Eunotosaurus à frente e répteis modernos ao fundo © HO/ University of Witwatersrand |
O Eunotosaurus africanus, é o mais antigo ramo conhecido da linhagem evolutiva dos quelônios (tartarugas, jabutis e cágados) e previamente serviu para mostrar aos pesquisadores como esse grupo de animais desenvolveu sua carapaça.
Agora o Eunotosaurus revelou alguns novos segredos sobre a evolução do crânio dos quelônios, de acordo com uma nova pesquisa publicada na Nature.
"O uso da tecnologia de imagem nos deu a oportunidade de dar a primeira olhada no interior do crânio do Eunotosaurus. O que nós encontramos não somente ilumina o parentesco próximo do Eunotosaurus com os quelônios, mas também mostra como este grupo é aparentado aos répteis modernos," disse o Dr. Gaberiel Bever, um Pesquisador Associado Honorário no Instituto de Estudos Evolucionários da Universidade de Wits e também cientista do Instituto de Tecnologia de Nova Iorque.
Mas então, o que o crânio revelou? Algo surpreendente de fato, pois as análises indicam que o crânio do Eunotosaurus é um crânio diápsido, o que significa que possui um par de aberturas atrás dos olhos que permitem que os músculos da mandíbula flexionem à medida que mastiga, algo que o animal apresenta em comum com lagartos, serpentes, crocodilos e aves, porém não com tartarugas modernas.
As tartarugas, cágados e jabutis atuais são anápsidos, seu crânio não possui aberturas atrás dos olhos para fixação de músculos e por isso sua mordida é muito mais lenta que a de seus ancestrais.
O que essa descoberta tem de importante é que em termos de evolução a diferença entre anápsidos e diápsidos era usada para indicar que o grupo dos quelônios era na verdade parte de uma linhagem antiga e embora aparentada aos répteis modernos, seu parentesco seria muito distante.
"Os novos dados do Eunotosaurus rejeita essa hipótese," diz uma declaração da universidade. "Agora nós podemos elaborar uma conclusão satisfatória e melhor embasada de que o Eunotosaurus é uma tartaruga diápsida," diz Bever.
O que dá para tirar dessa notícia, de maneira geral é que os quelônios são muito mais proximamente aparentados dos demais répteis modernos do que se pensava e não seria um ramo tão separado do grupo.
Pode-se ir mais longe e dizer que o fato desse grupo não possuir mais fenestras no crânio é um caractere derivado e que portanto não fazem de fato parte do grupo Anápsida, sendo os quelônios diápsidos. Assim poderia-se talvez declarar completamente extinta a linhagem anápsida, pois os quelônios eram tidos como os últimos sobreviventes desse ramo da árvore da vida.
0 comentários :
Postar um comentário