Às vezes o conteúdo que você procura não está na primeira página. Seja um paleontólogo no Ikessauro e procure aqui o conteúdo que deseja!



sábado, 29 de março de 2008

Ankylosaurus


Ankylosaurus de Saurian - segue as pesquisas mais atuais sobre o dino
© LittleBaardo/Saurian

Era o ano de 1906, época de intensa caça aos fósseis na América do Norte e também dos mais famosos paleontólogos da história. Justamente neste ano o famoso Barnum Brown liderou uma expedição à Formação Hell Creek em Montana - Estados Unidos, onde encontrou um animal grande e diferente dos outros herbívoros conhecidos. O fóssil, composto de parte de um crânio, costelas, vértebras, ossos do ombro e de uma armadura óssea, fazia parte de um animal baixo, atarracado, que possuía calombos ósseos e placas osteodérmicas na pele e uma cabeça reforçada. Mas a reconstrução deste animal não foi tão exata porque partes do corpo estavam faltando, como as pernas e a cauda. Sendo assim, Barnum Brown imaginou o animal como os estegossaurídeos, que tem o quadril mais alto do que a região peitoral, formando uma silhueta curvada.

Nome popular: Anquilossauro;
Nome Científico: Ankylosaurus magniventris;
Significado do Nome: Lagarto Fundido;
Quando viveu: Período Cretáceo, estágio Maastrichtiano, 70 a 65 milhões de anos.
Local: Canadá e Estados Unidos;
Peso: 7,9 toneladas
Tamanho: 10 metros de comprimento e 2,5 metros de altura
Alimentação: herbívora.

Por isto em 1908 Brown nomeou o animal como Ankylosaurus magniventris, usando palavras do Grego, ankulos = curvado e Sauros = Lagarto. A curva em questão seria a inclinação do corpo do animal, como visto na reconstrução do esqueleto feita por Brown na época. Inclusive a clava da cauda não aparece, já que ainda não havia sido achada.
Esqueleto do Anquilossauro com postura e anatomia errada
© Barnum Brown 1908/Domínio Público
No entanto, o significado do nome deste dinossauro não é somente e exatamente Lagarto Curvado, porque Brown escolheu os termos pensando na "ankylosis", um termo médico que se refere especificamente ao endurecimento produzido pela fusão de muitos ossos no crânio e no corpo, originando então uma tradução mais comum, como "Lagarto Fundido" ou "Lagarto Endurecido".
Já o segundo nome vem do Latim, designando a aparência do animal também, com os termos Magnus = grande e Ventris/Venter = ventre/barriga, tudo porque o animal tem um corpo bem largo. A única espécie válida é A. magniventris e deu nome ao gênero Ankylosaurus, bem como à família Ankylosauridae.
Mas este não foi o primeiro fóssil encontrado do Ankylosaurus, somente foi o primeiro reconhecido como tal animal. Alguns fragmentos de sua couraça haviam sido encontrados 6 anos antes, pelo próprio Barnum Brown na Formação Lance, que fica no estado do Wyoming.
Brown estava a escavar o Dynamosaurus imperiosus, um enorme terópode do Cretáceo que atualmente é conhecido como ninguém menos que Tyrannosaurus rex, quando encontrou, junto dos ossos do carnívoro, um monte de placas osteodérmicas, mais de 75 delas. Primeiramente se imaginou que pertencessem ao próprio T.rex, mas após encontrar o esqueleto do Ankylosaurus em Hell Creek, Barnum notou que tais osteodermas eram praticamente idênticas.
Sendo assim, provavelmente o T.rex morreu perto do cadáver de um Anquilossauro, ou vice-versa, seja por causas naturais ou porque o predador matou o herbívoro. No entanto, não foram encontrados indícios de que o terópode comeu o dinossauro encouraçado, somente a prova da presença dos dois animais no mesmo ecossistema.

