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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Dimorfismo sexual em Stegosaurrus mjosi

Macho acima, fêmea abaixo.
© Saitta et. al. 

O Estegossauro, em particular a espécie Stegosaurus mjosi, agora pode ser diferenciado entre macho e fêmea por meio de análises das placas ósseas de seu dorso, com as placas dos macho sendo maiores dizem pesquisadores. Uma equipe descobriu que as placas dos machos eram até 45% maiores que as das fêmeas, sendo que os cientistas acreditam que elas eram usadas para exibição a fim de atrair as fêmeas e para lutar com machos rivais. Para ver mais sobre esta descoberta, clique em "Leia Mais" logo abaixo.
O achado, publicado no periódico PLOS One, relata este fato sobre esta espécie que viveu há cerca de 150 milhões de anos no Jurássico no oeste dos Estados Unidos. Até agora, dimorfismo sexual em dinossauros tem sido difícil de demonstrar. Apesar do número de afirmações afirmando existir dimorfismo sexual, pesquisadores dizem que elas são bem inconclusivas para excluir outras possíveis explicações para essas diferenças anatômicas.

Por exemplo, dois indivíduos diferentes podem ser distintos porque são de espécies diferentes, eles poderiam ser de idades diferentes, jovem e idoso ou ainda poderiam de fato ser macho e fêmea. Os pesquisadores da Universidade de Bristol descobriram algumas placas altas e largas, mas também outras que eram menores. Os indivíduos eles afirmam, são macho e fêmea e não espécies diferentes. Evan Saitta passou seis meses em Montana escavando o primeiro cemitério (sítio de fósseis com vários indivíduos) de Estegossauro já encontrado. Ele então testou todas as possíveis explicações para essas diferenças.
Uma das placas encontradas
 © 
Billings Clinic, Montana
Estes animais viviam juntos e somente o tamanho das placas era diferente, nada mais. Além disso dois dos fósseis mostram que os tecidos ósseos já tinham parado de crescer, ou seja, nenhum indivíduo analisado estava em fase de crescimento, tinham atingido a fase adulta, ou seja, as diferenças não seriam causadas por idade. Para saber isso basta fazer análises da histologia do osso, cortando finas fatias dele e analisando em microscopia. Linhas nos ossos mostram se o animal está ainda em fase de crescimento e dependendo do caso, até a idade estimada do bicho, como os anéis do tronco de uma árvore.

O grupo de dinossauros escavados em Montana demonstrou a coexistência de indivíduos que somente variavam no tamanho das placas. Se fossem espécies diferentes, deveriam haver outras diferenças entre os esqueletos além das placas, indicação de separação de nichos ecológicos, ou seja, que eles seriam especializados para não competir com outra espécie. Isso não ocorre nestes esqueletos.

Segundo Saitta,"os machos tipicamente investem mais em sua ornamentação, logo as placas maiores e mais largas provavelmente pertenciam a machos. Essas placas mais largas seriam uma boa ferramenta de exibição para atrair as fêmeas. Por outro lado, as placas menores  e mais pontudas poderiam ter funcionado como proteção contra predadores nas fêmeas. Estes Estegossauros parecem oferecer a primeira evidência de dimorfismo sexual em espécies de dinossauros (exceto entre pássaros, que tecnicamente são dinossauros), e o autor ainda afirma que seria a primeira evidência conclusiva desse caso já descoberta em dinossauros.




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