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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Conheça o Lootenayscolex: o mais novo integrante da fauna de Burgess Shale

© Danielle Dufault / Royal Ontario Museum.
Há uma região no Canadá conhecida como Columbia Britânica em que fósseis de praticamente 500 milhões de anos estão preservados, representando os mais antigos animais conhecidos. Essas rochas, também chamadas de Xisto de Burgess (Burgess Shale) são famosas mundialmente.
Uma nova espécie acabou de ser identificada entre estes fósseis, um pequeno animal que parece ser um alien, de tão bizarro. Então venha comigo conhecer o Kootenayscolex barbarensis, a nova espécie de verme com cerdas.


Segundo os pesquisadores, o Lootenayscolex era um tipo de anelídeo, o mesmo grupo das sanguessugas e minhocas, mas que também abrange alguns dos vermes marinhos mais curiosos e até bonitos, cujas cores brilhantes e cerdas corporais encantam alguns e causam repulsa em outros.
Muitos destes vermes marinhos vivem em recifes de corais e perto de fontes hidrotermais, onde o calor do interior do planeta escapa e aquece a água do mar.
A grande importância desse novo animalzinho para a ciência é que ele está ajudando os pesquisadores a entender como a boca surgiu nesses organismos numa época em que a maioria dos bichos nem boca tinha. 
© Jean-Bernard Caron / Royal Ontario Museum
Devido aos fósseis que tinham sido achados até agora serem incompletos, muito ainda era um mistério sobre a anatomia e ecologia desses vermes. Mas novos fósseis bem completos e abundantes, cerca de 500 exemplares, permitiram que o animal fosse estudado em detalhes nunca antes vistos.
Uma novidade é que puderam identificar que o animal possuía dois longos tentáculos na frente de sua cabeça e entre eles uma antena, provavelmente usada como órgão sensorial.
O achado surpreendeu os pesquisadores, pois embora tais estruturas existam em anelídeos modernos, nunca haviam sido identificadas em animais do período Cambriano.
Outra diferença entre o Lootenayscolex e os vermes modernos é que ele tinha cerdas até na cabeça! Nos vermes atuais estas cerdas servem para locomoção, mas nunca se viu nenhum verme com cerdas nascendo na cabeça, como no caso do exemplar fóssil.
Embora curioso e intrigante, o verme era minúsculo, sendo que o maior encontrado tinha apenas 2,5 centímetros, com cerdas tão finas que os paleontólogos sofreram contando cada uma, e isso só foi possível usando um microscópio eletrônico.
O achado é impressionante pelo fato de ter preservado vários tecidos moles desses vermes e não somente suas mandíbulas duras. Isso é raríssimo mesmo nos melhores sítios. 




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