Barnum Brown
© Domínio Público
Depois da descoberta de Hell Creek ser feita, o animal foi nomeado como dito antes, e os dois únicos vestígios tinham sido encontrados pelo mesmo paleontólogo. Parece que Brown era "sortudo" para encontrar fósseis de Ankylosaurus, o que viria a se repetir em 1910. Ele havia viajado para o Canadá, em uma expedição à cidade de Alberta. Nas diversas formações do Cretáceo existentes ali, diversos fósseis foram achados, mas foi exatamente na Formação Scollard que Barnum encontrou outro fóssil do Ankylosaurus, desta vez com algumas novidades, pois o crânio estava completo e pela primeira vez a ponta da cauda com a clava óssea foi encontrada, além de costelas, ossos das pernas e obviamente da armadura.
Estes fósseis foram armazenados todos no Museu Americano de História Natural de New York, onde estão até agora. Mas outros fósseis deste dinossauro foram encontrados com o passar do tempo, que vão desde dentes, a pedaços da couraça e ossos avulsos, sendo que um deles é atualmente o maior crânio da espécie já descoberto. Foi achado por Charles M. Sternberg em 1947 e hoje fica no Museu Canadense da Natureza, sob a numeração CMN 8880.
Depois de ser nomeado o Ankylosaurus ainda serviu de base para dar nome ao grupo de dinossauros couraçados, que ficaram conhecidos a partir daí como anquilossaurídeos, ou que pertencem à família Ankylosauridae.
A classificação e definição exata do Ankylosaurus dentro da família é incerta. Alguns acreditam que Ankylosaurus e Euoplocephalus são irmãos taxonomicamente, ou seja, seriam espécies com parentesco bem aproximado, porém outros pesquisadores dizem exatamente o contrário. Devido a diversidade de análises individuais e as grandes divergências entre elas, o Ankylosaurus fica perdido taxonomicamente, necessitando que novos esqueletos sejam encontrados para que melhor possa ser classificado. Segundo o estudo mais atual, Arbour e Mallon (2017), a classificação do Ankylosaurus é a seguinte:
  • Dinosauria Owen, 1842
  • Ornithischia Seeley, 1887
  • Thyreophora Nopcsa, 1915
  • Ankylosauria Osborn, 1923
  • Ankylosauridae Brown, 1908
  • Ankylosaurinae Brown, 1908
  • Ankylosaurini Arbour e Currie, 2016
  • Ankylosaurus magniventris Brown, 1908
Obs. Estão listados os grupos e ao lado em laranja, o nome do autor desse grupo e o ano de criação.


O Anquilossauro era um grande dinossauro, media entre 6,2 metros (a menor estimativa) e 10 metros, a mais exagerada. O estudo mais recente sobre o animal, indica que seu tamanho médio deveria ser aproximadamente 8 metros, pois embora estimativas de 10 metros tenham sido obtidas no estudo os autores acreditam ser um pouco exageradas para o animal. Isso torna este o maior dinossauro de couraça já descoberto até hoje. Sua altura não era tão avantajada, deveria ter cerca de 2 a 2,5 metros de altura e seu peso deveria girar por volta de 7 toneladas.
Este dinossauro é até engraçado se o observarmos, pois tem uma aparência desengonçada, bem baixo e atarracado, quadrúpede e herbívoro, ou seja, quase um enorme jabuti, porém mais ágil. No entanto, mesmo sendo ágil, o Anquilossauro não deve ter sido muito veloz na corrida, porque o peso do corpo seria um obstáculo, levando-se em conta a postura e tamanho das pernas. Aliás, falando em pernas, o animal deve ter tido 5 dedos em cada pé dianteiro, com 3 dedos em cada pata traseira. E digo "deve" porque o pé deste dino nunca foi achado e suas reconstruções são baseadas em outros anquilossaurídeos avançados semelhantes a ele.
A cabeça dele também é um pouco estranha, afinal era maior em largura do que em comprimento! Sim, tinha cerca de 64,5 centímetros de comprimento e aproximadamente 74,5 centímetros de largura.
De qualquer forma, ele não precisava ser esbelto e veloz, afinal sua couraça e sua cauda com clava garantiam, pelo menos na maior parte do tempo, a segurança contra qualquer predador, até mesmo contra o famoso T.rex.
Crânio de perfil
© 
A.E. Anderson
Crânio visto de cima
©
 Adaptado de foto de A.E. Anderson
Obviamente que tal proteção era fornecida pela pele endurecida como já dito, cuja superfície era adornada com osteodermas, placas de osso grossas que cresciam na pele ou "fundidas" a ela, formando um revestimento duro. Várias osteodermas juntas formavam uma carapaça, embora ela não fosse 100% fechada como em tartarugas, pois haviam espaços entre as osteodermas, sendo que esses pontos ficavam menos protegidos.
Por isto justamente nestes pontos de junção nasciam pequenos calombos ósseos que grudavam as placas, não deixando ponto algum desprotegido na parte superior do corpo. A barriga já era mais frágil, mas para poder atacá-la, um dinossauro teria de virar o Anquilossauro de cabeça para baixo, o que era praticamente impossível porque ele era pesado, forte e provavelmente não aguardaria quieto enquanto o predador tentava virá-lo.
Voltando a couraça deste grande tireóforo (animal parte do grupo Thyreophora), podemos supor que suas osteodermas, calombos e espinhos eram recobertos de queratina dura, ou seja, a mesma substância de que são feitas nossas unhas e cabelo. Tais calombos e placas podiam ser achatados ou altos, pequenos ou grandes e ainda arredondados ou pontiagudos. Embora Barnum Brown tenha desenhado o Anquilossauro incorretamente na postura e anatomia, ele fez uma boa reconstrução das osteodermas, como vemos abaixo.
Anquilossauro visto de cima
Desenhado por Barnum Brown em 1908

