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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Entrevista com o Paleontólogo e Paleoartista Felipe Alves Elias

Felipão caprichando no papel
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Felipe Alves Elias

Bem pessoal, percebi que muitos de nós, amantes da paleontologia e da paleoarte, temos dúvidas sobre o assunto, principalmente aqueles que querem seguir esta área profissionalmente. Por isso convidei Felipe Alves Elias, paleontólogo e paleoartista de grande talento, que por sinal é um cara muito gente boa, para dar uma entrevista ao Blog do Ikessauro, contanto sobre sua experiência profissional, respondendo algumas perguntas que fiz a ele e que, espero, vá responder às suas dúvidas leitor do Blog do Ikessauro. Clique para ler a postagem completa e leia a entrevista na íntegra e confira alguns exemplos de ilustrações do artista que é o grande amigo Felipe!


Então vamos lá, abaixo você confere a entrevista. Enviei as pergunta ao Felipe que prontamente respondeu e gentimente concedeu autorização para a publicação, então aproveitem!

Ikessauro: Como é seu nome/se apresente.

Felipe:
Saudações a todos os leitores do Blog do Ikessauro! Meu nome é Felipe Alves Elias, nasci em 1980 na cidade de São Paulo, mas vivo na Baixada Santista, litoral do estado, há 26 anos. Hoje moro em Santos, que é a principal cidade da região, conhecida principalmente por causa da sua atividade portuária e pela tradição no futebol.

Ikessauro: Desde quando você curte paleontologia, vida pré-histórica?
Felipe: Desde quando eu posso me lembrar! Acho que muito disso vem do meu gosto pela natureza. Cresci em uma cidade litorânea, no meio da Mata Atlântica e rodeada por praias. Esse foi o “quintal” onde eu fui criado, mantendo contato muito estreito com as plantas, os bichos e o mar. Quando pequeno eu não gostava muito do barulho e da agitação das crianças da minha idade. Tinha um perfil mais contemplativo. Gostava de observar as coisas, era curioso. Fazia mil perguntas na minha cabeça. Acho que é um tipo de personalidade que combina bem com alguém que gosta de ciências, especialmente àquelas ligadas à natureza. Meu primeiro contato com a vida pré-histórica aconteceu quando eu tinha uns cinco anos de idade. Meus pais sempre deram muito valor aos livros, e tínhanos muitos deles nas prateleiras. Minha mãe tinha uma linda coleção do tipo enciclopédia, que ela guardava desde os tempos de menina. Eu ainda não sabia ler, mas adorava suas ilustrações. Havia algumas lindíssimas retratando dinossauros, e foram essas imagens que despertaram minha primeira curiosidade sobre o assunto.
Spinosaurus Aegyptiacus
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Felipe Alves Elias

Ikessauro: Você trabalha na área de paleontologia profissionalmente?

Felipe: Sim, tenho formação acadêmica e experiência em pesquisa científica. Hoje estou um pouco afastado das coletas de campo e do trabalho no laboratório, dedicando a maior parte do meu tempo às aulas que leciono para turmas de Ciências Biológicas e Químicas, em uma universidade santista. Quando na ativa, dedico minha atenção ao estudo da dentição de vertebrados fósseis, especialmente dinossauros, crocodilos e pterossauros. Por serem muito resistentes, os dentes costumam ser encontrados com muita frequência nos registros fósseis. Mesmo um único dente isolado pode fornecer grande variedade de informações sobre a identidade, os hábitos, a fisiologia e até as relações evolutivas de certas espécies: por isso esse tipo de pesquisa mostra um grande potencial, e sempre temos trabalho interessante a fazer.

Ikessauro: Quando decidiu que era isso que queria como profissão?

Felipe:
Desde criança eu sempre soube que teria um trabalho ligado à natureza. Considerei a possibilidade de me tornar veterinário, mas com o tempo descobri que não tinha perfil para essa profissão. A opção pela paleontologia veio mais tarde. O começo da minha adolescência foi uma fase de verdadeira obsessão pelos fósseis, e acho que foi naquela época que eu comecei a tomar essa direção. Durante o ensino médio tive apoio de alguns professores muito queridos, que me ofereceram orientação valiosa sobre os caminhos e as etapas que eu precisaria vencer para atingir o meu objetivo. Foi quando eu comecei a ter certeza que aquele era o meu caminho.
E não é que o cara manda bem com os mamíferos também!
Mammuthus imperator
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Felipe Alves Elias

Ikessauro: Qual é o melhor caminho para tornar-se paleontólogo no Brasil?

