Pteranodons pescando © Editora Salvat |
A descoberta do Pteranodon ocorreu no Kansas - Estados Unidos, em camadas de giz formadas onde antes era uma espécie de mar interior, do período Cretáceo, bem no meio da América do Norte. O primeiro fóssil entrou para a lista de achados do famoso Othniel Charles Marsh, que encontrou em 1870 alguns ossos das asas.
No ano seguinte o rival de Marsh, E. D. Cope, encontrou mais ossos da asa de um espécime, no entanto ainda não se conhecia a aparência da cabeça do animal, que permaneceu uma incógnita até 1876 quando S. W. Williston encontrou no dia 2 de Maio o primeiro crânio com alguns outros ossos, que logo foram levados para Marsh, pois Williston era um coletor de fósseis contratado pelo famoso paleontologista, que logo nomeou o animal de Pterodactylus Oweni (em homenagem à Richard Owen), porque imaginava-o como um parente dos Pterossauros europeus, e acreditava que devia ter dentes, assim classificando a espécie incorretamente.
Somente após outros estudos e achados é que percebeu a ausência de dentes, o que o levou a redescrever o animal como uma espécie totalmente diferente de qualquer outra conhecida, pela falta de dentes.
Vários outros fósseis de Pteranodon foram descobertos nos Estados Unidos, mas somente as duas espécies anteriores são tidas como válidas, as demais são aceitas como espécies duvidosas ou sinônimos, veja abaixo algumas destas espécies:
Sua característica mais marcante é a longa crista na nuca, comprida e com forma mais uniforme no P. longiceps, enquanto que o G. maysei tem uma crista mais larga e fina, com uma forma que varia da ponta da crista para a base que é mais larga. As diferenças entre cristas geralmente são tidas como indício de espécies diferentes, pois fósseis não permitem um reconhecimento detalhada de uma espécie, uma vez que as diferenças entre tamanho e forma de cristas podem ser característica de dimorfismo sexual. Estudos sugerem que somente o macho de P. longiceps tinha crista longa, cerca de 74 centímetros no total, enquanto fêmea e filhotes tinham pequenas cristas. Talvez as cristas fossem coloridas e servissem para atrair parceiros na época de acasalamento ou ajudassem no equilíbrio e no direcionamento do voo como um leme.
Outra característica importante na diferenciação é a ausência de cauda, que só existe em pterossauros mais primitivos. Para ajudar no voo, tinham os ossos das costelas e vértebras dorsais fundidos em um único osso, reforçando o apoio das asas, além de que muitos ossos eram ocos, dando leveza ao esqueleto, que não passava de alguns poucos quilos. Alguns pesquisadores sugerem que tinham sangue quente e talvez alguns tivessem uma fina camada de uma penugem, mais assemelhada aos pelos de um mamífero do que das penas das aves.
Há muito tempo debate-se como se moviam no solo, se conseguiam caminhar e como o faziam. Muitos dizem que eram quadrúpedes, usavam as patas traseiras e as asas apoiadas no chão para caminhar, como indicam algumas trilhas de pegadas. Outros dizem que andavam somente nas patas traseiras. Ainda há uma incógnita, eles conseguiam nadar ou não? Dois estudos recentes debateram o assunto, mas creio ser necessário um novo achado mais completo para comprovar a tese, de qualquer forma, nadar nos mares do Cretáceo superior é praticamente suicídio, pois nas águas viviam tubarões, Plesiossauros e os maiores répteis marinhos de todos os tempos, os Mosassauros.
Um fóssil curioso é o de um P. longiceps onde podemos notar um dente de tubarão pré-histórico preso em uma vértebra do pescoço do réptil, o que pode ter acontecido em duas situações:
1- O pterossauro aproximou-se do enorme peixe e levou uma mordida no pescoço, que arrancou um dente do tubarão durante a fuga, caindo machucado em algum outro local onde ficou até fossilizar.
2- O Pteranodonte pode ter morrido e seus restos estariam próximos aos restos de um tubarão, sendo que com movimentos naturais e deposição de sedimentos o dente acabou juntando-se com o pescoço do réptil voador. Veja abaixo as fotos do fóssil.
As asas do Pteranodonte, assim como nos outros répteis voadores, é composta de uma membrana de pele fina e fibrosa, resistente, que sai do tronco e se estende pelo braço, continuando pelo 4º dedo da mão que é extremamente alongado. Seu bico desdentado junto com as asas podem confundir os leigos, insinuando que este animal era uma ave. Seus pés tinham quatro dedos com garras e nas mãos tinham 3 dedos com garras mais o dedo alongado.
