Atualmente podemos observar na internet, especificamente em grupos que debatem paleontologia, que eu considero um "nicho paleontológico virtual", o frequente uso do termo Paleoarte. Muitos não sabem o que significa e outros tem uma concepção superficial do significado do termo e com esta postagem pretendo esclarecer algumas coisas, usando como base um estudo realizado por alguns profissionais da área no Brasil. Então clique em "Leia Mais" para desfazer alguma confusão a respeito da paleoarte.
Há algum tempo eu conversava com Rafael Albo, um amigo que também curte dinos e paleoarte e surgiu desta conversa a ideia de adicionar ao meu blog uma nova categoria, cujo tema principal é a Paleoarte. O objetivo era que eu com a colaboração do Albo e se possível de outros interessados no assunto, de preferência profissionais, postasse sobre conceitos da paleoarte, dicas, exemplos, sobre artistas consagrados entre outros assuntos.
Quando realmente resolvi fazer a primeira postagem, percebi que seria preciso ter uma definição mais científica da paleoarte e encontrar literatura que trate deste assunto deve ser a meu ver, um pouco complicado, até difícil.
Imediatamente lembrei de um artigo que Felipe Alves Elias forneceu em uma comunidade do Orkut, para que nós iniciantes da área e interessados, possamos aprender e ver que paleoarte não é assim tão simples.
Quando realmente resolvi fazer a primeira postagem, percebi que seria preciso ter uma definição mais científica da paleoarte e encontrar literatura que trate deste assunto deve ser a meu ver, um pouco complicado, até difícil.
Imediatamente lembrei de um artigo que Felipe Alves Elias forneceu em uma comunidade do Orkut, para que nós iniciantes da área e interessados, possamos aprender e ver que paleoarte não é assim tão simples.
Tal artigo foi escrito por Rodolfo Nogueira Soares Ribeiro (autor principal), com participação de Renato Pirani Ghilardi e Felipe Alves Elias, todos ligados profissionalmente à paleontologia e/ou paleoarte. O nome do trabalho é Paleodesign: Uma nova proposta metodológica e terminológica aplicada à reconstituição em vida de espécies fósseis.
É com base neste trabalho científico que tentarei esclarecer o que é paleoarte e suas subcategorias, qual a melhor definição para esta palavra tão usada por amantes de dinossauros e de vida pré-histórica no geral. Portanto, deixo claro que esta postagem é praticamente um resumo do artigo, sendo os direitos autorais dos mesmos propriedade dos respectivos autores.
Pela morfologia e/ou etimologia da palavra Paleoarte, poderíamos deduzir que é a arte pré-histórica, arte dos homens primitivos. Mas não é exatamente isso que "paleoarte" significa. A palavra indica que a arte está ligada à paleontologia e realmente é mais ou menos isso, de uma forma um pouco complexa. Inclusive o termo foi cunhado por um artista (paleoartista Mark Hallett) que utilizou esse termo pela primeira vez e sendo que a palavra é muito marcante e facilmente lembrada, portanto caiu nas graças da mídia e dos círculos acadêmicos e artísticos rapidamente.
Muitos de nós, e me refiro aos apaixonados por vida pré-histórica, gostamos de desenhar os animais extintos, por vezes desde a infância e isso acaba tornando-se um hábito, levando-nos a aprender sobre arte, desenho, pintura e escultura, tanto manual quanto digital e também a aperfeiçoar nossas técnicas, melhorando as habilidades ao ponto de retratar qualquer animal que desejamos e da forma que os imaginamos. Mas nem sempre podemos chamar tais trabalhos de paleoarte.
De acordo com o que entendi da pesquisa, poderia simplificar da seguinte maneira, dizendo que a Paleoarte é:
Muitos de nós, e me refiro aos apaixonados por vida pré-histórica, gostamos de desenhar os animais extintos, por vezes desde a infância e isso acaba tornando-se um hábito, levando-nos a aprender sobre arte, desenho, pintura e escultura, tanto manual quanto digital e também a aperfeiçoar nossas técnicas, melhorando as habilidades ao ponto de retratar qualquer animal que desejamos e da forma que os imaginamos. Mas nem sempre podemos chamar tais trabalhos de paleoarte.
De acordo com o que entendi da pesquisa, poderia simplificar da seguinte maneira, dizendo que a Paleoarte é:
- Um conjunto de técnicas usado para criar uma concepção artística de um ser vivo e/ou ambiente extinto a partir de estudos de espécimes fósseis, com finalidade acadêmica científica e didática.
