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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sky Monsters - Monstros dos Céus (2005)

Fóssil de um pterossauro sob luz ultravioleta
© National Geographic Channel

Em"Monstros dos Céus" o tema central é, como muitos podem já ter deduzido, a vida, as características e curiosidades sobre Pterossauros, répteis voadores que conviveram com os dinossauros durante a Era Mesozóica. Diversas teorias são apresentadas sobre como deveriam ser. Para ler um pequeno resumo do documentário e ver fotos que são também papéis de parede, basta expandir a postagem.

Inicio com uma lista dos animais que notei e pude reconhecer no documentário, que foi produzido pelo National Geographic Channel e tem duração média de 45 minutos.


O documentário é focado em nos explicar o que são pterossauros, quando viveram, suas principais características físicas, como aparência, caudas, cristas, tamanhos. Formas dos bicos, metabolismo, reprodução e principalmente evolução do voo através destes que foram os primeiros vertebrados voadores do planeta Terra.
Primeiro conhecemos um pouco sobre a aparência física deles, descobrimos que alguns tinham caudas e outros não, alguns tinham cristas, outros possuíam bicos estravagantes. Vemos animais enormes como o Quetzalcoatlus e pequenos como o Pterodactylus, além de assistir os paleontólogos falando da hipótese de alguns terem uma espécie de pelagem.
Fóssil de um Pterodactylus
© National Geographic Channel
Finalmente os cientistas resolvem, com a ajuda de escultores e especialistas em aeromodelos, montar um pterossauro robótico que pudesse voar de verdade e provar, definitivamente, se os animais reais podiam voar mesmo ou só viviam no solo, planando de um local alto para algum ponto abaixo deste.
O modelo, embora não tenha sido mencionado, parece e deve ser um Anhanguera, devido à característica quilha presente na ponta dos bicos, tanto superior quanto inferior. Inicialmente foi construída a estrutura base do pterossauro, apelidado de "Herchy" (não sei qual é a grafia correta, pois não há legenda no DVD que vi) significando um diminutivo de Hércules.
Modelo em processo de fabricação
© National Geographic Channel
Após construído, o robô foi levado a uma pista de voo para testes, onde aeromodelistas usam seus aviões em miniatura. Um aeromodelista com experiência em controlar estes modelos voadores é chamado para tentar guiar o pterossauro em sua primeira experiência de voo. O modelo subiu até que com facilidade, mas não pairou no ar por muito tempo, caindo e infelizmente ficando danificado.
Com os consertos necessários, algumas modificações e agora com um paraquedas para evitar danos, Herchy volta a voar...

sábado, 26 de setembro de 2009

Dinossauro chinês pode preencher mais um pedaço da lacuna evolutiva das aves

Um dos fósseis encontrados na China
©
Xu Xing


Como já sabemos, fósseis com penas foram muito bem preservados nas rochas da China e por isto frequentemente surgem novas espécies com penas encontradas lá. Um dinossauro pequeno pode indicar a origem das penas e aves, sendo este mais antigo que a ave primitiva encontrada na Alemanha, o Archaeopteryx. Sabia mais sobre este novo dinossauro expandindo a postagem, incluindo sobre sua aparência, descoberta, enfim, o que mais foi divulgado pelos paleontologistas.


Segundo os o Dr. Xu Xing e sua equipe, os fósseis encontrados mostram plumas que podem ser consideradas as mais antigas já encontradas, sendo que datam de uma idade maior que 150 milhões de anos.
A idade destes restos tiram o título do Archaeopteryx de ave mais antiga já descoberta dizem os pesquisadores em seu artigo publicado na revista Nature.
Muitos pesquisadores e leigos punham em dúvida a ideia de que aves surgiram dos dinossauros devido à falta de fósseis mais antigos do que o já citado animal alemão, que apresentassem penas.
A diferença de idade entre o Arqueopterix e os fósseis chineses é de pelo menos 10 milhões de anos, disse Xu Xing, da Adademia de Ciências da China. O animal que foi batizado como Anchiornis huxleyi, apresenta plumagem densa, formando aparentemente 4 "asas" como no Microraptor gui, também chinês.
Reconstituição do Anchiornis
©
Hu Dongyu/AP
O nome do novo animal indicaria que era uma ave, porque o primeiro fóssil estava um pouco fragmentado, incompleto e só com a descoberta do segundo espécime notaram definitivamente que se trata de um dinossauro e este será importantíssimo para definir a origem do voo das aves.
A característica de ter 4 asas indica que pode ser um estágio transicional da locomoção terrestre para a alada, e, consequentemente entre dinossauros e pássaros.