© Imagem de Domínio Público
Entretanto, essa reconstrução de Brown não é perfeita, pois com o passar do tempo e achados de novos anquilossaurídeos, nossa visão do animal se atualizou e mudou várias vezes. Até ano passado, a visão mais aceita da forma e arranjo das placas desse dinossauro vinha do estudo de Carpenter (2004), que havia revisado a anatomia do animal em seu estudo. Porém em 2017 Arbour e Mallon publicaram um novo estudo fazendo um revisão geral sobre o animal com todos os fósseis disponíveis e isso resultou em um novo padrão de organização e forma das placas. Eles inclusive criaram um desenho para seu estudo, comparando a reconstrução de Brown, Ford e a de Carpenter com a deles (mostrada na direita no desenho). Sem dúvida a organização das placas ficou diferente e até ajeitaram a largura do animal, que o Carpenter tinha proposto ser bem menor do que deveria.
Nova reconstrução do Ankylosaurus à direita
© Arbour e Mallon (2017)
O estudo de Arbour e Mallon (2017) foi além, comparando o Ankylosaurus com outros anquilossaurídeos para determinar como eram partes faltantes de seu corpo e também as diferenças entre ele e os demais dinos do seu grupo. Por exemplo, usando as caputegulae, aquelas escamas ou placas da cabeça dos anquilossaurídeos, pode-se diferenciar entre espécies.
Crâmios de Ankylosaurus e outros anquilossaurídeos
© Arbour e Mallon (2017)
O Ankylosaurus em si teve seu crânio analisado, bem como outros anquilossaurídeos, como o Euoplocephalus e isso permitiu identificar dentro de seu crânio várias passagens nasais e cavidades de sinus, o que faz com que provavelmente seu focinho dessa essa aparência inchada, pois seu interior continha essas passagens. Somado a isso o fato de que as narinas dele situavam-se na lateral do crânio e não na frente do focinho, bem como voltadas para baixo, quando visto de frente o Ankylosaurus parece não ter narinas! Houve até quem sugerisse que essa posição das narinas indicasse hábito escavador, não para fazer tocas ou túneis, mas de um animal que cava em busca de comida, raízes ou até pequenos animais.
As narinas ficam ocultas quando o animal é visto de frente
© LittleBaardo/Saurian


Os olhos do Anquilossauro ficam voltados levemente para frente e o focinho estreita de trás para frente, ou seja, isso permitia que o animal adotasse visão estereoscópica, mesmo que precária, tendo melhor noção de profundidade e tridimensionalidade. Outro fator que difere esse animal dos demais anquilossaurídeos é seu focinho inclinado, cuja ponta 'desce" e forma essa inclinação em seu rosto.
Como os demais anquilossauros, o Ankylosaurus era herbívoro, e para comer usava sua boca com dentes em forma de folha adaptados para cortar vegetação. Estes dentes eram pequenos, cerca de 70 na boca toda, se comparados ao tamanho do corpo, do que os dentes de outros anquilossaurídeos.
Dente do Ankylosaurus visto de ambos os lados
© Arte de Barnum Brown/Domínio Público


