Santana do Cariri no Ceará já é conhecida pela grande quantidade de material fóssil que lá foi encontrado, incluindo dinossauros, pterossauros e outros bichos pré-históricos. Agora será sede de um simpósio de paleontologia, o que deve projetar ainda mais a paleontologia brasileira no cenário internacional. Sabia mais sobre o simpósio no resto da postagem.
Este simpósio vai durar 3 dias, de 27 a 29 deste mês e tem como objetivo principal fortalecer parcerias entre instituições de pesquisa, contando com a presença dos paleontologistas nacionais de maior renome, além de participantes estrangeiros. O simpósio comemora também os 20 anos do Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, museu que recebe em média 4.500 pessoas por mês, incluindo estudiosos e visitantes. O diretor do museu, Álamo Feitosa, afirma que só os museus de Juazeiro do Norte conseguem superar a média de visitação do museu de Santana. O evento que ocorre agora é muito importante para a divulgação da paleontologia no país, a conscientização sobre o tráfico de fósseis, que nos anos 70 eram vendidos abertamente em Santana e Juazeiro, assim como em feiras no Rio de Janeiro e São Paulo, o que hoje ocorre bem menos, devido às leis contra a venda de fósseis e ao empenho dos pesquisadores em ensinar o povo sobre a importância do nosso patrimônio. Até mesmo os paleontologistas às vezes eram obrigados a comprar um fóssil para poder estudá-lo e depois doá-lo a um museu, pois se deparava com os mesmos à venda e não podendo alterar o modo de pensar do vendedor, só lhe restava esta opção. Agora os vendedores de fósseis estão se tornando mais raros. Depois da construção do Museu de Paleontologia, a população doou coleções de fósseis e houve maior conscientização sobre as peças e seu valor, que passou de valor comercial para científico e cultural. O museu já tem 5.500 peças aproximadamente, número que pode subir para 7 mil peças com a ampliação do museu. “Nossa finalidade com esse evento é proporcionar um fortalecimento entre instituições como a Universidade Regional do Cariri (Urca), Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde estão uma quantidade considerável de peças da região”, disse Álamo, que é doutor na área. A abertura do simpósito ocorrerá no Salão de Atos da Urca, no Campus do Pimenta, com a presença do representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Moshe Dayan Gomes Chaves também vai estar lá e falará sobre o "Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento". Além destes, Diógenes de Almeida Campos, do Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM) vai ministrar uma palestra sobre "Viagem pela Pesquisa Paleontológica na Bacia Sedimentar do Araripe do Presente Milênio". Outros pesquisadores participantes são Alex Kellner, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, e Juliana Manso Sayão, da UFPE. No simpósio haverá a publicação de estudos sobre fósseis do Araripe, incluindo o macrofóssil do folhelo piro betuminoso que pensou-se ser de um pterossauo, mas que agora sabe-se que pertenceu a um dinossauro, além de abordar o projeto do Geopark Araripe. O Cariri já teve outros eventos do gênero, sendo este o terceiro grande simpósio ocorrido lá, o que segundo Álamo é ótimo porque ajuda a desenvolver mais a paleontologia e a valorização dos fósseis do Cariri, que são muito bons e diversificados, embora não se tenha explorado nem 15% de todo o material fóssil da região. Nunca se achou um mamífero ou cobra fossilizada na região e a única ave que foi achada lá está em um museu no Japão. Há notícias sobre um lagarto que foi trazido ao museu, sendo que já estava em São Paulo, local onde foi parar talvez por meio do tráfico. Essas espécies eram parte da cadeia alimentar do período cretáceo. “Há muito o que se estudar, novas descobertas virão”. Para isso, está sendo trabalhada uma infra-estrutura para manter os pesquisadores na região, como a construção de um alojamento, no próprio Museu. Já existe por lá uma estrutura, com laboratório e para os visitantes do mundo dos pterossauros, dinossauros, uma pterolândia, área a ser construída no Sítio Conceição, com réplicas de dinossauros, avaliada em mais de R$ 2 milhões.
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