Felipe: No Brasil, como na maior parte dos outros países, não existem cursos universitários que formem profissionais de nível superior em paleontologia. Tornar-se paleontólogo significa, portanto, concluir etapas específicas de formação após a conclusão de um curso de graduação - o que chamamos de pós-graduação. É preciso ter em mente que a paleontologia é um campo de estudo multidisciplinar, que envolve várias áreas do conhecimento científico. Isso a torna uma ciência muito “democrática”, permitindo que profissionais com difererentes formações possam se especializar e atuar pesquisando fósseis. A paleontologia sempre foi um campo estreitamente ligado às ciência da Terra, em especial à geologia. A paleontologia, de fato, surgiu para atender uma necessidade prática dos geólogos vitorianos, como uma ciência aplicada que permitia a caracterização de fósseis úteis no reconhecimento de camadas geológicas de interesse econômico. Por tradição a maior parte dos programas de pós-graduação oferecidos no Brasil estão vinculados à departamentos de geociências, e pesquisadores com formação em geologia ainda são muito comuns. Os fósseis, no entanto, representam restos e vestígios da vida primitiva, e portanto, também são fazem parte da esfera das ciências biológicas. À medida que o interesse em reconstituir os hábitos de vida e as relações evolutivas das espécies preservadas no registro fóssil aumenta, um número cada vez maior de paleontólogos com formação em biologia - como é o meu caso – surge para atender essa demanda. Ainda que geólogos e biólogos juntos componham a maior fatia dos pesquisadores na ativa, a paleontologia também recebe profissionais de muitas outras áreas. Hoje alguns dos caçadores de fósseis e pesquisadores mais atuantes incluem historiadores, geógrafos, oceanógrafos e até médicos ortopedistas!
Ikessauro: Qual a área de atuação? Há mercado de trabalho e a remuneração é boa?

Felipe: A maior parte dos paleontólogos são contratados por universidades públicas e particulares, e dividem seu tempo entre a pesquisa científica e o trabalho em sala de aula, lecionando. Empresas que exploram recursos geológicos de interesse econômico, especialmente as companhias petrolíferas, também oferecem vagas para paleontólogos, que atuam no reconhecimento de microfósseis indicadores de potenciais jazidas produtoras de petróleo e gás natural. Como o número de paleontólogos no Brasil é relativamente pequeno, existem ainda várias frentes de trabalho sendo oferecidas. A remuneração varia muito, e depende de fatores como o nível de formação acadêmica, a instituição, o regime de trabalho e as atividades realizadas. Paleontólogos que trabalham em companhias petrolíferas costumam ser melhor remunerados; pesquisadores e professores titulares de universidades gozam de uma razoável estabilidade financeira, mas alunos de pós-graduação normalmente recebem auxílio financeiro através de bolsas oferecidas por entidades de apoio à pesquisa, e em geral vivem uma vida sem muito luxo.
Não vamos esquecer do Dimetrodon, outro trabalho excelente
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Felipe Alves Elias

Ikessauro: Você trabalha com paleoarte, correto? Quanto começou a levar isso a sério?

Felipe:
Sempre gostei de paleoarte. Foi através dela que conheci a paleontologia. Mas nunca pensei em me envolver profissionalmente com isso. As coisas começaram a mudar em 2001. Na época eu estava no penúltimo ano do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, e uma das disciplinas que eu cursava era Didática. Para o exame final da disciplina eu tinha que desenvolver um projeto sobre um tema do meu interesse, que tivesse uma proposta voltada para a educação. Eu decidi então criar uma página na internet sobre paleontologia, com o objetivo de popularizar um pouco os conhecimentos dessa área. Foi assim que eu criei o portal Território dos Dinossauros. Eu ainda não era paleontólogo, mas me esforcei ao máximo para fazer um bom trabalho, de um jeito bem parecido com aquele que o Patrick hoje faz - com grande qualidade - em seu blog. Para ilustrar os textos que escrevia, solicitava a permissão do uso de imagem a alguns paleoartistas conhecidos. Nem todos autorizavam, e isso às vezes me deixava em apuros. Cansado de ficar implorando apoio, um dia decidi que eu mesmo iria ilustrar a página, o que me deixou mais livre para tocar meu projeto. Minhas habilidades na época eram bem limitadas, mas os internautas gostavam, e o Território dos Dinossauros era muito popular na época. Essa popularidade me proporcionou visibilidade, e aos poucos as pessoas começaram a me conhecer e acreditar no meu trabalho. Então surgiram os primeiros convites profissionais. Um amigo de João Pessoa me propos ilustrar um livro que estava escrevendo, e foi uma experiência muito bacana! Cheguei a produzir algumas imagens para uma matéria na revista Scientific American, e trabalhei como consultor em uma série de livros da Editora Globo, com o personagem Horácio, criado pelo cartunista Maurício de Sousa. Nada foi planejado, mas eu resolvi apostar, e sempre que um convite interessante surgia, eu aproveitava a oportunidade ao máximo. Em 2005 eu já estava desenvolvendo minha pesquisa no programa de pós-graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), quando recebi o convite para produzir ilustrações para a exposição Dinos-na-Oca, a maior do gênero que já foi feita no Brasil. Foi uma experiência incrível, e poder ter feito parte dela foi um grande presente. Muitas portas desde então se abriram. Trabalhei em vários projetos diferentes, todos incríveis. O mais recente deles foi o livro O GUIA COMPLETO DOS DINOSSAUROS DO BRASIL, escrito pelo Prof. Luiz Anelli, da Universidade de São Paulo, que está sendo muito bem recebido pelo público.