Nos dias atuais os pterossauros ainda são confundidos com os dinossauros, mas na verdade são grupos diferentes. Por exemplo, o Quetzalcoatlus, Pterodactylus e o animal abordado nesta postagem são espécies de répteis voadores, ao contrário dos dinossauros que são restritos à vida em terra.
Podemos afirmar que o Pteranodon ou Pteranodonte, é muito famoso, mesmo que frequentemente chamado incorretamente de pterodactyl, que na verdade não é nenhum nome científico e sim uma referência à família Pterodactyloidea, grupo ao qual pertence o primeiro réptil voador descrito e nomeado formalmente, o Pterodactylus.
Geralmente é retratado na mídia, como nos filmes da trilogia Jurassic Park, no qual aparece em The Lost World Jurassic Park e Jurassic Park 3. No entanto no filmes, principalmente no 3º, o animal é retratado de forma errada, com dentes e uma agressividade que não faria parte do instinto do animal.
Inclusive ataca pessoas carregando um homem adulto com as garras dos pés, o que segundo especialistas seria inviável. Desenhos animados como Em Busca do Vale Encantado (The Land Before Time) mostram o réptil, inclusive como um dos personagens centrais, o engraçado filhote Petrie (Petrúcio em português).
Documentários como Sea Monsters: A Prehistoric Adventure da IMAX em conjunto com a National Geographic Society também mostram o animal.
Em "Walking with Dinosaurs Special: Land of Giants and The Giant Claw" (Caminhando com Dinossauros Especial: Terra de Gigantes e O Garra Gigante) da BBC, Nigel Marven encontra esta espécie de réptil alado na Argentina, embora não haja registro fóssil da espécie na América do sul, que aparece em costas rochosas, onde fazem ninhos e se alimentam no episódio Land of Giants. Em Sea Monsters da BBC Nigel Marven alimenta um Pteranodon que pousa no barco, jogando peixes em sua direção, tentando adestrá-lo. O animal parece ficar contente com a comida fácil.
Fontes
No ano seguinte o rival de Marsh, E. D. Cope, encontrou mais ossos da asa de um espécime, no entanto ainda não se conhecia a aparência da cabeça do animal, que permaneceu uma incógnita até 1876 quando S. W. Williston encontrou no dia 2 de Maio o primeiro crânio com alguns outros ossos, que logo foram levados para Marsh, pois Williston era um coletor de fósseis contratado pelo famoso paleontologista, que logo nomeou o animal de Pterodactylus Oweni (em homenagem à Richard Owen), porque imaginava-o como um parente dos Pterossauros europeus, e acreditava que devia ter dentes, assim classificando a espécie incorretamente.
Somente após outros estudos e achados é que percebeu a ausência de dentes, o que o levou a redescrever o animal como uma espécie totalmente diferente de qualquer outra conhecida, pela falta de dentes.
Este fato acabou desencadeando uma onda de descrições incorretas, pois todo pterossauro desdentado encontrado em qualquer parte do mundo era classificada como Pteranodon. Por isso muitos paleontólogos hoje trabalham descrevendo pterossauros precisam desfazer confusões do passado, como por exemplo, o Pteranodon orogensis, que foi considerado de outro grupo e renomeado para Bennettazhia oregonensis. Outra espécie que sofreu o mesmo processo foi P. orientalis, renomeada para Bogolubovia orientale e transferida para a família Azhdarchidae. Pteranodon longiceps tornou-se o espécime Tipo, com uma envergadura de asas de 7 metros.
Pteranodon longiceps
Outra espécie conhecida como Pteranodon sternbergi, foi estimada em uma envergadura de 9 metros. Esta espécie foi a primeira a ter uma crista ereta identificada, a qual tem uma forma bem característica de fácil identificação. Foi descoberto em 1952 por G.F. Sternberg, que coletou os restos fósseis, posteriormente nomeados por Harksen em 1966, em homenagem ao descobridor o animal recebeu o nome sternbergi. Hoje acredita-se que o P. sternbergi é um ancestral do P. longiceps e na verdade ele foi renomeado para Geosternbergia maysei em 2010, pelo especialista brasileiro em pterossauros, Alexander Kellner.
