


"Nós não seremos capazes de compreender completamente as dinâmicas da extinção até que nós possamos entender quais eram os processos ecológicos regulares que ocorriam naquele tempo", diz o pesquisador Hans Larsson, da Universidade de McGill.
Os achados foram publicados em detalhes mês passado no periódico Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.


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