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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Novo Caenagnathídeo do Texas


Leptorhynchos
©
Nicholas R. Longrich/Yale
Um dinossauro emplumado recentemente encontrado no coração do oeste do Texas reforça uma visão emergente de que criaturas como esta eram mais diversas e dispersas na América do Norte que se pensava previamente. A espécie, um herbívoro do tamanho de um peru nomeado Leptorhynchos gaddisi, pertence a um grupo mais abrangente de dinossauros semelhantes às aves caracterizados por bicos e desdentados e garras longas e delgadas, dizem pesquisadores que analisaram fósseis encontrados perto o Parque Nacional Big Bend (Big Bend National Park), em um sítio fossilífero datando de cerca de 75 milhões de anos. Clique em "Leia Mais" e aprenda mais sobre essa descoberta importante!

O grupo a que o Leptorhynchos (Pequena Mandíbula) pertence, chamado de  Caenagnathídeos, era previamente conhecido de fósseis encontrados na Ásia, no oeste do Canadá e no estado de Utah. Os fósseis texanos representam a evidência de caenagnathídeos mais ao sul da América do Norte, expandindo sua variedade e distribuição.
Ao contrário do seu primo carnívoro Velociraptor, os caenagnathídeos tinham bicos similares aos de papagaios especializados em cortar comida dura, sugerindo uma dieta de plantas.
"Nós temos um entendimento muito bom de como os dinossauros maiores eram," disse Nicholas R. Longrich, um pesquisador do pós-doutorado da Universidade de Yale e principal autor do artigo, publicado em 26 de abril no Bulletin of the Peabody Museum of Natural History.
"Nós temos uma compreensão muito pior dos pequenos dinossauros. O Leptorhynchos ajuda a preencher a lacuna. Ele também suporta a ideia de que haviam muitas diferentes espécies de dinossauros em regiões diferentes. Nós estamos apenas arranhando a superfície em termos de riqueza de dinossauros. Não eram todos bestas enormes e chifrudas."
No artigo, Longrich e seus co-autores também reavaliaram a história evolucionária dos Caenagnathídeos da América do Norte e ofereceram um sistema de classificação revisada que expande o número total de espécies para pelo menos seis, dos três ou quatro previamente reconhecidos. Eles usaram ossos mandibulares como foco primário de diferenciação. O Leptorhynchos adiciona ao total, assim como a ressurreição de uma espécie mais antiga, Caenagnathus collinsi.
"A coisa mais impressionante sobre os caenagnathídeos é que eles tinham uma grande variedade de formas de bico, como as aves modernas, e especificamente como os Tentilhões de Darwin," disse Longrich. "Cada espécie tem uma estrutura de bico diferente. Você poderia ter várias espécies  diferentes em um mesmo ambiente porque elas comiam tipos diferentes de comida, que é como as espécies diferentes de Tentilhões coexistem. Então, de certa maneira, a evolução dos dinossauros modernos, as aves, nos fornece uma percepção de como eram os antigos dinossauros extintos."
O Leptorhynchos foi identificado e distinguido de espécies muito aparentadas a ele com base primariamente nas proporções e formato da mandíbula. O queixo é mais arredondado que o do parente canadense, Leptorhynchos elegans, e o bico não é tão voltado para cima.
"Essas são diferenças sutis, mas elas significam que estamos lidando com espécies diferentes," disse Longrich. "Se você olhar nas aves modernas, uma das coisas que difere um corvo de outro, ou dois tipos de albatrozes, são as proporções do bico. Nós podemos fazer a mesma coisa com dinossauros que fazemos com as aves modernas, e identificá-los usando o formato dos bicos."
Os colecionadores de fósseis Ken Barnes, Scott Clark e Larry Millar do Texas descobriram o novo fóssil na Formação Aguja, perto de Terlingua, no Texas, bem perto dos limites do Parque Nacional Big Bend (Big Bend National Park). A Formação Aguja já forneceu previamente outros dinossauros, como o ceratopsídeo Agujaceratops e o pequeno Texacephale, um paquicefalossaurídeo.
O sítio fossilífero é considerado, geralmente, como sendo de 71  a 84 milhões de anos atrás. Os colecionadores, todos do Texas, tem buscado fósseis no lugar por 14 anos, muitas vezes com estudantes voluntários de escolas locais. O artigo é entitulado "Caenagnathidae from the Upper Campanian Aguja Formation of West Texas, and a Revision of the Caenagnathinae.” O Yale Institute for Biospheric Studies apoiou a pesquisa.


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