Geosternbergia maysei é o novo nome do Pteranodon sternbergi
© Joe Tucciarone
© Mike Hanson
Vários outros fósseis de Pteranodon foram descobertos nos Estados Unidos, mas somente as duas espécies anteriores são tidas como válidas, as demais são aceitas como espécies duvidosas ou sinônimos, veja abaixo algumas destas espécies:
- P. occidentalis
- P. velox
- P. umbrosus
- P. harpyia
- P. comptus
G. maysei procurando peixes como bico
© José Antonio Peñas
© José Antonio Peñas
Sua característica mais marcante é a longa crista na nuca, comprida e com forma mais uniforme no P. longiceps, enquanto que o G. maysei tem uma crista mais larga e fina, com uma forma que varia da ponta da crista para a base que é mais larga. As diferenças entre cristas geralmente são tidas como indício de espécies diferentes, pois fósseis não permitem um reconhecimento detalhada de uma espécie, uma vez que as diferenças entre tamanho e forma de cristas podem ser característica de dimorfismo sexual. Estudos sugerem que somente o macho de P. longiceps tinha crista longa, cerca de 74 centímetros no total, enquanto fêmea e filhotes tinham pequenas cristas. Talvez as cristas fossem coloridas e servissem para atrair parceiros na época de acasalamento ou ajudassem no equilíbrio e no direcionamento do voo como um leme.
Outra característica importante na diferenciação é a ausência de cauda, que só existe em pterossauros mais primitivos. Para ajudar no voo, tinham os ossos das costelas e vértebras dorsais fundidos em um único osso, reforçando o apoio das asas, além de que muitos ossos eram ocos, dando leveza ao esqueleto, que não passava de alguns poucos quilos. Alguns pesquisadores sugerem que tinham sangue quente e talvez alguns tivessem uma fina camada de uma penugem, mais assemelhada aos pelos de um mamífero do que das penas das aves.
Há muito tempo debate-se como se moviam no solo, se conseguiam caminhar e como o faziam. Muitos dizem que eram quadrúpedes, usavam as patas traseiras e as asas apoiadas no chão para caminhar, como indicam algumas trilhas de pegadas. Outros dizem que andavam somente nas patas traseiras. Ainda há uma incógnita, eles conseguiam nadar ou não? Dois estudos recentes debateram o assunto, mas creio ser necessário um novo achado mais completo para comprovar a tese, de qualquer forma, nadar nos mares do Cretáceo superior é praticamente suicídio, pois nas águas viviam tubarões, Plesiossauros e os maiores répteis marinhos de todos os tempos, os Mosassauros.
Um fóssil curioso é o de um P. longiceps onde podemos notar um dente de tubarão pré-histórico preso em uma vértebra do pescoço do réptil, o que pode ter acontecido em duas situações:
1- O pterossauro aproximou-se do enorme peixe e levou uma mordida no pescoço, que arrancou um dente do tubarão durante a fuga, caindo machucado em algum outro local onde ficou até fossilizar.
2- O Pteranodonte pode ter morrido e seus restos estariam próximos aos restos de um tubarão, sendo que com movimentos naturais e deposição de sedimentos o dente acabou juntando-se com o pescoço do réptil voador. Veja abaixo as fotos do fóssil.
As asas do Pteranodonte, assim como nos outros répteis voadores, é composta de uma membrana de pele fina e fibrosa, resistente, que sai do tronco e se estende pelo braço, continuando pelo 4º dedo da mão que é extremamente alongado. Seu bico desdentado junto com as asas podem confundir os leigos, insinuando que este animal era uma ave. Seus pés tinham quatro dedos com garras e nas mãos tinham 3 dedos com garras mais o dedo alongado.
Nos dias atuais os pterossauros ainda são confundidos com os dinossauros, mas na verdade são grupos diferentes. Por exemplo, o Quetzalcoatlus, Pterodactylus e o animal abordado nesta postagem são espécies de répteis voadores, ao contrário dos dinossauros que são restritos à vida em terra.
Podemos afirmar que o Pteranodon ou Pteranodonte, é muito famoso, mesmo que frequentemente chamado incorretamente de pterodactyl, que na verdade não é nenhum nome científico e sim uma referência à família Pterodactyloidea, grupo ao qual pertence o primeiro réptil voador descrito e nomeado formalmente, o Pterodactylus.
Geralmente é retratado na mídia, como nos filmes da trilogia Jurassic Park, no qual aparece em The Lost World Jurassic Park e Jurassic Park 3. No entanto no filmes, principalmente no 3º, o animal é retratado de forma errada, com dentes e uma agressividade que não faria parte do instinto do animal.
