Reconstrução do Concavenator
© Raúl Martín
Ei dino galera, esse é outra daquelas postagens de notícias que atrasaram pela minha falta de tempo de postar. Se não viu ainda, aproveite e leia tudo aqui. Desta vez a descoberta é de um terópode com calombos ósseos nos ossos do braço e uma estranha corcunda nas costas traz evidências de que penas começavam a aparecer antes que os pesquisadores pensavam, de acordo com um estudo publicado na Nature esta semana. Leia mais sobre o assunto no resto da postagem.
A nova espécie, nomeada como Concavenator corvatus, tinha cerca de 6 metros de comprimento do nariz à cauda e viveu durante o Cretáceo Inferior, há 130 milhões de anos. Seus descobridores, liderados pelo paleontólogo Francisco Ortega da Universidade Nacional de Ensino à Distância de Madrid, encontraram o fóssil em um platô semi-árido chamado Las Hoyas, na Espanha Central, que durante o Cretáceo Inferior era uma planície subtropical alagadiça.
Mas foram os pequenos calombos nos seus braços que causaram alvoroço: os pesquisadores acham que tais estruturas eram parte de proto-penas, quase como uma penugem longa e mais rígida, ligada aos ossos do animal. Dentro da árvore genealógica dos dinossauros, o grupo Coelurosauria, é conhecido por ter desenvolvido penas e nos ossos dos braços alguns calombos que as suportavam. Essa linhagem, que inclui o famoso T.rex e o Velociraptor, também contém os ancestrais das aves modernas. Quando Ortega e sua equipe tentaram classificar o animal novo em um dos grupos de dinossauros da árvore evolucionária, surpreenderam-se porque o Concavenator apresenta ossos com formas e texturas que indicam que está mais próximo de Allosauroidea, o grupo dos alossaurídeos, que até hoje não tinham apresentado nem sequer resquícios de plumas.
E o interessante é que os calombos dos braços “parecem exatamente como as inserções em que as penas de voo das asas das aves se ligam”, disse Michael Benton, um paleobiólogo da Universidade de Bristol, no Reino Unido. Se a interpretação sobre tais estruturas feitas por Ortega e seus colegas estiver correta, isso implica que dinossauros mostraram estruturas semelhantes às penas muito antes do que se pensava. Segundo Ortega, é bem improvável que o mesmo tipo de estruturas tenha evoluído separadamente em dois grupos diferentes, por isso imaginam que o grupo Neotetanurae, o ancestral comum de ambos os outros dois grupos, pode ter tido exemplares emplumados.
Porém as espécies de Neotetanurae viveram durante o Jurássico Médio, entre 175 a 161 milhões de anos atrás, antes do grupo Coelurosauria emergir. Então caro dinomaníaco, imagine que precisamos de uma revisão na época estimada para o surgimento de características de aves em terópodes.
É, o achado do dino espanhol está provocando muita mudança e uma delas é a troca, para antes, sa época em que estruturas avianas começaram a surgir em dinossauros, segundo Ortega. O esqueleto fóssil do Concavenator está bem preservado. E além das estruturas dos braços que podem ter sustentado as proto-penas, esse dinossauro apresenta a 11ª e 12ª vértebras bem mais longas que as demais.
No entanto, ao contrário do Espinossauro, que tinha um aumento gradativo do tamanho das espinhas, formando uma vela nas costas por completo, o Concavenator tinha no máximo uma espécie de corcova ou crista pequena, perto do quadril. “Uma possibilidade é que esta estrutura incomum fosse usada como enfeite, atrativo visual,” diz Roger Benson, paleontólogo da Universidade de Cambridge, Reino Unido. Ortega e sua equipe concordam com essa possibilidade, mas também notam estruturas que poderiam ter sido usadas para termoregulação, como proposto para a vela do Espinossauro e placas dos estegossaurídeos ou escudos dos ceratopsianos. Outra hipótese é que fosse como a corcova dos camelos, armazenando gordura como fonte de energia. Até que os paleontólogos achem mais fósseis com as mesmas características, a verdadeira função da corcova permanece um mistério. Benton diz que por enquanto, “só podemos dizer com certeza: Isso não é bizarro?”
Há outra questão em aberto em relação à biologia dos pássaros, diz Benton: “Qual é a variedade de estruturas de plumagem que surgiram em dinossauros que não existem em nenhuma ave moderna?” Os apoios das cerdas nos braços do Concavenator lembram aqueles dos pássaros emplumados, mas devem ter sido suporte de outras estruturas como pequenas fibras, cerdas de queratina, a mesma proteína que forma penas, pelos e unhas. Deve haver ainda outros “becos sem saída” como esta característica do Concavenator entre os dinossauros e os paleontólogos gostariam de saber sobre. “Nós teremos que entender que os dinossauros eram mais como aves,” disse Ortega. Benson concorda: “A maioria dos alossaurídeos são retratados como animais mais rústicos, reptilianos, bem ao contrário das aves. O que isso nos mostra é que eles devem ter incluído mais espécies avianas também”.