A paleoarte em si pode ter diversas aplicações, desde uso em meios acadêmicos, publicações de pesquisas, livros didáticos entre outros. Variações desse trabalho surgiram nas mídias populares e se espalharam pela indústria de entretenimento e brinquedos, porém sua essência científica se perdeu, o que indica que tais trabalhos não constituem um trabalho de paleoarte.
Dentro da Paleoarte estariam subcategorias, como Paleoreconstrução, Paleoreconstituição e Paleorestauração, bem como um novo conceito criado pelos autores chamado Paleodesign, que estão explicados individualmente a seguir.
Na verdade, as primeiras três subcategorias são termos usados por vezes como sinônimos de paleoarte, em uma visão geral e ampla. No entanto Rodolfo Nogueira e seus colegas observam confusões, pois alguns pesquisadores usam um termo genericamente enquanto outros aplicam o mesmo termo de forma mais delimitada, como uma área específica.
Então os autores optaram por definir de forma mais direta possível o que cada um dos quatro termos significa, propondo que sejam tratados como subcategorias que integram a paleoarte, a partir das definições semânticas das palavras reconstituição, restauração, design e reconstrução. A semântica estuda o significado/sentido de uma palavra.
Tentando simplificar, posso dizer que é a tarefa de organizar as partes de um fóssil completo de acordo com estudos de biomecânica tentando montá-lo da forma que era em vida. Exemplo: encontro um esqueleto completo de um dinossauro, porém todo desmontado. Através da arte eu devo desenhar ou esculpir o esqueleto montado como o animal era em vida.
É a recuperação visual de fósseis deformados ou danificados por processos de preservação. Exemplo: devo colar partes de um osso para montá-lo porque quebrou-se durante a fossilização, remoção do solo ou porque foi armazenado de forma inadequada o que provocou prejuízos ao material.
É o tipo de paleoarte em que incluímos na obra uma característica, uma parte do corpo de uma espécie fóssil qualquer que não foi preservada no processo de fossilização. Exemplo: quando desenho um terópode do qual encontraram apenas ossos, dou à ele uma pele com escamas e/ou penugem e um padrão de cor. Ainda poderia citar a reconstituição de partes faltantes do esqueleto, como uma perna não preservada ou a mão que não estava presente. Tais elementos não ficaram preservados, então tive de incluir de acordo com deduções baseadas em dados científicos do mesmo fóssil ou de outros fósseis e animais análogos atuais.
De acordo com os próprios autores, é a representação da aparência externa em vida de qualquer organismo fóssil envolvendo um estudo detalhado de técnicas, suportes e dados referentes à morfologia, fisiologia e ecologia do organismo.
Exemplo: do meu ponto de vista, creio que a representação de um dinossauro terópode da espécie Tyrannosaurus rex, retratando sua aparência, incluindo algum possível comportamento e funcionamento do corpo em relação a um nicho ecológico num paleoambiente do Cretáceo Superior, estágio Maastrichitiano da América do Norte com base nos dados científicos disponíveis apresentados de acordo com sensibilidade estética do artista é paleodesign. Lembrando que paleodesign é um termo criado e proposto pela primeira vez neste trabalho pelos respectivos autores com intuito de tornar mais definida esta área da paleoarte.
Para se realizar uma boa obra de paleoarte, ilustração ou escultura de uma espécie extinta, estando ou não em seu ambiente natural, devemos ter um conhecimento científico atualizado e aprofundado sobre o que pretendemos retratar.
Não basta eu pegar um lápis e desenhar, um Tiranossauro ou um Trilobita por exemplo, da forma como os conheço ou apenas com base em um outro desenho, filme ou brinquedo para que a obra criada por mim seja considerada cientificamente correta, portanto eu primeiramente precisaria e deveria consultar se possível, os fósseis reais do animal pessoalmente.
Caso não seja possível o acesso ao material, a literatura é o caminho certo e é através de pesquisas científicas a respeito do animal, que descrevem em detalhes a forma, tamanho e composição dos restos fósseis, do tipo de rocha em que foi encontrado, que eu devo começar a elaborar a minha arte.
São necessários dados a respeito de como cada osso se ligava ao outro para formar o esqueleto, é preciso compreender como o animal morreu, se seus restos foram movidos para outro local após a morte e como isso ocorreu.
É preciso compreender qual a organização das camadas sedimentares que envolvem o fóssil e quais camadas estão acima ou abaixo, qual a idade dos restos e qual o tipo de fossilização a que o animal foi submetido, como era o funcionamento de seu corpo, como movia-se, qual seu parentesco com outros animais ou plantas.