Foi no encontro anual da Sociedade de Paleontólogos de Vertebrados, na Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha que os pesquisadores deram mais detalhes sobre a nova descoberta.
Talves o Anchiornis fosse assim
©
Arthur Weasley

Segundo Michael Benton, paleontólogo inglês de grande prestígio, a descoberta é extremamente importante. “Ao desenhar a árvore da vida, é bastante óbvio que há registros de fósseis com penas anteriores ao Archaeopteryx”, disse ele à BBC News. “Agora essas novas descobertas fantásticas do professor Xu Xing provam isso de uma vez por todas.”
O animal era bem pequeno, medindo só 34 centímetros e com cerca de 100 a 200 gramas de peso, se assemelha muito às aves. Tanto que seu nome significa "Próximo das Aves", como interpretei em uma tradução livre.

O animal viveu há cerca de 144 milhões de anos, onde havia muita atividade vulcânica, e por isto foi tão bem preservado em rochas que são formadas pelas cinzas dos vulcões, as quais formam bons fósseis em 3D.

Fontes

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

When Dinosaurs Ruled - Quando os Dinossauros Reinavam (1999)

Quando os Dinossauros Reinavam é uma série de documentários produzida pelo The Learning Channel em 1999 e exibida no Brasil pelo Discovery Channel, contendo 5 episódios que tratam da vida dos gigantes do Mesozóico, abordando diversos assuntos importantes, como seu surgimento, evolução, extinção etc. Abaixo você confere um resumo breve de cada episódio. O que está esperando, clique em "Leia Mais" e divirta-se.

Desconheço a ordem dos episódios, se é que eles tem uma, então postarei os resumos de episódios escolhidos aleatóriamente.

Título original: "When Dinosaurs Ruled - Ground Zero"
Título no Brasil: "Quando os Dinossauros Dominavam - Ponto Zero"

Este episódio trata dos tesouros paleontológicos sul-americanos, mostrando como dinossauros primitivos surgiram e que possivelmente a América do Sul foi o "berço" dos dinossauros. Contando com a participação de paleontologistas diversos, entre eles Paul Sereno, este documentário mostra a expedição de Paul em busca do Herrerassauro. O Eoraptor, considerado um dos mais antigos dinossauros já descobertos, está neste documentário, para mostrar como animais muito primitivos habitavam o continente. O clima é abordado, outros dinossauros também, todos encontrados na América do Sul, como o Carnotaurus, Argentinosaurus e Giganotosaurus. Além destes, os dinossauros e pterossauros brasileiros são outra atração do episódio "Ponto Zero".

© Blog do Ikessauro

Título original: "When Dinosaurs Ruled - Birth of Giants"
Título no Brasil: "Quando os Dinossauros Dominavam - Nascimento dos Gigantes"

Este episódio se baseia na história paleontológica européia, principalmente nos achados da Inglaterra, onde a paleontologia começou a tomar forma. Com base em fósseis de dinossauros, pegadas e até ovos fósseis, o episódio nos mostra muito da paleontologia européia, apresentando-nos diversos dinossauros, como o Ampelosaurus, Iguanodon, Neovenator entre outros encontrados naquela região. Aprendemos sobre a história da paleontologia, primeiros achados e enganos ocorridos e diversas outras curiosidades. Assim como nos demais episódios, paleontologistas famosos com o Paul Sereno e Bob Bakker participam, explicando ao telespectador os mais diversos assuntos.
© Blog do Ikessauro


Título original: "When Dinosaurs Ruled - The Land that Time Forgot"
Título no Brasil: "Quando os Dinossauros Dominavam - A Terra Esquecida ou A Terra que o Tempo Esqueceu"

