Reconstrução do Seitaad
Os povos indígenas geralmente são interessantes e muitos estudam a vida destas pessoas, seus hábitos e modos, incluindo suas habitações. Mas nos Estados Unidos o artista e historiador Joe Pachak acabou encontrando em uma espécie de abrigo indígena algo diferente e inesperado. Na verdade, logo abaixo na mesma colina onde foi feito este abrigo, ele deparou-se com um fóssil que estava parcialmente exposto na rocha. O animal que era desconhecido agora já tem um nome e descrição completa que você confere no resto da postagem.
Joe Pachak encontrou o fóssil em 2005, em uma colina onde indígenas da região haviam esculpido na rocha de arenito (rocha formada por areia) uma espécie de casa e logo avisou as autoridades locais sobre sua descoberta, neste caso o Museu de História Natural de Utah e o Federal Bureau of Land Management (BLM), que enviaram grupos de paleontólogos ao local para remover o animal fossilizado do solo.
Os ossos estavam bem preservados, em excelente estado, contendo boa parte do corpo, com exceção do crânio, vértebras cervicais, parte da pélvis e vértebras caudais, o que permitiu aos pesquisadores checar as características do bicho com detalhes.
O animal recebeu um nome interessante, Seitaad ruessei, cujo significado principal vem de uma lenda do povo Navajo, que fala sobre um monstro do deserto ou da areia, que engolia pessoas nas dunas do deserto. O segundo nome, ruessei, foi escolhido em homenagem ao explorador Everett Ruess, que desapareceu misteriosamente na mesma região durante a década de 1930, quando ele tinha 20 anos. Seu corpo nunca foi encontrado, mas por outro lado acharam o fóssil do Seitaad, cujos últimos momentos devem ter sido terríveis.
Segundo análises feitas na rocha, o local era um enorme e seco deserto no início do Jurássico e o dinossauro foi soterrado vivo por uma duna em colapso, que desmoronou sobre ele sem dar chance alguma de escape. Para um animal do porte do Seitaad, com só 1 metro de altura e 4,5 metros de comprimento e pesando por volta de 70 a 90 quilos, seria difícil e praticamente impossível livrar-se de muitas toneladas de areia sobre seu corpo, ou seja, o dino morreu asfixiado abaixo da duna. Talvez o povo Anasazi, que vivia ali, descobriram o esqueleto parcialmente exposto na rocha e com base nisso criaram a lenda do monstro da areia que engole pessoas.
Este animal era um sauropodomorfo, um antepassado dos grandes Saurópodes, que tinham pescoço e cauda relativamente longos, cabeça pequena e dentes em forma de folha para comer plantas, que no deserto Navajo do Jurássico deveriam ser escassas. O Seitaad poderia caminhar em suas quatro pernas ou ficar em pé somente nos membros posteriores, liberando os "braços" para agarrar galhos ou usá-los para defesa contra predadores, pois tinha na "mão" uma garra grande, característica deste grupo de animais. Provavelmente havia poucos oásis mais úmidos no deserto onde plantas cresciam e permitiam a sobrevivência dos vegetarianos, que serviam então de presa a pequenos predadores que apareceram ali, como mostram poucos fósseis da região. Os fósseis nestas rochas são raros, mas já permitiram descobrir que existiram dinossauros herbívoros, carnívoros, parentes dos crocodilos e até mamíferos primitivos vivendo ali, estes últimos chamados Tritylodontes.
Este achado ajuda a compreender a evolução e dispersão bem sucedida dos sauropodomorfos durante o Jurássico Inferior, pois sabe-se que existiram animais bem parecidos e que viveram em épocas próximas, só que na América do Sul e região Sul da África, entre 175 a 200 milhões de anos. O artigo descrevendo o animal foi publicado no site PLoS One, que publica artigos científicos online com acesso gratuito.
