Às vezes o conteúdo que você procura não está na primeira página. Seja um paleontólogo no Ikessauro e procure aqui o conteúdo que deseja!



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Nimbadons eram os "Koalas" há 15 milhões de anos

© Karen Black

Uma coleção de fósseis do norte da Austrália, pertencente à marsupiais arbóreos pré-históricos, sete vezes maiores que os Koalas, está causando um frenesi de excitamento dentro do mundo paleontológico. As extraordinária descoberta de cerca de 30 esqueletos de Nimbadon foi recentemente feita num local denominado AL90 no Riversleigh World Heritage Area, no noroeste de Queensland. Confira mais sobre este notável achado no resto do artigo.

O Nimbadon foi um antigo parente do Wombat, entretando vivia em grupos nas copas das florestas tropicais australianas, cerca de 15 milhões de anos atrás. Era parte de um grupo diverso de marsupiais herbívoros, chamados Diprotodontóides, que eram os herbívoros dominantes nos ecossistemas australianos durante o Mioceno Médio, entre 16 a 14 milhões de anos atrás. Pode-se dizer que eram os equivalentes dos Koalas atuais há 15 milhões de anos.
© Karen Black

"O material fóssil do Nimbadon é incrivelmente raro e será bem útil, não só porque está excepcionalmente bem preservado, mas porque representa indivíduos de várias faixas etárias, desde pequeninos filhotes até os adultos mais idosos", disse Karen Black, paleontólogo da Universidade de New South Wales (UNSW), em Sidney.
Embora os fósseis de Nimbadon tenham sido recuperados em Riversleigh antes desta nova descoberta, a coleção recente é única porque mostra uma grande quantia de indivíduos de idades variadas, tornando possível o estudo do crescimento da espécie. Tomografias computadorizadas dos crânios estão sendo feitas atualmente e serão usadas para determinar características do cérebro e dar pistas do comportamento, diz Black.
Crânios do Nimbadon: desde filhotes até adultos completos
© Karen Black


É improvável que os esqueletos de Nimbadon coletados no sítio sejam da mesma época. A caverna é uma armadilha no nível do solo e Nimbadons, que eram arbóreos e bem adaptados à vida nas alturas, andavam desajeitadamente no solo, o que os levava a cair no buraco da caverna, disse a pesquisadora. O material fóssil é útil para entender como era o clima em certo período. Crânios bem preservados e dentes podem indicar o que Nimbadons comiam e que tipo de vegetação esta era. "Também existem isótopos nos ossos e dentes que podem ser usados para determinar a temperatura da época", explicou Black.
Os Nimbadons não são as únicas espécies fósseis encontradas no AL90. Também existem esqueletos de gambás, koalas e outros mamíferos arbóreos pequenos na mesma caverna, sugerindo que um ambiente de floresta existia na época destes animais.
Nós também sabemos que no Mioceno médio, há 15 milhões de anos, o ambiente australiano estava mudando de florestas tropicais luxuriantes para paisagens mais secas e áridas. "Devido ao fato de que os Nimbadons viviam em árvores é provável que a mudança climática os levou à extinção", explicou a cientista. "Por outro lado outros diprotodontóides que viviam na terra, e eram maiores, foram capazes de sobreviver". A maioria dos fósseis está atualmente sendo mantida no UNSW para pesquisa, mas eventualmente serão expostos ao público no Museu de Queensland.

Fonte

0 comentários :