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terça-feira, 13 de novembro de 2018

Pássaro da era dos dinossauros confunde cientistas

Um par de Mirarce eatoni ousados sobre os chifres de um Utahceratops
©Arte de Brian Engh

Um mistério em torno da ancestralidade das aves modernas se aprofundou com a descoberta de um fóssil raro da era dos dinossauros. Cientistas analisaram o fóssil quase perfeitamente intacto de uma ave do tamanho de um Urubu de Cabeça Vermelha, que viveu há 75 milhões de anos. A ave, Mirarce eatoni, teria sido uma criatura especializada em voar, tão bem adaptada ao voo quanto aves modernas.
Porém esta ave e outros de sua família, os enantiornithines, todos sumiram durante a extinção que acabou com os dinossauros não avianos há cerca de 65 milhões de anos. Somente um grupo de aves, dos quais descendem os pássaros vivos hoje, sobreviveram ao cataclismo que seguiu o impacto do meteoro na costa do México.
Porque isso ocorreu é um mistério ainda a ser desvendado. Os traços avançados vistos em M.eatoni criam um quebra cabeça ainda mais complicado. Segundo Jessie Atterholt, da Universidade da Califórnia em Berkeley, "nós sabemos que aves do Cretáceo Inferior, cerca de 115 a 130 milhões de anos atrás, eram capazes de voar, mas provavelmente não tão adaptadas para isso como pássaros modernos. O que esse novo fóssil mostra é que os enantiornithines evoluíram independentemente algumas das mesmas adaptações ao voo altamente refinado e avançado."
Apesar de ter a aparência de uma ave moderna, o M. eatoni provavelmente tinha dentes na frente de seu bico e garras nas asas e também nos pés, dizem os cientistas. O fóssil está armazenado na Universidade da Califórnia em Berkeley, na coleção de seu museu de paleontologia. Foi descoberto em Utah em 1992 e só agora foi estudado. As descobertas foram publicadas no periódico PeerJ.
Todas as aves evoluíram de dinossauros terópodes emplumados de duas pernas, um grande grupo de carnívoros que inclui até o Tiranossauro rex. Os enantiornithines eram bem comuns e podem ser encontrados em fósseis por todo o mundo diz Atterholt. 
O M. eatoni tinha um esterno profundamente quilhado, implicando em grandes e poderosos músculos de voo. também possuía pontos de ancoragem de penas nos ossos dos braços. Em aves modernas estes pontos ajudam a fortalecer as penas das asas para voo ativo.
"Essa é a primeira descoberta destes pontos de ancoragem de penas em qualquer enantiornithine, o que nos conta que era um voador forte" disse Atterholt. Uma possível razão para a extinção dos enantiornithines é que eles eram primariamente animais de florestas, dizem os pesquisadores. Muitos experts acreditam que o meteoro devastou a maioria das florestas pelo mundo.
O nome da ave, Mirarce, combina a palavra do Latim que significa "maravilhoso" com o personagem mítico Grego Arce, um mensageiro alado dos Titãs.


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