Existem diversos boatos de criaturas fantásticas vivendo escondidas pelo mundo em diversos locais, desde as mais altas montanhas aos mais repugnantes pântanos, em locais abertos ou subterrâneos, em florestas e lagos. Mas seriam estas criaturas reais? Podem ser animais pré-históricos sobreviventes da extinção? É atrás desta resposta que os pesquisadores correm atrás neste episódio, precisamente usando a lenda africana do Mokele-Mbembe, que segundo eles, sugerem um animal aquático de porte grande, semelhante a m saurópode. Na verdade o episódio não é um documentário focado em uma expedição em busca de seres mitológicos em um "mundo perdido", mas sim em uma busca pelos dinossauros africanos, dentre eles o Brachiosaurus, Deltadromeus, Massospondylus e vários outros animais.
© Blog do Ikessauro

Título original: "When Dinosaurs Ruled - The Real Jurassic Park"
Título no Brasil: "Quando os Dinossauros Dominavam - O Verdadeiro Parque Jurássico"

Em se tratando de "Parque Jurássico" sabemos que a América do Norte é imbatível, pois para receber um título assim, precisaríamos de muitas espécies de diferentes períodos e a América do Norte tem isto, contando com animais do Triássico, Jurássico e Cretáceo em grande abundância. Este episódio trata dos animais desta parte das Américas, nos mostrando as evoluções, comportamentos, espécies, como o Estegossauro, Tiranossauro, Pteranodon etc. Com uma diversidade de espécies tão vasta e de impressionantes formas e tamanhos aquele lugar pode ser considerado "O Verdadeiro Parque Jurássico".
© Blog do Ikessauro

Título original: "When Dinosaurs Ruled - At The End of Earth"
Título no Brasil: "Quando os Dinossauros Dominavam - No Fim do Mundo"

A Antártica hoje, juntamente com a Austrália, podem ser considerados os continentes do "fim do mundo" devido à grande distância que ficam dos demais continentes e também pela pouca quantia de habitantes, pelo menos no gelado pólo sul. Na Era Mesozóica ambos os continentes eram frios, mas mesmo assim abrigavam dinossauros, como o hadrossauro Mutaburrassauro e o pequenino Leaelinassaura, além do Rhoetosaurus, um saurópode entre outros. Temos também o Criolofossauro da Antártica, o terópode de crista proeminente. Perto de outros continentes, estas terras longínquas tem poucos dinossauros, mas mesmo assim encontraram lá espécies formidáveis que se adaptaram ao clima frio e viveram com grande sucesso naquele clima desolador. Este é o tema deste episódio, os dinossauros do continente gelado e da Austrália.
© Blog do Ikessauro

Em suma, "Quando os Dinossauros Dominavam" é uma série de documentários, onde cada episódio traz as descobertas de algum continente específico, faltando apenas detalhes do continente asiático. O tempo de duração é de aproximadamente 45 minutos para cada programa.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dino Death Trap - O Elo Perdido (2007)

© National Geographic Channel

Você visitante deve conhecer muitos dinossauros e alguma vez, provavelmente, imaginou como pequenos dinos terópodes primitivos evoluíram para gigantes como o T.rex no decorrer da Era Mesozóica. Paleontologistas sabiam mais ou menos como aconteceu, mas faltavam animais para preencher a lacuna evolucionária que ficou entre os pequenos animais do Triássico e Jurássico e os grandes do Cretáceo. Um achado na China, contendo vários esqueletos, ajudam a saber como pode ter ocorrido esta evolução. Os paleontologistas haviam achado o "Elo Perdido" em uma armadilha de dinossauros. É sobre isto que o documentário Elo Perdido ou "Dino death Trap" (Armadilha Mortal de Dinossauros) trata, nos mostrando como os dinos evoluíram e como tantos animais foram parar juntos em uma mesma cova. Confira mais expandindo a postagem e não deixe de ver este documentário.

Dino Death Trap foi produzido pelo National Geographic Channel, com foco em uma importante descoberta na China, que mostrou aos paleontologistas um achado incrível.

© National Geographic Channel

Os desbravadores de fósseis, liderados por Xu Xing da Academia de Ciências da China e James Clark da Universidade George Washington, procuravam no deserto de Gobi esqueletos fossilizados e encontraram um bem preservado em um bloco de rocha, mas quando foram removê-lo tiveram uma grande surpresa, pois logo abaixo do primeiro dino, havia um outro esqueleto também em ótimo estado de conservação, separado do outro por apenas 30 centímetros de rocha.

