© Angus Mcbride
Nome Científico: Doedicurus clavicaudatus.
Significado do Nome: Cauda de Pilão
Tamanho: de 3,6 a 4 metros de comprimento e 1,65 metros de altura.
Peso: cerca de 2 toneladas.
Alimentação: Herbívora.
Período: Pleistoceno.
Local: Argentina, Brasil e Uruguai.
Como não tenho muitos dados sobre a descoberta do Doedicurus especificamente, relembro aqui fatos generalizados, em relação ao grupo de animais como um todo, o grupo dos gliptodontídeos e por isso posso dizer que os primeiros fósseis de Tatus gigantes foram encontrados há muito tempo, quando o naturalista Charles Darwin, em viagem no navio H.M.S. Beagle em busca de dados sobre a fauna e flora de diversos países, chegou à América do Sul. Ele notou que existiam diversos fósseis na América do Sul que com certeza não pertenciam a nenhum animal ainda vivente. Já haviam descoberto a Preguiça-Gigante Megatherium e alguns pensaram que placas ósseas encontradas nas mesmas rochas pertenciam a este mamífero, uma dúvida que permaneceu até 1837, quando Darwin retornou à Europa, para onde haviam sido enviados os fósseis.
Porém, finalmente perceberam que tais fósseis eram de antepassados dos Tatus, o que deu força à teoria da evolução que Darwin, ainda estava conceituando. Darwin havia visto os Tatus modernos e preguiças atuais na América do Sul e percebeu a semelhança entre os animais fósseis com estes, então conceituando a ideia da substituição de espécies maiores para menores com o decorrer dos milhões de anos. Os primeiros exemplares foram nomeados, mas a maior parte dos nomes foram abandonados, sendo que de um total de 6, só permanecem em uso 2 nomes, que são Hoplophorus e Glyptodon. Estes foram os primeiros Tatus gigantes a fixarem-se como espécies válidas. Só depois o D. clavicaudatus seria nomeado, mas infelizmente não pude encontrar o nome de quem o nomeou nem a data exata.
Mas, deixando pra lá o lado histórico, vamos saber mais sobre as características deste mamífero, que sem dúvidas é muito legal, um dos meus favoritos.
Ele viveu principalmente na América do Sul, especificamente na Argentina, Brasil e Uruguai que tem os melhores restos do animal, sendo o primeiro país o mais rico em fósseis deste vertebrado, principalmente na Formação da Enseada. No entanto outros locais na América apresentam indícios do animal, mas devido à falta de fontes, no mapa da distribuição do animal que costumo inserir nas postagens, decidi manter apenas Argentina, Brasil e Uruguai como locais de achado, embora segundo alguns dizem, o animal apareceu na América do Norte, no México e sul dos Estados Unidos, tendo migrado no Grande Intercâmbio de Espécies. Na verdade as espécies que migraram para o norte evoluíram e pertencem a outros gêneros, então já não cabe mais descrevê-las nesta postagem.
Este bizarro ser viveu no Pleistoceno, desde 2 milhões de anos atrás aproximadamente, até cerca de 11 mil anos, quando foi extinto junto com muitos de seus conterrâneos, como o Smilodon, o Macrauchenia entre outros. O Doedicurus clavicaudatus foi um gliptodonte pré-histórico, viveu durante o Pleistoceno até o fim da última era do gelo, algo por volta de 11,000 anos atrás. Esse é talvez o maior gliptodontídeo conhecido, e criando uma controvérsia, posso dizer que é dos animais da Megafauna das Américas que melhor conhecemos, embora não haja fontes virtuais a respeitod o mesmo. Medindo cerca de 1,5 metros de altura e aproximadamente 4 metros de comprimento em média, era praticamente do tamanho de um carro pequeno. Tinha uma enorme carapaça em forma de domo que era composta de muitas placas ósseas pequeninas, unidas muito juntas e de forma forte, tornando-o bem parecido com seus parentes modernos, os tatus.