Embora a camada de arenito Navajo esteja exposta por todo o estado de Utah e Arizona, fósseis são extremamente raros e não se sabe muito sobre os animais que viveram nesse deserto gigante. Dizem os paleontólogos que a maioria dos bichos ali eram pequenos, até mesmo o Seitaad, só que este comparado aos demais era o maior herbívoro da região naquele período. De acordo com os cientistas deve haver muitos fósseis escondidos na região esperando para serem descobertos e cabe aos palentólogos ir à caça.
Fontes
Joe Pachak encontrou o fóssil em 2005, em uma colina onde indígenas da região haviam esculpido na rocha de arenito (rocha formada por areia) uma espécie de casa e logo avisou as autoridades locais sobre sua descoberta, neste caso o Museu de História Natural de Utah e o Federal Bureau of Land Management (BLM), que enviaram grupos de paleontólogos ao local para remover o animal fossilizado do solo.
Os ossos estavam bem preservados, em excelente estado, contendo boa parte do corpo, com exceção do crânio, vértebras cervicais, parte da pélvis e vértebras caudais, o que permitiu aos pesquisadores checar as características do bicho com detalhes.
O animal recebeu um nome interessante, Seitaad ruessei, cujo significado principal vem de uma lenda do povo Navajo, que fala sobre um monstro do deserto ou da areia, que engolia pessoas nas dunas do deserto. O segundo nome, ruessei, foi escolhido em homenagem ao explorador Everett Ruess, que desapareceu misteriosamente na mesma região durante a década de 1930, quando ele tinha 20 anos. Seu corpo nunca foi encontrado, mas por outro lado acharam o fóssil do Seitaad, cujos últimos momentos devem ter sido terríveis.
Segundo análises feitas na rocha, o local era um enorme e seco deserto no início do Jurássico e o dinossauro foi soterrado vivo por uma duna em colapso, que desmoronou sobre ele sem dar chance alguma de escape. Para um animal do porte do Seitaad, com só 1 metro de altura e 4,5 metros de comprimento e pesando por volta de 70 a 90 quilos, seria difícil e praticamente impossível livrar-se de muitas toneladas de areia sobre seu corpo, ou seja, o dino morreu asfixiado abaixo da duna. Talvez o povo Anasazi, que vivia ali, descobriram o esqueleto parcialmente exposto na rocha e com base nisso criaram a lenda do monstro da areia que engole pessoas.
Este animal era um sauropodomorfo, um antepassado dos grandes Saurópodes, que tinham pescoço e cauda relativamente longos, cabeça pequena e dentes em forma de folha para comer plantas, que no deserto Navajo do Jurássico deveriam ser escassas. O Seitaad poderia caminhar em suas quatro pernas ou ficar em pé somente nos membros posteriores, liberando os "braços" para agarrar galhos ou usá-los para defesa contra predadores, pois tinha na "mão" uma garra grande, característica deste grupo de animais. Provavelmente havia poucos oásis mais úmidos no deserto onde plantas cresciam e permitiam a sobrevivência dos vegetarianos, que serviam então de presa a pequenos predadores que apareceram ali, como mostram poucos fósseis da região. Os fósseis nestas rochas são raros, mas já permitiram descobrir que existiram dinossauros herbívoros, carnívoros, parentes dos crocodilos e até mamíferos primitivos vivendo ali, estes últimos chamados Tritylodontes.
Este achado ajuda a compreender a evolução e dispersão bem sucedida dos sauropodomorfos durante o Jurássico Inferior, pois sabe-se que existiram animais bem parecidos e que viveram em épocas próximas, só que na América do Sul e região Sul da África, entre 175 a 200 milhões de anos. O artigo descrevendo o animal foi publicado no site PLoS One, que publica artigos científicos online com acesso gratuito.
Embora a camada de arenito Navajo esteja exposta por todo o estado de Utah e Arizona, fósseis são extremamente raros e não se sabe muito sobre os animais que viveram nesse deserto gigante. Dizem os paleontólogos que a maioria dos bichos ali eram pequenos, até mesmo o Seitaad, só que este comparado aos demais era o maior herbívoro da região naquele período. De acordo com os cientistas deve haver muitos fósseis escondidos na região esperando para serem descobertos e cabe aos palentólogos ir à caça.
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