Tal descoberta causou euforia, então imaginem o que ocorreu quando descobriram debaixo do 2º fóssil um terceiro animal e ainda um quarto esqueleto abaixo deste!

© National Geographic Channel

Aquela rocha fora formada por uma espécie de piche ou lama grudenta que prendera tantos animais juntos, praticamente ao mesmo tempo, além de que cinzas vulcânicas indicam que a lama tornou-se um armadilha a partir da mistura com as cinzas, o que tornava tudo pegajoso.

Ao fim do episódio vemos a reconstituição completa de uma cena, a provável catástrofe que matou os animais, mostrando que um animal preso na lama atraía mais e mais predadores que se prendiam também. Atividade vulcânica pode ter assustado os animais que correram desesperadamente e se atolaram no poço grudento.
Diversos dinossauros chineses aparecem com destaque, mas diversos outros animais fazem participações rápidas. Confira a lista de animais abaixo:
© National Geographic Channel

Se você ficou curioso para saber mais, sugiro que assista o documentário assim que puder, podendo comprá-lo em DVD em lojas do ramo do exterior, pois aparentemente não há versão brasileira do DVD.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dinosaurs: Return to Life? - A Volta dos Dinossauros (2008)

© Discovery Channel
Como o próprio narrador diz neste documentário, desde Jurassic Park nós sonhamos com a possibilidade de dar vida aos dinossauros, recriá-los e conviver com eles. Ainda não temos tecnologia adequada, nem DNA para fazer esta experiência, mas com avanços tecnológicos e novos achados de fósseis contendo proteínas e colágeno esta história volta à tona e dá novas esperanças aos amantes da paleontologia. Para saber mais sobre o documentário basta expandir a postagem.

Recentes descobertas de proteínas em ossos de dinossauros, como no fêmur de um Tiranossauro rex e no esqueleto fossilizado de um Brachylophosaurus, agora considerado o mais bem preservado já encontrado de todo o registro fóssil ajudam especialistas a determinar parentesco de dinossauros e animais modernos, mas ainda há uma tarefa que podemos considerar impossível atualmente, que é recuperar o DNA de um dinossauro.
Neste documentários os paleontologistas, geneticistas e especialistas de áreas relacionadas debatem sobre a hipótese de recriar um dinossauro a partir do DNA fóssil, chegando à conclusão de que isto é inviável no momento, pois falta o principal ingrediente.

Todos lembram do DNA retirado de insetos presos em âmbar, no filme Parque dos Dinossauros e muitos acham que foi nesta história que tal teoria surgiu. Estão enganados, pois antes mesmo disto, um pesquisador usou esta técnica, tentando obter DNA dos insetos, o que falhou.

Mas e se escolhessem outro caminho para criar um dinossauro? Um caminho através de seus descendentes, as aves atuais, usando um método de evolução às avessas, transformando uma ave em um ser primitivo usando engenharia e manipulação genética.

Primeiramente aumentariam a cauda da ave até que fosse longa como a de um dinossauro, depois as penas deveriam ser reduzidas, o bico deveria apresentar dentes e o animal teria de ganhar massa muscular. Estas seriam algumas alterações, mas não é tão simples assim, pois criar um "pássarossauro" seria algo demorado e até absurdo, envolvendo questões éticas e filosóficas.

No documentário vemos a técnica que um geneticista usou para aumentar a cauda em embriões de galinha para se assemelhar à de um dinossauro, e, também como fez nascer dentes em uma galinha, embora os animais não tenham nascido.

Se é possível fazer isto, então criar um "galinhassauro" é viável, pelo menos retrocedendo o DNA de uma ave atual até fazer com que pareça um dinossauro.



Rise of Feathered Dragons - Ave ou Dinossauro? (2006)

Este documentário do Discovery Channel, nos mostra as mais recentes teorias sobre a evolução das aves a partir dos dinossauros Terópodes, mostrando evidências fósseis, aparências de animais, comparações, imagens e histórias, tudo narrado por um jovem paleontologista. Confira mais sobre este documentário e várias fotos expandindo a postagem.