Até a cauda era recoberta por uma espécie de bainha de osso, que embora resistente era flexível, além de longos espinhos no fim da cauda, numa espécie de clava, o que se observa pelo menos nos machos de acordo com o estudo de MacNeill Alexander e seus colegas, publicado em 1999.
O Doedicurus clavicaudatus habitava as planícies e bosques mantendo uma dieta herbívora e viveu na América do Sul, onde deveria conviver com o Smilodon populator, o maior dos dentes de sabre, que habitava o Brasil e provavelmente boa parte da América do Sul. Além deste, o Doedicurus encontrou o Macrauchenia, um parente dos Camelos e a ave do terror chamada Phorusrhacos .
Os paleontólogos R. Ernesto Blanco, Washington Jones and Andres Rinderknecht fizeram uma pesquisa a respeito do uso das caudas de várias espécies de gliptodontes, incluindo o Doedicurus e acabaram chegando à conclusão de que eram mesmo ferramentas para lutas entre indivíduos da mesma espécie.
No caso do Doedicurus, sua clava devia ser mais usada para lutar com outros machos por fêmeas ou território, em vez de ser usada para defender-se contra os predadores como o Smilodon, pois sua carapaça já era suficientemente forte para protegê-lo de ataques. Além do mais, o uso da clava era limitado porque o animal não tinha um grande campo de visão, uma vez que a carapaça limitava o alcance da vista do bicho que só via o que estava na frente ou na lateral da frente do corpo.
Se um predador atacasse por trás, teria que bater nele às cegas, balançando a cauda para todos os lados sem saber se ia ou não ferir o atacante. No estudo de McNeill Alexander é apresentado outro indício de que essa cauda não era tão usada na defesa, são placas ósseas do animal encontradas com indícios de fraturas, causadas por uma força igual à produzida pelos músculos da cauda. Isto pode indicar que eles lutavam entre si e acabavam infringindo danos na carapaça de outros machos, reforçando a ideia do combate intraespecífico. Apesar de tudo, muitos artistas retratam o animal usando a cauda como forma de defesa contra predadores, como nas imagens abaixo.
A carapaça era fortemente grudada na pélvis, mas era solta em volta dos ombros, com uma espécie de cúpula mais alta, a qual McNeill e seus colegas acreditam ser uma espécie de reserva de gordura como a corcova dos Camelos, que servia para suprir energias do animal em tempos de seca e amortecer golpes da cauda de outros Doedicurus durante as lutas.
Como este animal viveu até pouco tempo atrás se comparado com toda a história geológica da Terra, até cerca de 11,000 anos, deve ter encontrado os primeiros seres humanos e por isso alguns pesquisadores acreditam que assim como Mamutes, Mastodontes entre outros grandes animais, o "Mega-Tatu" foi caçado pelos nossos antepassados. Há alguns anos foram encontrados em Clovis, no estado do Novo México - Estados Unidos, muitas ossadas de mamíferos da megafauna pleistocênica e entre estes restos de hominídeos, incluindo várias pontas de lança feitas de pedra lascada, o que induziu os paleontólogos a pensar que os humanoides caçavam e comiam os grandes animais do local. Estes humanos primitivos teriam migrado da Ásia para a América pela beríngia, uma ligação terrestre existente entre Rússia com o Alasca na região ártica, que naquela época era visível devido ao baixo nível do oceano, pois em plena Era Glacial grande parte da água estava retida em forma de geleiras.
Porém, novos estudos sugerem que não foi bem assim e que não foram nossos ancestrais os responsáveis pela extinção da Megafauna mamífera, a começar pelo fato de que o Povo de Clovis (assim ficaram conhecidos devido ao local onde foram achados) pode não ter sido o primeiro tipo humano a chegar aqui nas Américas.
Outro fato é que de aproximadamente 76 depósitos de ossos de megafauna que acreditava-se serem restos de presas dos hominídeos, só 14 apresentam indícios reais de que os animais eram caçados, como marcas de lanças nos ossos ou resquícios de cozimento. E dos animais à disposição no ambiente, só Mamutes ou Mastodontes eram caçados. Então como poderia uma única espécie, O Povo de Clovis, acabar com todas as grandes, e põe grande nisso, espécies de mamíferos e aves existentes durante o Pleistoceno, caçando apenas com lanças.