Ikessauro: O que é preciso para ser um bom paleoartista?

Felipe: O primeiro ponto – e o mais óbvio - é ter alguma habilidade ou treinamento em artes. Pode ser ilustração, escultura ou até mesmo modelagem digital. A arte é o instrumento pelo qual o paleoartista transmite o conceito! Cada profissional desenvolve o seu próprio estilo, aperfeiçoando uma determinada técnica que vai se adequar a um tipo específico de mídia. A paleoarte pode ser representada por imagens, réplicas ou modelos criados digitalmente. Modelos em vida dos seres pré-históricos, seja em escala ou tamanho natural, são peças sempre atrativas em exposições abertas ao público. Paleoartistas que atuam em museus, assim, atendem uma grande demanda de trabalhos dessa natureza, necessitando desenvolver técnicas especiais para reproduzir peças com o máximo de detalhe, capazes de agradar mesmo os olhos dos observadores mais atentos. Outros paleoartistas atendem principalmente projetos destinados à mídia impressa, como livros, encartes, pôsteres, álbuns de figurinhas, jornais e revistas. Esse é o tipo de veículo em que a ilustração tem um impacto muito grande, e várias técnicas de pintura e desenho tradicionais ou digitais podem ser igualmente aplicadas. A demanda mais recente, que vem ganhando muita visibilidade, corresponde às reconstruções digitais. Hoje temos alguns excelentes paleoartistas brasileiros atuando nesse segmento, e seus trabalhos podem gerar animações realistas veiculadas em video-documentários, softwares interativos ou páginas web. Mas se a habilidade artística é o instrumento de ação da paleoarte, a ciência é a fonte de todo o conceito. Ela orienta a prática, revela os caminhos e as escolhas a serem tomadas. Por isso ainda que trabalhe sob a supervisão atenta de um paleontólogo, o paleoartista profissional precisa conhecer bem o seu objeto de estudo: precisa entender de anatomia, de fisiologia, de biomecânica, de ecologia, de geologia e de várias outras disciplinas associadas. São esses conhecimentos que o capacitam a interpretar as informações fornecidas pelos fósseis e reproduzir esses dados no trabalho prático. Não existe paleoarte sem ciência. Criaturas ditas “pré-históricas”, que aparecem com frequência em desenhos animados como “Os Flinstones”, filmes como “O Parque dos Dinossauros” e séries como “Invasores Primitivos” não podem, portanto, ser consideradas como resultado do trabalho paleoartístico.

Ikessauro: O que sugere aos que desejam seguir a carreira de paleontólogo e/ou paleoartista?

Felipe: O que eu aprendi com o tempo é que uma carreira nessa área se constrói da mesma forma que em qualquer outro campo profissional. Seriedade e ética não são requisitos opcionais, são fundamentais. Construir uma boa reputação é um processo lento e muito trabalhoso, mas basta um erro para colocar tudo abaixo. Vale todo o cuidado para não ser pego na armadilha do deslumbramento! A paleontologia é dinâmica, e a cada nova descoberta conceitos são revistos: idéias antigas são abandonadas na mesma velocidade que outras tomam o seu lugar. A ciência nos coloca sempre diante do abismo da nossa própria ignorância: sejam, portanto, humildes e jamais fechem a mente para aprender coisas novas. Por fim, busquem sempre um diferencial. Explorem campos que outras pessoas ainda não exploraram. Aproveitem as oportunidades com responsabilidade e sabedoria. Destaquem-se. Façam a diferença.