O jovem paleontologista Matt Lamanna, do Museu Carnegie de História Natural, acha que os dinossauros deram sim origem às aves e para descobrir mais evidências que provem isto ele sai em um expedição com dois companheiros de profissão, o chinês You Hailu (há referência a ele como Hailu You em alguns sites) e outro amigo chamado Jerry Harris. Os três vão à Formação da Bacia de Changma, local com um grande histórico de fósseis, em busca da resposta para a evolução das aves modernas.

O Dr. Hailu à esquerda e Matt Lamanna à direita
©
Kenneth J. Lacovara
Lá eles procuram fósseis de aves, encontram algumas partes, e, o que mais nos entrete neste documentário é que é apresentado como um diário do próprio Lamanna, ou melhor, crônicas científicas com a narração dele e até vídeos feitos por ele mesmo nos museus e sítios de escavação.

Conhecemos neste episódio o Microraptor, vemos o fóssil do Archaeopteryx e de muitas aves extintas e ainda podemos ter uma ideia de como é o dia a dia de um paleontologista no trabalho de campo.
Fóssil do Archaeopteryx
©
Wikimedia
Sem dúvida para quem curte evolução, dinossauros e principalmente aves, esté é o documentário certo, tratando com simplicidade o tema, sem deixar o lado científico de lado.

Ouvimos diversas narrativas de Matt, contando trechos famosos da história paleontológica, como a descoberta do Deinonychus e também um pouco sobre os fósseis descobertos na China, do qual
destaca-se o Sinosauropteryx.

A evolução das penas é comentada, sabemos a diferença entre penas modernas e proto-penas encontradas em dinossauros e a semelhança entre aves modernas, seu metabolismo e o possível metabolismo dos dinossauros terópodes.

Em suma, o documentário é um apanhado geral de toda a teoria de que aves descendem de dinossauros terópodes pequenos e isto é muito interessante e importante, conteúdo e conhecimento indispensável nos dias de hoje, para qualquer amante de paleontologia.

Fonte:

  • DVD Rise of Feathered Dragons

domingo, 20 de setembro de 2009

Dino Autopsy - Autópsia de um Dinossauro (2007)

© National Geographic Channel

National Geographic Channel apresentou ao mundo o dinossauro Dakota, um dino bico de pato da espécie Edmontosaurus, cujo fóssil foi tão bem preservado que manteve impressões de pele, tendões e músculos de diversas áreas do corpo, sendo um dos mais bem preservados dinossauros já encontrados. Achado nos Estados Unidos, este animal deu à equipe da National Geographic um tema perfeito para um documentário, que logo realizaram e que hoje conhecemos como "Dinosaur Autopsy" ou Autópsia de um Dinossauro. Neste programa você confere todos os estudos que os pesquisadores realizaram em Dakota, a fim de determinar como morreu e que idade tinha, além de saber como ficou tão bem preservado. Leia a postagem inteira expandindo a postagem e confira várias fotos.

A história deste documentário é baseada em um animal impressionante, muitíssimo preservado e que vamos conhecer agora, para saber do que se trata o filme.

Dakota jaz perto do rio
© National Geographic Channel

O achado aconteceu em 1999 no estado de Dakota do Norte, onde um rapaz chamado Tyler Lyson, ainda estudando o ensino médio, encontrou um fóssil na Formação Hell Creek, em uma área que ficava dentro da propriedade de sua família. Ele não escavou o solo e nem estudou o local com detalhes até 2004, quando olhando o fóssil na rocha, que estava somente com uma mínima parte exposta, ele notou traços de pele fossilizada, uma característica de fósseis mumificados, que geralmente preservam tecidos moles. A partir daí avisou paleontologistas que liderados por Philip Manning, um especialista britânico, começaram a escavar o local no verão de 2006.
O animal era um Edmontosaurus, um hadrossaurídeo de grande porte, com cerca de 3,5 toneladas de massa corporal e 11 metros de comprimento, tendo sido preservado em um tipo de rocha sedimentar formada por lama de um rio, o animal manteve a pele preservada parcialmente, parte dos músculos e tendões.