Por isso acredito que não foram humanos que caçaram os Doedicurus, e não foi isso que os extinguiu, mas como muitos paleontólogos agora supõe, o clima foi alterado rapidamente com o fim da Era Glacial e talvez as mudanças foram bruscas demais para o Doedicurus sobreviver. Ele provavelmente comia plantas rasteiras, limitado pelo seu tamanho e forma corporal e com o derretimento de boa parte das geleiras, sobrou água que acabou por se precipitar sobre os continentes. Essas chuvas repentinas começaram a umedecer o solo e permitiram o surgimento de plantas maiores e de espécies diversas, incluindo árvores grandes que tomaram o lugar das savanas pleistocênicas.
Sem as gramíneas e um ambiente descampado, onde poderia comer e movimentar-se livremente, o Doedicurus acabou extinto, pois seu tamanho o impedia de adentrar nas matas fechadas para procurar alimento. Suponho que qualquer tentativa de entrar no meio de árvores ou em locais de terreno irregular era difícil para este bicho, pois tinha pernas curtas, era pesado e muito corpulento. Os gliptodontes menores acabaram resistindo nos pequenos descampados que restaram, evoluindo provavelmente para os Tatus atuais, que conhecemos tão bem.
Como animal pré-histórico, o Doedicurus está entre os mais famosos da megafauna, devido ao aspecto forte e uma cauda aparentemente poderosa, além do tamanho é claro, pois não é todo dia que se vê um Tatu de 4 metros de comprimento. Filmes populares não retratam o animal, mesmo porque nenhum que eu conheça abordou o tema "mamíferos extintos", o contrário do que ocorre com os dinos que são tão populares nos filmes. No quesito documentários ele é bem popular, pois todos ou a maioria dos filmes deste gênero que abordam o Pleistoceno, mostram o animal, como a série Caminhando com as Bestas da emissora britânica BBC, que no episódio "Sabre-Tooth", o 5º de um total de 6, em que o Doedicurus aparece lutando com outro de sua espécie.
Outro documentário que vi recentemente e que retrata este animal é o Monstros Pré-históricos Revelados, do The History Channnel.
Fontes
Significado do Nome: Cauda de Pilão
Tamanho: de 3,6 a 4 metros de comprimento e 1,65 metros de altura.
Peso: cerca de 2 toneladas.
Alimentação: Herbívora.
Período: Pleistoceno.
Local: Argentina, Brasil e Uruguai.
Veja onde encontraram o Doedicurus
© Mapa modificado por Patrick Król Padilha
Esta postagem é mais um para a base de dados do blog a respeito dos Mamíferos extintos, sendo que o animal escolhido é um dos mais populares entre os integrantes da megafauna do Pleistoceno. Infelizmente, devido à carência de fontes a respeito do mesmo, terei que usar dados generalizados a respeito de outros gliptodontídeos para tentar mostrar a vocês como era o Doedicurus, o maior e mais imponente dos gliptodontes.© Mapa modificado por Patrick Król Padilha
Como não tenho muitos dados sobre a descoberta do Doedicurus especificamente, relembro aqui fatos generalizados, em relação ao grupo de animais como um todo, o grupo dos gliptodontídeos e por isso posso dizer que os primeiros fósseis de Tatus gigantes foram encontrados há muito tempo, quando o naturalista Charles Darwin, em viagem no navio H.M.S. Beagle em busca de dados sobre a fauna e flora de diversos países, chegou à América do Sul. Ele notou que existiam diversos fósseis na América do Sul que com certeza não pertenciam a nenhum animal ainda vivente. Já haviam descoberto a Preguiça-Gigante Megatherium e alguns pensaram que placas ósseas encontradas nas mesmas rochas pertenciam a este mamífero, uma dúvida que permaneceu até 1837, quando Darwin retornou à Europa, para onde haviam sido enviados os fósseis.