Inclusive ataca pessoas carregando um homem adulto com as garras dos pés, o que segundo especialistas seria inviável. Desenhos animados como Em Busca do Vale Encantado (The Land Before Time) mostram o réptil, inclusive como um dos personagens centrais, o engraçado filhote Petrie (Petrúcio em português).
Documentários como Sea Monsters: A Prehistoric Adventure da IMAX em conjunto com a National Geographic Society também mostram o animal.
Pteranodon de Sea Monsters: A Prehistoric Adventure
© IMAX
© IMAX
Em "Walking with Dinosaurs Special: Land of Giants and The Giant Claw" (Caminhando com Dinossauros Especial: Terra de Gigantes e O Garra Gigante) da BBC, Nigel Marven encontra esta espécie de réptil alado na Argentina, embora não haja registro fóssil da espécie na América do sul, que aparece em costas rochosas, onde fazem ninhos e se alimentam no episódio Land of Giants. Em Sea Monsters da BBC Nigel Marven alimenta um Pteranodon que pousa no barco, jogando peixes em sua direção, tentando adestrá-lo. O animal parece ficar contente com a comida fácil.
Nigel Marven e Pteranodon© BBC
Este é o básico a ser conhecido sobre o Pteranodonte, espero ter conseguido apresentar o animal como realmente merece, pois sem dúvida foi um dos mais impressionantes animais que já viveram no planeta.
A série britânica Primeval também apresenta ao público sua versão deste incrível ser pré-histórico, no episódio 5, onde surge em um campo de golfe. Vários outros filmes e livros apresentam o Pteranodonte, além de ser o mais popular pterossauro encontrado em bonecos de brinquedo. Miniaturas deste vertebrado são encontradas com certa facilidade, enquanto outros como o Tapejara ou Cearadactylus raramente são vistos em miniaturas. Na coleção Descobrindo o Mundo dos Dinossauros da editora Salvat, o fascículo de número 6 é reservado ao Pteranodon, acompanhado de uma miniatura. Baixe o fascículo clicando aqui, se desejar. Há ainda a aparição em jogos, como Dino Crisis 2, onde estes répteis são bem chatos, atacando o jogador.
Fontes
9 comentários :
LEGAL ESSA MATÉRIA SOBRE OS PTEROSAURUS!!!!
Tava atras de uma dragao que saiu numa ediçao! Ele ficava na ultima folha!
Pode me ajudar?
Abraço...
Bem legal o texto, e quando tu fala ali sobre a midie e da agressividade, tem um filme chamado "Pterodactilos a ameaça Jurassica", eles avacaliaram de tão agressivo q deixaram o animal, parecia até um assascino com o propozito de matar, tirando q o filme é mal feito pra caramba...
Ah sim Henrique
Eu tenho um DVD deste filme... é muito tosco mesmo, serve só para passar tempo em tarde de feriado com chuva e olhe lá...
Mas até que os Pteranodons são bem elaborados, até são mais ou menos realistas...
Só acho a história forçada, o banho de sangue é exagerado e obviamente, os animais são extremamente violentos, algo não aceitável.
Esta serie primeval e muito bom queria alguns dvd's dela alguem tem?
Não quero parecer um sabe dudo, mas ouvir dizer que o pteranodonte de JP3 é na verdade um Pterodáctylo,e que não é primeira vez que colocan ele como um pterossauro gigante comedor de pesçoas. Não lembro direito mais acho que foi num filme chamado Pterodáctyl - a ameaça jurassica de 2005 e na série de tv o mundo perdido.
Oi Mundo dos Bichos
1º Não deve usar como fontes de dados científicos filmes como Pterodactyl: A Ameaça Jurássica e Jurassic Park 3, nem uma série como O Mundo Perdido.
Tudo é entretenimento e não passa de ficção com uma pequena pitada de ciência.
O Pterodactylus (não escreve Pterodactyl) é um pterossauro real, viveu na Europa, mas não chegava a um metro de envergadura e não era um grande predador, comia insetos e larvas, peixes provavelmente.
JP inseriu dentes nos Pteranodons para tornar tudo mais assustador e também fizeram-nos mais agressivos. No outro filme, pelo amor de Deus, nem se fala o quão exagerado foram estes animais, tudo ridículo. Filmes são entretenimento e devem continuar sendo usados só para diversão!
Abração!
Então quer dizer que o Pteranodon stenbergi não é mais considerado uma espécie de pteranodon?
Exatamente. Agora é Geosternbergia maisei.
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