Após removido, começou a preparação e análise do corpo fossilizado, que incluiu até uma tomografia computadorizada feita pela maior máquina deste gênero do mundo, que fica na sede da NASA, a Agência Espacial Americana.
T.rex atacando Dakota
© National Geographic Channel

Tudo isto deu origem a gravações usadas para criar o documentário Autópsia de um Dinossauro, pelo National Geographic Channel, que descreveu com detalhes o processo de análise do animal, além de criar com computação gráfica modelos de dinossauros, inclusive do Dakota, para mostrar como ele morreu, ficou preservado e nos presenteou milhões de anos depois com um dos mais espetaculares achados da paleontologia moderna.
Com este achado alguns conceitos dos paleontologistas sobre os dinossauros mudaram, como o fato de notarem que as vértebras tem pelo menos 1 centímetro de espaço entre si, então as montagens de museus do mundo todo, com as vértebras coladas umas nas outras, diminuem o tamanho dos dinossauros.
T.rex: seria ele o assassino de Dakota?
© National Geographic Channel

Fonte:
  • DVD Autópsia de um Dinossauro

Saurópode nigeriano finalmente é batizado

Escavação do esqueleto
© Remes K, Ortega F, Fierro I, Joger U, Kosma R, et al

Em 2007 um saurópode desconhecido pela ciência foi encontrado e identificado pelos paleontologistas do Museu Paleontológico de Elche (MUPE) em Agadèz, Níger, que fica no norte da África. O animal é o mais antigo saurópode encontrado e ainda era desconhecido pela ciência, pelo menos até agora. Este ano ele foi estudado e recebeu um nome e classificação, que você confere expandindo a postagem.



Spinophorosaurus nigeriensis foi o nome escolhido para o saurópode de cerca de 13 metros de comprimento, cujos fósseis foram levados para a Espanha para estudo até que a limpeza e classificação fosse concluída, o que era demorado porque o animal é grande, muito bem preservado e com certeza pesado contando com cerca de 75% do esqueleto preservado.
Comparando com outros animais já descobertos, os paleontólogos perceberam que não havia nem a mínima referência ao animal em todo o acervo de pesquisas paleontológicas do mundo, indicando que a espécie é desconhecida e a mais antiga conhecida. Data do Jurássico Médio e está entre os mais antigos saurópodes verdadeiros, pois animais semelhantes que viveram antes deles, no Triássico, são considerados mais basais, espécies primitivas denominadas Prossaurópodes.
A intenção é devolver os fósseis ao Níger assim que a preparação e catalogação acabe, onde ficarão expostos no Museu Nacional, porém o MUPE contará com um réplica em tamanho original do dinossauro para manter em exposição.

Fonte

sábado, 19 de setembro de 2009

Jurassic Fight Club - Luta Jurássica (2008)

© History Channel
Sem dúvida, Jurassic Fight Club, ou Luta Jurássica como é chamado no Brasil, é uma das séries de documentários mais legais. Foi produzido pelo The History Channel e exibido em 2008. Até o momento só foi produzida uma temporada com 12 episódios, cada um contando sobre lutas ocorridas na pré-história, descobertas por achados fósseis. As batalhas naquela época eram ferozes e não ocorriam por vingança, raiva ou inveja, mas por necessidade, como o slogan da série mesmo diz, "Só há uma regra: Sobreviver!". Para ver um resumo de cada episódio, fotos e muito mais, basta expandir a postagem.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Evoluções - National Geographic Channel (2008)

© National Geographic Channel
Evolução é uma série de documentários composta de 3 episódios contando a evolução de animais de hoje e mostrando de que animais pré-históricos eles descendem, levantando hipóteses para cada característica evolutiva nova que nos diferentes animais no decorrer dos milhões de anos. Os animais em questão são o Urso, a Baleia e as Aves. Confira o resumo de cada episódio e algumas fotos expandindo a postagem.

Episódio 1
The Walking Whale (A Baleia que Caminha)
O terceiro episódio trata da evolução das baleias, contando como elas evoluíram de animais terrestres parecidos com cachorros, para animais com forma de peixes, sem pernas traseiras e com membros transformados em nadadeiras. Paleontologistas traçam um possível caminho evolucionário, com base em diversos fósseis encontrados em lugares que há milhões de anos estavam cobertos por mares ou lagos. Animais como o Basilossauro, Ambulocetus e outros archaeocetos são retratados com computação gráfica neste documentário.