O Ankylosaurus não tinha dentes em baterias, como os Hadrossaurídeos e Ceratopsídeos, então não podia mastigar tão bem como os dinossauros dos grupos citados acima, apesar de que alguns ossos do crânio e do corpo eram fundidos para acrescentar força ao animal, além de que possuía um bico largo para cortar as plantas. Esse bico afiado deveria servir para cortar plantas até bem duras, como samambaias, porém não acredita-se que ele comia alimentos muito duros. O que se pensa é que podia alimentar-se de frutos e plantas variadas, mas que não conseguia selecionar tão bem o que comia por causa do focinho largo. O que pegava em cada bocada, era engolido após pouca mastigação e o sistema digestivo se encarregava do resto. E que sistema digestivo esse bicho tinha! Um corpanzil largo em forma de barril abrigava provavelmente câmaras de fermentação grandes que amoleciam a comida por um bom tempo e permitiam extrair muitos nutrientes.
Anquilossauro com o bico em evidência
©
 Todd Marshall
As pernas e cauda do Ankylosaurus não eram vulneráveis, apesar de não ter tanta proteção como as costas. As pernas tinham pequenos calombos e placas, e com a cauda não era diferente, pois possuía fileiras de osteodermas em suas laterais e região dorsal.
Observe a anatomia do Anquilossauro
© Paleoguy/JWK/Dinoraul
O crânio deste animal era uma verdadeira caixa forte, um cofre onde ficava abrigado o cérebro, protegido pela camada grossa de placas circulares que junto com 4 grandes chifres pontudos, em forma de pirâmide, que se projetavam lateralmente da parte traseira do crânio. Acima dos olhos haviam pequenas cristas que se fundiam com esses chifres, tornando-se um só elemento, mas cientistas acreditam que quando jovem o animal deveria exibir a crista separada do chifre.


Observe os chifres no crânio
© Paleoguy/JWK/Dinoraul
Mesmo sendo o maior dinossauro encouraçado, o Anquilossauro não tinha a couraça mais "espetacular", pois seus calombos e placas eram na maioria lisos e arredondados, não crescendo tanto. Já no Euoplocephalus e no Edmontonia as placas eram incríveis, alongadas e pontiagudas como espinhos, o que devia meter medo em qualquer predador. Sua coloração é desconhecida, não sabemos quais as cores desse animal, pois seus fósseis não preservaram pigmentação ou a pele em si. Porém, estudos mais recentes do nodossaurídeo Borealopelta, descoberto no Canadá, sugerem que este animal seria mais ou menos avermelhado, com contra-sombreamento, o que quer dizer que um lado era mais claro, a barriga e as costas mais escuras. Talvez o Ankylosaurus em si também fosse mais colorido do que imaginamos, embora não podemos saber, sempre é divertido especular que cores ele poderia ter.

Borealopelta, um nodossauro avermelhado. Será que o Ankylosaurus era colorido?
© Royal Tyrrel Museum
Mas, sem dúvida alguma, uma característica que este dinossauro possuiu e que hoje nos impressiona, é sua clava óssea, situada na ponta da cauda. Formada por enormes osteodermas que eram fundidas umas nas outras, a "bola" de osso maciço era suportada pela cauda que na ponta tinha as 7 últimas vértebras fundidas umas nas outras e também na própria clava, para que o peso e tensão do uso da arma pudesse ser suportada, assim o animal literalmente andava com um martelo ósseo na cauda, golpeando o inimigo com força.
As vértebras da cauda tinham tendões parcialmente ossificados, o que dava mais resistência para aguentar a clava durante o balanço da mesma e para aplicar um golpe, que tinha um resultado bem potente, podendo até quebrar ossos ou afetar órgãos internos do inimigo, o que pode ser comprovado com os restos fósseis dos tendões encontrados, ou seja, este pacato herbívoro tinha uma impressionante e eficiente arma de defesa.

A clava do Ankylosaurus - desenhos e fotografias
© Carpenter (2004)