Não basta eu pegar um lápis e desenhar, um Tiranossauro ou um Trilobita por exemplo, da forma como os conheço ou apenas com base em um outro desenho, filme ou brinquedo para que a obra criada por mim seja considerada cientificamente correta, portanto eu primeiramente precisaria e deveria consultar se possível, os fósseis reais do animal pessoalmente.
Caso não seja possível o acesso ao material, a literatura é o caminho certo e é através de pesquisas científicas a respeito do animal, que descrevem em detalhes a forma, tamanho e composição dos restos fósseis, do tipo de rocha em que foi encontrado, que eu devo começar a elaborar a minha arte.
São necessários dados a respeito de como cada osso se ligava ao outro para formar o esqueleto, é preciso compreender como o animal morreu, se seus restos foram movidos para outro local após a morte e como isso ocorreu.
É preciso compreender qual a organização das camadas sedimentares que envolvem o fóssil e quais camadas estão acima ou abaixo, qual a idade dos restos e qual o tipo de fossilização a que o animal foi submetido, como era o funcionamento de seu corpo, como movia-se, qual seu parentesco com outros animais ou plantas.
Além de tudo isto, é preciso ter conhecimento a respeito dos organismos atuais, análogos aos extintos, para poder talvez deduzir com maior precisão como deve-se retratar características do ser vivo que não se preservam no fóssil.
Análogos seriam organismos semelhantes, como temos atualmente o Tatu que é um análogo moderno do Doedicurus e outros gliptodontes. Para um Amonite podemos nos basear em Lulas, Polvos e Náutilos atuais. Plantas como o Ginkgo biloba atual, podem ser usadas como referência para construir gêneros extintos da mesma família. Para o Smilodon, temos o Leão, o Tigre, a Onça e outros felinos grandes como análogos. Estes exemplares modernos que se assemelham aos extintos permitem atribuir ao espécime fóssil características como hábitos alimentares, comportamento de caça e proteção, reprodução, cores e aparência que não são preservados nos fósseis por meio de comparação entre os restos com seus análogos.
Confira abaixo a diferença entre duas ilustrações, a primeira, de Felipe Alves Elias, retratando o terópode Spinosaurus. A segunda, retratando o mesmo animal, porém de forma diferente, sendo um modelo digital do animal usado no filme Jurassic Park 3 (2001).
Análogos seriam organismos semelhantes, como temos atualmente o Tatu que é um análogo moderno do Doedicurus e outros gliptodontes. Para um Amonite podemos nos basear em Lulas, Polvos e Náutilos atuais. Plantas como o Ginkgo biloba atual, podem ser usadas como referência para construir gêneros extintos da mesma família. Para o Smilodon, temos o Leão, o Tigre, a Onça e outros felinos grandes como análogos. Estes exemplares modernos que se assemelham aos extintos permitem atribuir ao espécime fóssil características como hábitos alimentares, comportamento de caça e proteção, reprodução, cores e aparência que não são preservados nos fósseis por meio de comparação entre os restos com seus análogos.
Confira abaixo a diferença entre duas ilustrações, a primeira, de Felipe Alves Elias, retratando o terópode Spinosaurus. A segunda, retratando o mesmo animal, porém de forma diferente, sendo um modelo digital do animal usado no filme Jurassic Park 3 (2001).
Spinosaurus: baseado em dados científicos © Felipe Alves Elias |
Spinosaurus de JP3: cientificamente incorreto © Universal Pictures |
Percebam que há muitas diferenças entre os desenhos, a principal delas é o crânio. Suponho que o Felipe procurou retratar o animal de forma científica, buscando dados em pesquisas sobre o bicho para ilustrá-lo, enquanto que a Universal Pictures fez um animal para entretenimento, mais assustador, crânio mais forte, braços mais longos, cauda mais curta. É este o contraste entre duas imagens de um mesmo animal, quando uma obedece aos dados científicos e outra não.
Pensando nisso, então quais são as principais etapas para retratar algo de forma cientificamente correta ?
A partir do proposto no trabalho de Rodolfo Nogueira, existem algumas etapas que devem ser seguidas e que apresento de forma simplificada abaixo:
1º Etapa: Acumular o máximo de dados possíveis a respeito do que se pretende retratar, incluindo todos os aspectos mencionados anteriormente, desde aparência, tamanho, tipo de rocha onde o fóssil foi encontrado e todos os demais aspectos mencionados. Deve-se comparar o animal fóssil com análogos atuais que tenham relação ecológica ou filogenética com o espécime extinto.