Ikessauro: Cite quais são seus maiores referenciais como paleoartista. Em outras palavras, quais profissionais da área você admira mais?

Felipe: São muitos, com certeza! Zdenêk Burian, Douglas Henderson, John Bindon, o casal Czerkas, os irmãos Kennis, John Gurche, James Gurney, Michael Skrepnick, Gregory S. Paul são apenas alguns exemplos, profissionais consagradíssimos e admirados por todos. As gerações mais atuais de paleoartistas também contribuem com nomes que eu respeito muito, como os já bem conhecidos Raúl Martin, Maurício Antón e David Krentz, além de Julius Csotonyi, que vem se destacando com trabalhos muito bacanas. Mas há três que, acima de todos, exercem uma influência enorme no meu trabalho e nas minhas escolhas, e por isso eu reservo sempre uma menção especial a eles. Um é Mark Hallett: ele tem um trabalho maravilhoso, que eu acompanhei desde a minha infância. Suas ilustrações sempre me encantaram, e influenciaram de forma muito marcante a minha escolha pela paleontologia como profissão. Hallett começou como ilustrador da vida selvagem, e transferiu toda essa vivência para as suas reproduções da vida pré-histórica: o trabalho anatômico e volumétrico que ele imprime nas suas restaurações confere uma veracidade aos animais que retrata como poucos conseguem fazer. Outro paleoartista que admiro bastante é o Jorge Blanco. Em muitos aspectos o trabalho dele é semelhante ao do Hallett, mas o Blanco tem um perfil muito próprio, uma estética que é incrível. E ele não é apenas um grande ilustrador, mas também cria modelos tridimensionais de uma qualidade impressionante. Em 2009 eu tive a felicidade de conhecê-lo pessoalmente em um encontro de paleoartistas sediado na cidade do Rio de Janeiro. Pudemos conviver por uma semana e foi uma troca de experiências muito positiva. Por fim não posso esquecer de Todd Marshall: a maior parte das pessoas reconhece facilmente a influência dele quando tem contato pela primeira vez com o meu trabalho. O Marshall se tornou popular restaurando dinossauros, e é muito conhecido por incluir adornos dérmicos muito elaborados nas suas restaurações. O resultado são dinossauros cheios de atitude, com um visual que chega a ser considerado exagerado, ainda que seja muito mais parcimonioso com as conclusões científicas recentes do que as escolhas mais conservadoras, que vários paleoartistas preferem adotar seguindo uma escola de pensamento que vem sendo enfraquecida pela pesquisa paleontológica nos últimos 10 anos.

Ikessauro: Quais seus objetivos ou metas mais importantes para o futuro, como paleoartista?