Animais atuais, como cobras, têm um artifício de defesa chamado engodo, que consiste em tornar a cauda parecida com a cabeça, para que num ataque o predador cause danos à cauda, que não contém órgãos vitais e deixe a cabeça livre, para que o animal posso viver ou mesmo contra-atacar o predador. Cobras corais brasileiras enrolam a cauda, que fica "gordinha" como se fosse a cabeça, por isto alguns paleontologistas certa vez propuseram que a clava do Anquilossauro tivesse a mesma finalidade, no entanto a hipótese foi descartada porque não havia necessidade disso, sendo que o crânio do animal era perfeitamente protegido pela couraça e pelos espinhos e a forma da cauda indicam mesmo seu uso como um porrete.
Por falar em predadores, o Anquilossauro viveu há cerca de 68 a 65.5 milhões de anos atrás, no finalzinho da era Mesozoica, época conhecida como Maastrichtiana, a última do período Cretáceo. Por isto este réptil deve ter convivido com predadores como Tyrannosaurus rex, além de ter visto de perto a extinção.
Animais que conviveram com o Ankylosaurus na Formação Hell Creek
© Durbed
A América do Norte do Cretáceo era bem diferente, porque o oceano havia invadido o continente formando um mar interior, raso e repleto de predadores marinhos de diversos tipos, como o Tylosaurus. Este mar era longo e dividiu a América do Norte em duas partes, sendo que o Anquilossauro viveu na parte que correspondia ao lado oeste do mar, local que provavelmente era uma planície extensa, onde às vezes ocorriam inundações.
Ankylosaurus seguindo a proposta de Carpenter (2004)
© Sergey Krasovskiy
Os paleontologistas afirmam que a área deve ter ficada inundada porque as formações rochosas resultantes daquele local contém muito arenito, que é pedra formada por areia e uma espécie de xisto, que é formado por lama. Se não era inundado, pelo menos deve ter sido bem úmido, um clima subtropical, quente, com vegetação variada, incluindo angiospermas, que pela primeira vez apresentavam flores ao mundo, além das tradicionais coníferas, cicadáceas e samambaias.
Segundo pesquisadores, escavações de cerca de 12 sítios fossilíferos diferentes da região indicam que a maioria das árvores eram pequenas. Neste ambiente viviam outros tipos de herbívoros, entre eles o Triceratops e o Edmontossauro, cujos fósseis são abundantes se comparados aos escassos restos do Anquilossauro.
O Anquilossauro vivia em locais mais altos e secos
© Paleoguy/JWK/Dinoraul
O Anquilossauro sem dúvida viveu no auge da vida no Cretáceo, cujos habitantes tornaram-se ícones dentre os dinossauros, o que também ocorreu com este réptil que mais parece um "tatuzão".
Devido aos incríveis aparatos físicos de defesa e ao seu tamanho, o Anquilossauro tornou-se sinônimo de dinossauro couraçado e acabou entrando no gosto e conhecimento popular, aparecendo diversas vezes na mídia, sendo desde filmes até figurinhas de coleção, embora nem sempre retratado de maneira cientificamente correta.
Ele aparece em Jurassic Park 3 (2001) comendo calmamente e em Jurassic World (2015) e Jurassic World Fallen Kingdom (2018). Livros de dinos jamais esquecem de citá-lo e desenhos animados como Em Busca do Vale Encantado também já mostraram este dino.

Ankylosaurus de Jurassic Park 3
© Universal Pictures
Ankylosaurus encara a Indominus rex, um dino fictício em JW
© Universal Pictures
Em documentários ele tem presença marcada, uma delas e talvez a mais reconhecida é a do "Walking with Dinosaurs", documentário no qual o Anquilossauro aparece no último episódio, e inclusive fere um Tiranossauro fêmea com a cauda, o qual morre logo depois em decorrência dos ferimentos. O documentário "Dinosaur Revolution" do Discovery Channel, também mostra uma versão mais moderna do animal baseada no trabalho de Carpenter.

Ankylosaurus de Walking with dinosaurs
© BBC
Ankylosaurus de Dinosaur Revolution
© Discovery Channel
Outro filme que representou este dinossauro é o clássico infantil Dinossauro, da Disney, longa metragem de animação em que um Anquilossauro é bem ingênuo e simpático, até um pouco infantil e age como um cachorro. Ele chama-se Url.

O anquilossauro Url junto com a turma em "Dinossauro" da Disney
© Disney
O anquilossauro Url de "Dinossauro" da Disney
© Disney


Jogos de computador e vídeo-game em geral gostam de representar este animal, que oferece sempre boas características para luta, seja defesa ou ataque, representando um desafio interessante. Apareceu, embora com anatomia incorreta no jogo Jurassic Park Warpath e Jurassic Park Operação Gênesis.