A partir do proposto no trabalho de Rodolfo Nogueira, existem algumas etapas que devem ser seguidas e que apresento de forma simplificada abaixo:
1º Etapa: Acumular o máximo de dados possíveis a respeito do que se pretende retratar, incluindo todos os aspectos mencionados anteriormente, desde aparência, tamanho, tipo de rocha onde o fóssil foi encontrado e todos os demais aspectos mencionados. Deve-se comparar o animal fóssil com análogos atuais que tenham relação ecológica ou filogenética com o espécime extinto.
O fóssil deve ser observado © Dinocasts.com |
2º Etapa: Realiza-se esboços do esqueleto do animal em diversos ângulos, especificamente o ângulo frontal, superior e lateral (o animal visto de lado, de cima e pela frente). É possível fazer o animal em pose de vida, atuando dentro de seu paleoambiente. Feito o esqueleto, deve-se adicionar esquemas de músculos e tegumentos, e só depois a textura e cor destes. Se necessário ou de interesse do artista, pode-se ainda adicionar olhos, pele e textura, entre outras características do corpo. Nesta etapa o retrato do animal está praticamente completo.
O Carnotauro de Rafael Albo foi baseado em um esqueleto como o visto acima, e veja como a representação fica bem similar ao observado no fóssil, estando a gravura já completa na parte de criação, faltando apenas pintura, que é facultativa.
O Carnotauro de Rafael Albo foi baseado em um esqueleto como o visto acima, e veja como a representação fica bem similar ao observado no fóssil, estando a gravura já completa na parte de criação, faltando apenas pintura, que é facultativa.
Carnotaurus © Rafael Albo |
3º Etapa: Podemos fazer uma escultura digital do animal, respeitando aspectos anatômicos com textura de pele e todas as características, unindo o modelo digital a uma malha que permite a movimentação de partes isoladas da modelagem, para servir de esqueleto e permitir a movimentação do animal. Não é totalmente necessária, mas útil para testar a biomecânica do corpo e a capacidade de realizar determinado movimento naturalmente. Ajuda a entender o funcionamento, a locomoção do animal entre outros aspectos.
4º Etapa: Reconstrução do paleoambiente, incluindo representações do clima, solo, plantas, outros animais, um nicho ecológico completo incluindo aí o modelo digital produzido na etapa 3. Por fim cria-se a interação do animal com o ambiente, inserindo sombra do animal no ambiente e vice-versa, poeira, interação com as plantas e outros animais, entre outros fatores externos ao corpo que estejam em interação com o animal.
4º Etapa: Reconstrução do paleoambiente, incluindo representações do clima, solo, plantas, outros animais, um nicho ecológico completo incluindo aí o modelo digital produzido na etapa 3. Por fim cria-se a interação do animal com o ambiente, inserindo sombra do animal no ambiente e vice-versa, poeira, interação com as plantas e outros animais, entre outros fatores externos ao corpo que estejam em interação com o animal.
A importância está na ponte criada entre a população leiga em geral e o conhecimento científico teórico, uma vez que nem todos tem acesso e/ou conhecimentos para interpretar dados usados em um ambiente acadêmico. Por outro lado, muitos têm acesso e conhecimento teórico a respeito, porém a leitura excessivamente técnica torna-se chata e provoca desinteresse, por isso as imagens são necessárias.
Mais importante ainda, é que imagens ajudam na compreensão de descrições dos seres vivos já extintos, ajudando na interpretação dos termos técnicos. Supondo que um determinado paleontólogo estudou um Trilobita encontrado no Brasil e publicou um estudo a respeito descrevendo o animal de acordo com o que viu no fóssil. Pesquisadores que não viram o mesmo fóssil podem assimilar com mais facilidade a descrição do animal se esta vem acompanhada de uma figura.
Se desejamos publicar uma descrição do paleoambiente de certo período, nada melhor do que uma imagem para ajudar o leitor a compreender o que queremos dizer, assim como desenhos ou modelos digitais atraem a atenção do público leigo para uma notícia que aparece na TV. Um museu vai atrair muito mais visitantes se mantiver em exposição um esqueleto montado de um animal ou uma escultura do mesmo em tamanho natural do que se exibir apenas os fósseis, que por vezes são de difícil compreensão para olhos não treinados.
A arte aplicada à ciência permite uma maior disseminação de conhecimento, atraindo o interesse de pessoas que não estão familiarizadas com aquele assunto. Permite também que os próprios cientistas testem hipóteses a respeito de um fóssil.
Além disto, a "paleoarte" com função de entretenimento é bem interessante, uma vez que podemos criar modelos dos animais, por vezes não tão corretos cientificamente, mas interessantes do ponto de vista visual, como usado em filmes e em alguns documentários. Muitos definem esse uso da paleoarte em mídia não científica como "Paleoimageria" ou seja, o uso de reconstruções de organismos extintos sem preocupação científica.
