Nós dinomaníacos amamos os dinossauros em geral e muitos outros animais pré-históricos, mas tudo o que restou deles está em baixo da terra ou em museus espalhados pelo mundo, que guardam para estudo os restos que são descobertos. Os FÓSSEIS são a matéria prima do estudo paleontológico, ou seja, sem fóssil não existe prova e sem prova não existe animal. Ouvimos muito sobre fósseis, mas o que são? Como se formam? Eu pretendo responder da forma mais clara possível estas duas questões, com boas ilustrações e um texto bem completo, então vamos lá.
SOMATOFÓSSEIS: São os fósseis que mais chamam atenção, pois são compostos de partes do corpo de um ser vivo extinto, como dentes, carapaças, conchas, ossos, folhas, troncos de árvores ou partes moles do animais, que raramente se preservam.
ICNOFÓSSEIS: Compostos por indícios de que um ser vivo esteve ou viveu em determinado local, como pegadas, cascas de ovos, excrementos ou fezes (coprólitos), abrigos ou tocas onde viveram animais etc.
MINERALIZAÇÕES: são processos em que os ossos e também os icnofósseis se formam. Os restos do organismo recebe uma adição de minerais ou uma alteração dos minerais originais já existentes no osso, que acabam transformando os restos praticamente em rocha, caracterizando o que se conhece por petrificação. São bons exemplos os troncos de árvores, ossos grandes e carapaças. Dentro da mineralização destacamos dois modos de fossilização que você confere abaixo.
Recristalização: O organismo original não é preservado em seu material original, osso por exemplo, que é substituído em sua maior parte por algum outro mineral e a estrutura ou forma do fóssil é parcialmente alterada.
Epigenização: Esse processo é dividido em dois tipos.
O primeiro, a permineralização, ocorre quando o material original do organismo sofre uma adição de minerais que penetram em um osso por exemplo, deixando este petrificado e mais pesado, pois além do material original soma-se o peso dos minerais adicionados pelo tempo.
O outro processo é conhecido como pseudomorfose, onde a forma original do organismo é preservada mas seu material é totalmente substituído por outro mineral.
MOLDES: são impressões em negativo (não representa o organismo como realmente é, apenas um molde invertido) ou positivo (representa o organismo como realmente é, ou seja, uma cópia), de partes dos organismos ou de seus icnofósseis. São formados moldes em 3 tipos.
Exterior: forma uma impressão do organismo em negativo, como da pele de um animal ou superfície de uma concha. O organismo é revestido em sua parte de fora por um tipo de material, como o barro por exemplo, e seu corpo com o tempo some e fica o formato do organismo no barro que se transforma em rocha, porém para isto ocorrer é necessário que os restos tenham alguma superfície com reentrâncias, buracos, textura irregular e que seja um tanto resistente, para que o material que formará a impressão possa penetrar ali e se solidificar. Veja o molde exterior de uma concha abaixo.

Interior: forma uma impressão interna do organismo, comum ocorrer em conchas. O molde é negativo e se forma quando lama ou algum outro material penetra no interior dos orifícios e dentro do resto do animal acaba se solidificando. O cadáver se decompõe e sobra um molde da parte de dentro da concha ou do organismo em questão. No exemplo vemos um molde interno da concha da mesma espécie mostrada acima, em um molde exterior.

Outro processo de fossilização é a mumificação, que preserva o organismo quase como em vida. Este processo é muito raro de ocorrer porque preserva grande parte do animal, que geralmente se decompõe em sua maior parte, mas quando ocorre e necessário que o cadáver fique preso dentro de um material impermeável e resistente à decomposição. Os materiais que surtem um melhor resultado são o gelo, que conserva tecidos moles com a temperatura baixa e o âmbar, resina das árvores que seca fica muito resistente e impermeável, ambos proporcionando uma mumificação total do animal. Pode ocorrer também a mumificação na rocha, mas esta geralmente é parcial. Lembrando que quando um cadáver fica preso no gelo e não permanece nele por muito tempo, como os Mamutes entre outros animais da Era do Gelo, ele não se fossiliza realmente e isso acontece porque quando um fóssil se forma, os restos são substituídos ou impregnados com minerais tornando os restos em rocha, mas os bichos encontrados no gelo, congelados devido ao habitat frio em que viveram são mumificados no gelo e não chegam a fossilizar-se, ou seja, trocar suas moléculas orgânicas por moléculas da rocha.

Alguns fósseis são chamados de fósseis de transição porque são de organismos extintos que representavam a transição de uma espécie para outra na história evolutiva do planeta Terra. Um grande erro ocorre na mídia quandos e fala em fóssil de transição, pois geralmente jornais ou sites de notícias usam o termo ELO PERDIDO para se referir à fósseis de transição, o que do ponto de vista paleontológico é errado, dar o título a todo fóssil de transição. Elo perdido seria um fóssil que ajudasse a exclarecer toda a linha evolutiva de um determinado grupo animal, mas esses fósseis transitivos geralmente ajudam a suprir dúvidas mas em parte, não dando aos pesquisadores uma informação sobre uma linhagem inteira.
Outro termo que envolve fóssil é um que gera muita polêmica, neste caso seria o emprego do termo Fóssil vivo, que geralmente se refere a animais que sobreviveram durante milhões de anos sem modificar sua aparência, hábitos ou metabolismo. Estes animais não são seres imortais, ou dinossauros ainda vivos. O termo fóssil vivo é de meu ponto de vista um tanto exagerado, pois os animais a que se refere, como a tuatara por exemplo, um réptil da Nova Zelândia que desde seu surgimento pouco alterou suas características, mas não quer dizer que seja a mesma espécie que viveu a milhões de anos atrás. São DESCENDENTES de animais extintos mas ainda preservam as características de seus antepassados. Outro exemplo desses animais são os peixes Celacantos que muitos julgavam extintos após encontrar um fóssil de milhões de anos, mas alguns séculos atrás pescadores capturaram exemplares vivos deste tipo de peixe na costa da África, sendo que a espécie atual é muito semelhante à espécie extinta.
Fontes: Site sobre temas paleontológicos com textos do paleontólogo português Carlos Marques da Silva, PhD em paleontologia pela Universidade de Lisboa (clique aqui para ver o site).
Wikipedia, A Enciclopédia Livre.