Ankylosaurus de JP Warpath
© Universal Pictures/Dreamworks Interactive/Eletronic Arts
Ankylosaurus enfrentando um T.rex em JPOG
© Universal interactive
Jogos mais modernos trazem o Ankylosaurus também, como o excelente Saurian, que retrata os animais cientificamente corretos. O jogo Mesozoica também retrata o animal, assim como Ark Survival Evolved.
Ankylosaurus de Saurian - segue as pesquisas mais atuais sobre o dino
© LittleBaardo/Saurian
Ankylosaurus de Mesozoica
© Mesozoica
Ankylosaurus de Ark - mal lembra o animal real
© Ark Survival Evolved
E por fim, quando tratamos de brinquedos e colecionáveis, o Ankylosaurus aparece quase em toda coleção de miniatura já fabricada, embora muitas vezes com anatomia inadequada ou completamente copiada de outras espécies similares, como o Euoplocephalus. A famosa empresa Papo fabricou um animal nomeado como Ankylosaurus, que na verdade retrata um Euoplocephalus, assim como fez a Favorite na primeira versão de sua coleção, de 2004.
Ankylosaurus Papo - bonito, mas representa um Euoplocephalus
© Papo
Ankylosaurus Favorite 2004 - perfeito para um Euoplocephalus
© Papo
 A partir de 2004, quando a pesquisa de Carpenter surgiu, a coisa melhorou e as empresas começaram a fabricar Ankylosaurus de acordo com a visão que fora publicada no estudo. A Safari produziu uma versão perfeita daquela interpretação para a coleção Carnegie.
Ankylosaurus Carnegie - segue à risca Carpenter (2004)
© Patrick Król Padilha
Outra empresa que correu fazer um Ankylosaurus seguindo Carpenter (2004) foi a CollectA, tendo feito uma versão padrão do modelo e um modelo deluxe em escala 1:40. 
Ankylosaurus CollectA deluxe - segue Carpenter (2004)
© CollectA
Ankylosaurus CollectA padrão - segue Carpenter (2004)
© Patrick Król Padilha
Em 2011 a empresa Favorite anunciou um novo modelo de Ankylosaurus seguindo também Carpenter, e embora, bonito, já ficou também desatualizado.
Ankylosaurus Favorite 2011 - segue Carpenter (2004)
© Patrick Król Padilha
E finalmente para 2018 a Safari decidiu produzir um novo modelo desse dino, atualizado e o resultado foi bem bacana, uma peça muito detalhada, seguindo basicamente a visão de Carpenter, porém mais robusto e largo como deveria ser. Para azar da empresa, pouco tempo após anunciar o novo modelo, saiu o novo estudo de Arbour e Mallon (2017) questionando essa aparência do animal. É um modelo que, se levarmos os estudos à risca, ficou desatualizado antes mesmo de sair pra venda. Mas se pensar bem, praticamente todo brinquedo é em parte desatualizado, então a Safari continua na vanguarda dos fabricantes de brinquedos cientificamente corretos mesmo nesse caso.

Ankylosaurus Safari 2018 - bonito, uma versão melhorada de Carpenter (2004)
© Safari
Existe um modelo sensacional da série Caminhando com os Dinossauros, produzida pela Toyway e que embora tenha seus problemas é bonito e pega o colecionador pela nostalgia. A peça segue perfeitamente o modelo do dino visto na série de TV e hoje em dia é um colecionável um pouco raro e cobiçado.
Ankylosaurus de Caminhando com os Dinossauros feito pela Toyway
© Patrick Król Padilha
E para finalizar, só à título de curiosidade, existem muitos outros modelos desse dino super popular, alguns ainda em produção, outros antigos, de empresas como Schleich, Bullyland, Chap Mei, Hasbro além das populares empresas chinesas que fabricam peças muitas vezes piratas ou com marca indefinida. Se fosse listar todos os modelos desse dinossauro já feitos, precisaria criar uma postagem só pra isso, de tantos que existem. Espero que com essas poucas miniaturas tenha dado uma ideia das opções de mercado e caso queira comprar algum, entre no site da nossa loja, a Dinoloja, no endereço www.dinoloja.com e faça sua encomenda!




2 comentários :

Roger disse...

cara, muito legal seu blog
continue postando pois você está fazendo um ótimo trabalho
o/

ps.: minha paixão pelos dinos quando criança tá voltando de novo graças a vc, hehe

Oliviia disse...

muiot legal o seu Blog viu adorei