Bem, com isso eu concluo esta postagem, e espero ter conseguido demonstrar um pouco do que é paleoarte. Infelizmente não tive tempo de inserir mais imagens para exemplificar, o que parece irônico, pois na maioria das postagem coloco toneladas de fotos e nesta, especificamente sobre arte, só duas. Bem, pretendo colocar mais algumas, porém preciso pesquisar quais exatamente, não gostaria de dar exemplos incorretamente. Se algum dos autores do artigo citado tiver interesse em contribuir ou encontrar alguma informação incorreta, ou mesmo outros artistas, por favor entrem em contato. Se quiser baixar o arquivo em PDF do artigo original pesquise no Google usando a referência.
Mais importante ainda, é que imagens ajudam na compreensão de descrições dos seres vivos já extintos, ajudando na interpretação dos termos técnicos. Supondo que um determinado paleontólogo estudou um Trilobita encontrado no Brasil e publicou um estudo a respeito descrevendo o animal de acordo com o que viu no fóssil. Pesquisadores que não viram o mesmo fóssil podem assimilar com mais facilidade a descrição do animal se esta vem acompanhada de uma figura.
Se desejamos publicar uma descrição do paleoambiente de certo período, nada melhor do que uma imagem para ajudar o leitor a compreender o que queremos dizer, assim como desenhos ou modelos digitais atraem a atenção do público leigo para uma notícia que aparece na TV. Um museu vai atrair muito mais visitantes se mantiver em exposição um esqueleto montado de um animal ou uma escultura do mesmo em tamanho natural do que se exibir apenas os fósseis, que por vezes são de difícil compreensão para olhos não treinados.
A arte aplicada à ciência permite uma maior disseminação de conhecimento, atraindo o interesse de pessoas que não estão familiarizadas com aquele assunto. Permite também que os próprios cientistas testem hipóteses a respeito de um fóssil.
Além disto, a "paleoarte" com função de entretenimento é bem interessante, uma vez que podemos criar modelos dos animais, por vezes não tão corretos cientificamente, mas interessantes do ponto de vista visual, como usado em filmes e em alguns documentários. Muitos definem esse uso da paleoarte em mídia não científica como "Paleoimageria" ou seja, o uso de reconstruções de organismos extintos sem preocupação científica.
Bem, com isso eu concluo esta postagem, e espero ter conseguido demonstrar um pouco do que é paleoarte. Infelizmente não tive tempo de inserir mais imagens para exemplificar, o que parece irônico, pois na maioria das postagem coloco toneladas de fotos e nesta, especificamente sobre arte, só duas. Bem, pretendo colocar mais algumas, porém preciso pesquisar quais exatamente, não gostaria de dar exemplos incorretamente. Se algum dos autores do artigo citado tiver interesse em contribuir ou encontrar alguma informação incorreta, ou mesmo outros artistas, por favor entrem em contato. Se quiser baixar o arquivo em PDF do artigo original pesquise no Google usando a referência.
- GHILARDI, R.P.; NOGUEIRA, R. S. R. ELIAS, F.A. Paleodesign: Uma nova proposta metodológica e terminológica aplicada à reconstituição em vida de espécies fósseis. In: Paleontologia: Cenários da Vida, p. 61 - 70. [S.l.] Editora Interciência. 2007.
5 comentários :
Excelente post Patrick! Eu não tive a oportunidade de ler esse artigo completo, mas você conseguiu resumir em poucas (e ótimas) palavras esse assunto tão interessate. Parabéns cara!!!
Parabéns, Patrick.
Fico muito feliz que o material tenha sido útil. Sucesso na nova coluna!
Só chamo a atenção para que nas citações no texto você credite os colegas Renato e Rodolfo como autores principais da investigação. Esse artigo é resultado do trabalho de TCC do Rodolfo. Ao ler o texto, o leitor pode ficar com a impressão de que o estudo foi coordenado por mim. O trabalho é, de fato, uma iniciativa deles. Eu participei como um "co-orientador não oficial" do Rodolfo em seu trabalho de conclusão de curso. Minha participação nesse caso foi muito menor.
Abraços
Uma amiga me enviou o link e puxa fiquei muito contente e lisongeado de encontrar uma página dedicada a minha pesquisa. Obrigado Patrick. E Felipão um agradecimento maior para vc, sabe como foi importante.
Abraços e novamente obrigado!
Olá. Sou Marcelo Viana e trabalho com paleoarte no Museu de Ciências Naturais PUC MG. Confiram meus trabalhos no site www.myspace.com - Realismart.
Parabéns, ótimo post.
Paleoarte é Ótimo.
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