Felipe: A última década foi muito positiva para a paleontologia e, consequentemente, para o trabalho dos paleoartistas. Até os anos 90 quase não haviam exposições de fósseis no Brasil, e a maioria das pessoas jamais havia ouvido falar em dinossauros. Então, entre 1992 e 1993, quando começava a ser exibido na televisão o seriado “Família Dinossauro”, e logo depois era lançado o filme “O Parque dos Dinossauros”, houve uma grande explosão de popularidade dos dinossauros. Esse foi um marco muito importante, porque os brasileiros começaram a se interessar pelo assunto. A partir os museus brasileiros começaram a implementar suas exposições paleontológicas e surgiram boas oportunidades de atuação para os paleoartistas. Hoje nosso trabalho tem uma boa visibilidade - nos museus, nas exposições temporários, nos livros e até na internet. O público aprecia bastante o que fazemos, o que é muito gratificante! Ainda somos poucos, mas o nível profissional dos colegas brasileiros é alto. E embora nossa comunidade seja muito pequena, cultiva-se uma grande cumplicidade entre todos. Os estreantes são sempre recebidos com muito carinho e generosidade pelos mais experientes, e sempre há espaço para troca de experiências. Isso não é o tipo de coisa que se vê com frequência entre paleoartistas de outros países: lá a competitividade às vezes é bem agressiva, e esse é um grande ponto a nosso favor. Mas o caminho da paleoarte no Brasil ainda oferece muitos obstáculos, tanto para os profissionais mais experientes, como para aqueles que ainda estão tentando ingressar nesse meio. A maior dificuldade é encontrar oportunidade de trabalho fixo! De todos os paleoartistas brasileiros que conheço, talvez apenas um ou dois atuam hoje em regime de dedicação exclusiva. A grande maioria oferece serviços como freelance, ou seja, são contratados à medida que os projetos vão surgindo. Quando o projeto termina, são remunerado e sua participação também chega ao fim. A paleoarte é uma atividade multidisciplinar, que exige do profissional muito tempo de dedicação. Talvez muitas pessoas não acreditem, mas paleoartistas também precisam sobreviver, têm despesas e contas a pagar! Apesar da melhora na visibilidade de nosso trabalho nos últimos anos, os projetos não batem à porta todos os dias. Para garantir um rendimento financeiro mínimo, precisamos dividir nosso tempo com outras atividades. Vínculo profissional não representa apenas estabilidade financeira, mas também proporciona melhores condições de trabalho e oportunidade de aperfeiçoamento. Infelizmente a maior parte dos grupos de pesquisa paleontológica que atuam hoje nos museus e nas universidades não oferece oportunidade de trabalho regular para paleoartistas. É irônico, e aos mesmo tempo triste, constatar que nossos parceiros estejam tão pouco motivados a nos proporcionar essa integração. Quanta coisa bacana essas parcerias a longo prazo poderiam render! No momento meu maior desejo é que as coisas mudem nesse sentido. Há muita gente boa chegando por aí, mas sem muita perspectiva. E o que é pior: muitos paleoartistas bons estão desistindo, abandonando tudo pela promessa de um futuro mais promissor em outras atividades. É muito triste ver todo esse talento desperdiçado. É uma perda muito grande! Espero sinceramente que os rumos mudem, que as mentalidades mudem também, que portas se abram, e que ganhemos o carinho e o respeito que realmente merecemos. Pois somos comunicadores, a voz cientista junto ao público. Somos guardiões da memória, pois nossas mãos registram a história da paleontologia, das ideias e das mudanças. Acima de tudo nossos trabalhos cativam corações, inspirando nas novas gerações o despertar de futuros paleontólogos.

Bem, agradeço muitíssimo ao grande amigo Felipe, por ter concordado em prestar a entrevista ao Blog do Ikessauro e embora não o conheça pessoalmente, nos falamos apenas via internet, acredito que o Felipe é um cara excelente como pessoa e como profissional. Espero um dia ter a oportunidade de encontrá-lo. Até lá deixo um grande abraço a este nosso profissional que vem já há alguns anos fazendo um ótimo trabalho na divulgação científica na internet e com sua arte. Aqui nesta postagem temos apenas 3 de suas obras mais recentes, mas garanto que você caro dinófilo deve lembrar de ler o nome dele em diversas postagens aqui no Blog do Ikessauro, pois com alegria recebi autorização do Felipe já faz algum tempo para usar suas obras aqui, creditando tudo certinho é claro. Se quiser conferir mais do trabalho dessa figura, acesse uma das páginas pessoais dele.

Ele "desfossilizou" o Território dos Dinossauros recentemente e embora eu não tenha conhecido o site original, acredito que essa versão blog dele é tão bom quanto, senão melhor. Para aqueles que querem conferir mais trabalhos artísticos do Felipe, podem acessar seu outro blog pessoal, Felipe Alves Elias, onde encontrará diversos exemplos de suas ilustras e contato para trabalhos, consultoria e tudo mais. Outra página que vale a pena conferir é seu perfil e galeria no site Deviant Art. Basta clicar no nome de cada página ou acessar pelos banners da coluna de parceiros aqui do blog.

4 comentários :

Ale Ferreira disse...

Parabéns Ikessauro por mais esta ótima reportagem, valorizando o talento dos artistas Brasileiros.
Tenho aqui em casa O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil e posso garantir que além de um ótimo texto, as ilustrações são de inegável qualidade. Parabéns Felipe pelo excelente trabalho!!!

Ale Ferreira disse...

Mais uma coisa: alguém sabe me informar qual é o livro da foto (com os tigres dente de sabre)? Parece muito interessante!

rpc disse...

SEU TRABALHO É MAGNÍFICO FELIPE,TAMBÉM SOU APAIXONADO POR PALEONTOLOGIA E ARTE,E AMANTE DA NATUREZA,SEU TRABALHO É LOUVÁVEL.DESDE QUE ME ENTENDO POR GENTE,MAS NÃO SEGUI ESTA CARREIRA NÃO,MAS ESTOU SEMPRE PESQUISANDO INTERAGINDO,PE TENTANDO COMPREENDER O RUMO DA HISTÓRIA.

Smilodon disse...

eu tenho peleodesenhos bons