Porém, finalmente perceberam que tais fósseis eram de antepassados dos Tatus, o que deu força à teoria da evolução que Darwin, ainda estava conceituando. Darwin havia visto os Tatus modernos e preguiças atuais na América do Sul e percebeu a semelhança entre os animais fósseis com estes, então conceituando a ideia da substituição de espécies maiores para menores com o decorrer dos milhões de anos. Os primeiros exemplares foram nomeados, mas a maior parte dos nomes foram abandonados, sendo que de um total de 6, só permanecem em uso 2 nomes, que são Hoplophorus e Glyptodon. Estes foram os primeiros Tatus gigantes a fixarem-se como espécies válidas. Só depois o D. clavicaudatus seria nomeado, mas infelizmente não pude encontrar o nome de quem o nomeou nem a data exata.
Mas, deixando pra lá o lado histórico, vamos saber mais sobre as características deste mamífero, que sem dúvidas é muito legal, um dos meus favoritos.
Ele viveu principalmente na América do Sul, especificamente na Argentina, Brasil e Uruguai que tem os melhores restos do animal, sendo o primeiro país o mais rico em fósseis deste vertebrado, principalmente na Formação da Enseada. No entanto outros locais na América apresentam indícios do animal, mas devido à falta de fontes, no mapa da distribuição do animal que costumo inserir nas postagens, decidi manter apenas Argentina, Brasil e Uruguai como locais de achado, embora segundo alguns dizem, o animal apareceu na América do Norte, no México e sul dos Estados Unidos, tendo migrado no Grande Intercâmbio de Espécies. Na verdade as espécies que migraram para o norte evoluíram e pertencem a outros gêneros, então já não cabe mais descrevê-las nesta postagem.
Este bizarro ser viveu no Pleistoceno, desde 2 milhões de anos atrás aproximadamente, até cerca de 11 mil anos, quando foi extinto junto com muitos de seus conterrâneos, como o Smilodon, o Macrauchenia entre outros. O Doedicurus clavicaudatus foi um gliptodonte pré-histórico, viveu durante o Pleistoceno até o fim da última era do gelo, algo por volta de 11,000 anos atrás. Esse é talvez o maior gliptodontídeo conhecido, e criando uma controvérsia, posso dizer que é dos animais da Megafauna das Américas que melhor conhecemos, embora não haja fontes virtuais a respeitod o mesmo. Medindo cerca de 1,5 metros de altura e aproximadamente 4 metros de comprimento em média, era praticamente do tamanho de um carro pequeno. Tinha uma enorme carapaça em forma de domo que era composta de muitas placas ósseas pequeninas, unidas muito juntas e de forma forte, tornando-o bem parecido com seus parentes modernos, os tatus.
Até a cauda era recoberta por uma espécie de bainha de osso, que embora resistente era flexível, além de longos espinhos no fim da cauda, numa espécie de clava, o que se observa pelo menos nos machos de acordo com o estudo de MacNeill Alexander e seus colegas, publicado em 1999.
Observe a cauda do Doedicurus © Paleoguy/Dinoraul/JWK
O Doedicurus clavicaudatus habitava as planícies e bosques mantendo uma dieta herbívora e viveu na América do Sul, onde deveria conviver com o Smilodon populator, o maior dos dentes de sabre, que habitava o Brasil e provavelmente boa parte da América do Sul. Além deste, o Doedicurus encontrou o Macrauchenia, um parente dos Camelos e a ave do terror chamada Phorusrhacos .
Doedicurus solitário em seu habitat natural
© Paleoguy/Dinoraul/JWK
© Paleoguy/Dinoraul/JWK
Os paleontólogos R. Ernesto Blanco, Washington Jones and Andres Rinderknecht fizeram uma pesquisa a respeito do uso das caudas de várias espécies de gliptodontes, incluindo o Doedicurus e acabaram chegando à conclusão de que eram mesmo ferramentas para lutas entre indivíduos da mesma espécie.