Fontes
A nova espécie, nomeada como Concavenator corvatus, tinha cerca de 6 metros de comprimento do nariz à cauda e viveu durante o Cretáceo Inferior, há 130 milhões de anos. Seus descobridores, liderados pelo paleontólogo Francisco Ortega da Universidade Nacional de Ensino à Distância de Madrid, encontraram o fóssil em um platô semi-árido chamado Las Hoyas, na Espanha Central, que durante o Cretáceo Inferior era uma planície subtropical alagadiça.
Mas foram os pequenos calombos nos seus braços que causaram alvoroço: os pesquisadores acham que tais estruturas eram parte de proto-penas, quase como uma penugem longa e mais rígida, ligada aos ossos do animal. Dentro da árvore genealógica dos dinossauros, o grupo Coelurosauria, é conhecido por ter desenvolvido penas e nos ossos dos braços alguns calombos que as suportavam. Essa linhagem, que inclui o famoso T.rex e o Velociraptor, também contém os ancestrais das aves modernas. Quando Ortega e sua equipe tentaram classificar o animal novo em um dos grupos de dinossauros da árvore evolucionária, surpreenderam-se porque o Concavenator apresenta ossos com formas e texturas que indicam que está mais próximo de Allosauroidea, o grupo dos alossaurídeos, que até hoje não tinham apresentado nem sequer resquícios de plumas.
Osso do braço do Concavenator (com a setas apontando os calombos)
Osso do braço de um peru moderno (com fundo preto)
© Divulgação
Osso do braço de um peru moderno (com fundo preto)
© Divulgação
E o interessante é que os calombos dos braços “parecem exatamente como as inserções em que as penas de voo das asas das aves se ligam”, disse Michael Benton, um paleobiólogo da Universidade de Bristol, no Reino Unido. Se a interpretação sobre tais estruturas feitas por Ortega e seus colegas estiver correta, isso implica que dinossauros mostraram estruturas semelhantes às penas muito antes do que se pensava. Segundo Ortega, é bem improvável que o mesmo tipo de estruturas tenha evoluído separadamente em dois grupos diferentes, por isso imaginam que o grupo Neotetanurae, o ancestral comum de ambos os outros dois grupos, pode ter tido exemplares emplumados.
Os pesquisadores trabalhando com o fóssil
© Divulgação
Porém as espécies de Neotetanurae viveram durante o Jurássico Médio, entre 175 a 161 milhões de anos atrás, antes do grupo Coelurosauria emergir. Então caro dinomaníaco, imagine que precisamos de uma revisão na época estimada para o surgimento de características de aves em terópodes.
É, o achado do dino espanhol está provocando muita mudança e uma delas é a troca, para antes, sa época em que estruturas avianas começaram a surgir em dinossauros, segundo Ortega. O esqueleto fóssil do Concavenator está bem preservado. E além das estruturas dos braços que podem ter sustentado as proto-penas, esse dinossauro apresenta a 11ª e 12ª vértebras bem mais longas que as demais.
No entanto, ao contrário do Espinossauro, que tinha um aumento gradativo do tamanho das espinhas, formando uma vela nas costas por completo, o Concavenator tinha no máximo uma espécie de corcova ou crista pequena, perto do quadril. “Uma possibilidade é que esta estrutura incomum fosse usada como enfeite, atrativo visual,” diz Roger Benson, paleontólogo da Universidade de Cambridge, Reino Unido. Ortega e sua equipe concordam com essa possibilidade, mas também notam estruturas que poderiam ter sido usadas para termoregulação, como proposto para a vela do Espinossauro e placas dos estegossaurídeos ou escudos dos ceratopsianos. Outra hipótese é que fosse como a corcova dos camelos, armazenando gordura como fonte de energia. Até que os paleontólogos achem mais fósseis com as mesmas características, a verdadeira função da corcova permanece um mistério. Benton diz que por enquanto, “só podemos dizer com certeza: Isso não é bizarro?”
Posição do Concavenator na árvore genealógica dos dinossauros
© Divulgação
Há outra questão em aberto em relação à biologia dos pássaros, diz Benton: “Qual é a variedade de estruturas de plumagem que surgiram em dinossauros que não existem em nenhuma ave moderna?” Os apoios das cerdas nos braços do Concavenator lembram aqueles dos pássaros emplumados, mas devem ter sido suporte de outras estruturas como pequenas fibras, cerdas de queratina, a mesma proteína que forma penas, pelos e unhas. Deve haver ainda outros “becos sem saída” como esta característica do Concavenator entre os dinossauros e os paleontólogos gostariam de saber sobre. “Nós teremos que entender que os dinossauros eram mais como aves,” disse Ortega. Benson concorda: “A maioria dos alossaurídeos são retratados como animais mais rústicos, reptilianos, bem ao contrário das aves. O que isso nos mostra é que eles devem ter incluído mais espécies avianas também”.
Fontes
0 comentários :
Postar um comentário