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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dinossauros nidificavam em ambientes hidrotermais

Reconstrução de como seria o local no Cretáceo
© Gerald Grellet-Tinner/Lucas Fiorelli

Ei pessoal, sabiam que os dinos não eram bobos nem nada? Se podiam aproveitar certos aspectos de seu ambiente, certamente faziam. É o que comprovam os cientistas que encontraram em um local, o Geopark Sanagasta da Argentina, uma grande maternidade vulcânica dinos. É um sítio que está repleto de ovos fossilizados de saurópodes. O local tem cerca de 80 ninhos com ovos próximos a um geiser o de outro local que emanava calor, numa região que tinha atividade vulcânica. Não é uma coincidência, pois os ovos necessitam de umidade e calor para chocar de forma adequada e ovos grandes são particularmente exigentes em quantia destes fatores. Esses dinossauros estavam usando o planeta para manter seus filhotes quentes. Para saber mais, veja o resto da postagem!


A Argentina é o paraíso para qualquer paleontólogo que busca por ovos de dinos. Diferentes províncias tem rendido muitos sítios de nidificação.A maioria pertenceu a saurópodes e alguns continham ovos fósseis com embriões dentro. Os sítios nos contram muito sobre como os animais se pareciam na juventude e depois desta, até mesmo permitem saber o que os filhotes pequeninos comiam, mas o que nunca foi questionado é o porque tais locais eram tão convidativos para mães prestes por seus ovos.
Foram os pesquisadores Gerald Grellet-Tinner e Lucas Fiorelli que descobriram os ninhos em um vale de Sanagasta, com muita atividade geotérmica. A área é repleta com geisers e aberturas no solo que expeliam gases e calor. Hoje, estão rodeadas de cristais característicos e minerais, bem como traços de lama fossilizada. Esses sinais nos contam que todas estas estruturas eram ativas durante o Cretáceo, período em que viveram os dinossauros que ali botaram ovos, porém hoje o vulcanismo está extinto na região.
Alguns ovos de saurópode
© AFP

Os ovos eram enterrados em solo muito úmido, disseram os paleontólogos. As ninhadas sempre se situam dentro de um raio de 3 metros de uma das estruturas geotérmicas. As cascas tem uma extensa rede de poros, que davam às cascas uma aparência esponjosa se observadas em um corte transversal, e os ovos, sugerem os cientistas, eram enterrados em solo saturado de água. A casca por fora era rugosa, mantendo os poros, que ficavam entre os pequeninos nódulos, limpos e abertos, pois a textura da casca impedia que os sedimentos se acumulassem.
Um dos enormes ovos
© Gerald Grellet-Tinner/Lucas Fiorelli

Cada ovo era enorme, medindo cerca de 21 centímetros de diâmetro. Suas cascas tem quase um centímetro de grossura, variando de 1,29 a 7,25 milímetros de espessura, indicando que ficavam mais finos com o tempo, talvez resultado dos ácidos expelidos pelo vulcanismo, o que acabava ajudando os bebês a quebrar as casas. cujos fragmentos estão tão bem preservados que pode-se remontar o ovo quase inteiro. São tão grandes e grossos que devem ter sido postos por um enorme animal, provavelmente um dos saurópodes gigantes que viveram na área. Infelizmente, sem que esqueletos de adultos fossem encontrados, foi impossível descobrir que espécie botou os ovos. No entanto, qualquer espécie que seja, claramente pôs os ovos no vale repetidamente e em grande quantia, em todas as temporadas, formando um laço especial com o local. A média de ovos é de 3 a 12 por ninho, mas alguns tinham até 35 deles, chegando a ocupar uma área de mais de 2 metros de diâmetro.

Não surpreende que pelo menos alguns dinossauros usassem esta estratégia, pois algumas aves atuais, que são os mais próximos parentes dos dinossauros vivos atualmente, fazem as mesma coisa.
Os megápodes, um grupo de aves que fazem ninhos no chão, procuram manter os ovos enterrados a emperaturas específicas, jogando mais solo sobre o monte onde estão os ovos ou retirando o excesso, sempre checando a temperatura com os bicos sensíveis. O raro megapode polinésio provavelmente chega bem perto do que faziam os dinos. Em seu habitat na ilha Niuafo, em Tonga, eles enterram os ovos nos sítios de nidificação aquecidos por vulcões. É uma estratégia que tem funcionado muito bem e já é usada há milhões de anos.

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