No caso do Doedicurus, sua clava devia ser mais usada para lutar com outros machos por fêmeas ou território, em vez de ser usada para defender-se contra os predadores como o Smilodon, pois sua carapaça já era suficientemente forte para protegê-lo de ataques. Além do mais, o uso da clava era limitado porque o animal não tinha um grande campo de visão, uma vez que a carapaça limitava o alcance da vista do bicho que só via o que estava na frente ou na lateral da frente do corpo.
Se um predador atacasse por trás, teria que bater nele às cegas, balançando a cauda para todos os lados sem saber se ia ou não ferir o atacante. No estudo de McNeill Alexander é apresentado outro indício de que essa cauda não era tão usada na defesa, são placas ósseas do animal encontradas com indícios de fraturas, causadas por uma força igual à produzida pelos músculos da cauda. Isto pode indicar que eles lutavam entre si e acabavam infringindo danos na carapaça de outros machos, reforçando a ideia do combate intraespecífico. Apesar de tudo, muitos artistas retratam o animal usando a cauda como forma de defesa contra predadores, como nas imagens abaixo.
Doedicurus defendendo-se do Phorusrhacos© Autor desconhecido: favor informar se souber o nome
Falando na cauda, é dela que vem o nome Doedicurus, que significa "Cauda de Pilão", em referência à forma da cauda, pois se retiramos os espinhos, ficam com uma forma semelhante a de um pilão de moer grãos.
Doedicurus defendendo-se do Phorusrhacos
A cena não aparece no Walking with Beasts, apenas como foto de divulgação© BBC
A cena não aparece no Walking with Beasts, apenas como foto de divulgação© BBC
Doedicurus lutando em Walking with Beasts: esta representação está mais correta
© BBCCenas de Walking with Beasts
© BBC/Blog do Ikessauro
© BBCCenas de Walking with Beasts
© BBC/Blog do Ikessauro
Como este animal viveu até pouco tempo atrás se comparado com toda a história geológica da Terra, até cerca de 11,000 anos, deve ter encontrado os primeiros seres humanos e por isso alguns pesquisadores acreditam que assim como Mamutes, Mastodontes entre outros grandes animais, o "Mega-Tatu" foi caçado pelos nossos antepassados. Há alguns anos foram encontrados em Clovis, no estado do Novo México - Estados Unidos, muitas ossadas de mamíferos da megafauna pleistocênica e entre estes restos de hominídeos, incluindo várias pontas de lança feitas de pedra lascada, o que induziu os paleontólogos a pensar que os humanoides caçavam e comiam os grandes animais do local. Estes humanos primitivos teriam migrado da Ásia para a América pela beríngia, uma ligação terrestre existente entre Rússia com o Alasca na região ártica, que naquela época era visível devido ao baixo nível do oceano, pois em plena Era Glacial grande parte da água estava retida em forma de geleiras.
Porém, novos estudos sugerem que não foi bem assim e que não foram nossos ancestrais os responsáveis pela extinção da Megafauna mamífera, a começar pelo fato de que o Povo de Clovis (assim ficaram conhecidos devido ao local onde foram achados) pode não ter sido o primeiro tipo humano a chegar aqui nas Américas.
Outro fato é que de aproximadamente 76 depósitos de ossos de megafauna que acreditava-se serem restos de presas dos hominídeos, só 14 apresentam indícios reais de que os animais eram caçados, como marcas de lanças nos ossos ou resquícios de cozimento. E dos animais à disposição no ambiente, só Mamutes ou Mastodontes eram caçados. Então como poderia uma única espécie, O Povo de Clovis, acabar com todas as grandes, e põe grande nisso, espécies de mamíferos e aves existentes durante o Pleistoceno, caçando apenas com lanças.
Por isso acredito que não foram humanos que caçaram os Doedicurus, e não foi isso que os extinguiu, mas como muitos paleontólogos agora supõe, o clima foi alterado rapidamente com o fim da Era Glacial e talvez as mudanças foram bruscas demais para o Doedicurus sobreviver. Ele provavelmente comia plantas rasteiras, limitado pelo seu tamanho e forma corporal e com o derretimento de boa parte das geleiras, sobrou água que acabou por se precipitar sobre os continentes. Essas chuvas repentinas começaram a umedecer o solo e permitiram o surgimento de plantas maiores e de espécies diversas, incluindo árvores grandes que tomaram o lugar das savanas pleistocênicas.
Sem as gramíneas e um ambiente descampado, onde poderia comer e movimentar-se livremente, o Doedicurus acabou extinto, pois seu tamanho o impedia de adentrar nas matas fechadas para procurar alimento. Suponho que qualquer tentativa de entrar no meio de árvores ou em locais de terreno irregular era difícil para este bicho, pois tinha pernas curtas, era pesado e muito corpulento. Os gliptodontes menores acabaram resistindo nos pequenos descampados que restaram, evoluindo provavelmente para os Tatus atuais, que conhecemos tão bem.
Como animal pré-histórico, o Doedicurus está entre os mais famosos da megafauna, devido ao aspecto forte e uma cauda aparentemente poderosa, além do tamanho é claro, pois não é todo dia que se vê um Tatu de 4 metros de comprimento. Filmes populares não retratam o animal, mesmo porque nenhum que eu conheça abordou o tema "mamíferos extintos", o contrário do que ocorre com os dinos que são tão populares nos filmes. No quesito documentários ele é bem popular, pois todos ou a maioria dos filmes deste gênero que abordam o Pleistoceno, mostram o animal, como a série Caminhando com as Bestas da emissora britânica BBC, que no episódio "Sabre-Tooth", o 5º de um total de 6, em que o Doedicurus aparece lutando com outro de sua espécie.
Doedicurus de Walking with Beasts
Outro documentário que vi recentemente e que retrata este animal é o Monstros Pré-históricos Revelados, do The History Channnel.
Doedicurus em Monstros Pré-históricos Revelados
© The History Channel
Até onde sei, o Doedicurus foi poucas vezes retratado em forma de brinquedo, como boneco, e o único destes que eu conheço bem e possuo é a miniatura da Safari.ltd que retrata fielmente este animal. O boneco é facilmente encontrado em lojas de brinquedos nos Estados Unidos em lojas virtuais de lá, e no Brasil é possível encomendar pela Dinoloja. Veja abaixo a imagem do boneco.Fontes
- Wikipedia - The Free Enciclopedia
- ABC Walking with Beasts Fact File - Doedicurus
- ABC Walking with Beasts Doedicurus General Evidence
- Science Blogs/Laelaps - The School of Hard Knocks: Finding the "Sweet Spot" on Glyptodont Tail
- Aventuras na História - O Homem é inocente!
- Monstros Pré-Históricos Revelados em DVD
- Walking with Beasts em DVD
- KERBER, Leonardo; OLIVEIRA, Édison V. Novos Fósseis de Vertebrados para a Sanga da Cruz (Pleistoceno Superior), Alegrete, RS, Brasil. In Revista Pesquisa em Geociências nº 35, p. 39-45. 2008. Acesso online em 12 jan 2010, Disponível em <>.
- Huge extinct south american Mammals from the Late Quaternary (Late Pleistocene). Acesso online em 13 jan 2010, Disponível em <>.
4 comentários :
Ikessauro, queria saber se você poderia me dar dicas de sites que falam do Glyptodon. É que eu vou fazer uma postagem falando do bicho e as minhas fontes são muito pobres referente a esse animal. Pode me ajudar?
Olá Rafael
Não tenho muito o que ajudar. Na verdade recomendo pesquisar pelo Google mesmo o nome científico do bicho e ver no que dá, é assim que faço. Se possível tu usa livros que tiver acesso em casa ou biblioteca.
Ikessauro, os filmes da era do gelo(triologia de comédias) são corretos cientificamente?(sem contar os animais falando e agindo como humanos ehehe...)
Oi Lore
Acredito que não, pois muitos animais aparecem juntos fora de seu habitat natural. Macrauchênias com Mamutes??? Lol.
Sem falar que pensam e falam como gente, e tal. Filmes como JP, Era do Gelo, desenhos como Flintstones e afins não são para educar, são entretenimento!
Abraço.
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