Episódio 2
Dino Turkey (Dino Peru)
Este episódio trata da evolução dos dinossauros para se tornar as aves modernas, mostrando como era a vida dos dinossauros, como eram os principais ancestrais das aves e quais dinossauros provavelmente evoluíram de forma a ganhar penas e habilidades de voo. Vemos muito sobre os dinos empenados, como o Microraptor e ainda uma análise do fóssil original do Archaeopteryx, a ave mais antiga conhecida. Infelizemente encontramos alguns dados incorretos neste episódio, como o caso de um Apatosaurus de incríveis e exagerados 50 metros sendo caçado por dois Monolophosaurus. Além do fato do Apatossauro não ser tão longo, ele não conviveu com o Monolofossauro, que é chinês. No entanto, o documentário é bem interessante, sendo que podemos aprender muito com ele.
Microraptor
© National Geographic Channel
Apatossauro
© National Geographic Channel

Episódio 3
Bear Necessities (Necessidades do Urso)

Neste episódio vemos a evolução dos Ursos, onde surgiram, principais ecossistemas que habitaram, seus comportamentos e a diversidade de ursos pré-históricos que existiram, variando de animais pequenos a ursos enormes, como o Urso de Cara Curta ou o Urso das Cavernas, ambos enormes predadores pré-históricos. Ficamos a par das teorias sobre como surgiu o Urso Polar atual, porque o Urso Indiano se alimenta principalmente de insetos enquanto o Panda prefere o bambu, além, de diversas curiosidades sobre estes animais, tudo explicado em detalhes pelos paleontologistas.
Urso pré-histórico
© National Geographic Channel
Urso pré-histórico
© National Geographic Channel
Fonte:
  • DVDs Evolução 1, 2 e 3


Dinossauros Bizarros - National Geographic Channel (2009)

© National Geographic Channel

Nesta postagem contarei a vocês um pouco sobre o documentário produzido pelo National Geographic Channel, sobre os Dinossauros Bizarros, que debate sobre diversos dinos que tem aparência estranha. São diversas espécies e teorias sobre suas esquisitices que compõe este programa. Para ler mais sobre o documentário, clique no botão de expansão de postagem e veja o texto completo.

O documentário, cujo título original em inglês é "Bizarre Dinos" e dura aproximadamente 45 minutos, é focado basicamente nas características estranhas de alguns dinossauros, com diversos paleontologistas dando opiniões sobre o porque destes animais terem adornos estranhos, como chifres, velas, espinhos, placas ou cristas, braços estranhos, dedos bizarros entre outras características.

Entre os animais que notei no documentário, aparecem o seguintes:

Alguns são mostrados devido às estranhas características, outros, somente por motivo de explicação da evolução dos dinossauros. Seriam estes dinossauros bizarros exatamente como imaginamos? Para que serviria uma vela de quase 2 metros de altura nas costas do Espinossauro? E os chifres de inúmeros ceratopsianos, assim como as placas e espigões de incontáveis estegossaurídeos, que função tinham?
Os dinos de cabeça grossa realmente lutavam dando marradas? E sobre a estranha crista do Guanlong, assim como as mais bizarras ainda dos dinos bico de pato, o que se pode afirmar a respeito?
Guanlong
© National Geographic Channel

Não sabemos com exatidão, mas cada paleontologista desenvolve sua opinião a respeito de forma que muitas vezes não há uma hipótese, mas várias, como é o caso do que os especialistas dizem sobre a vela do Espinossauro neste documentário. Ela pode ter sido um adorno defensivo, servindo para assustar e aumentar ainda mais o animal, poderia ser para atrair parceiros sexuais ou intimidar rivais de território, assim como poderia ser um aparato de regulação térmica. A ainda mais uma hipótese, de que a vela não era só coberta com pele, mas sim com gordura, como se fosse a corcova de um Camelo, servindo de reserva ao animal em épocas de comida escassa.

Fonte:

  • DVD Dinossauros Bizarros



Raptorex: o ancestral chinês do T.rex

Reconstituição do Raptorex
© Todd Marshall
O Tiranossauro rex parece mesmo ter se originado no oriente, precisamente na China, segundo o que vem indicando as mais recentes descobertas. Temos o Guanlong, aquele terópode de crista que segundo pesquisadores é ancestral do rex e agora o mais novo dinossauro descoberto lá por Paul Sereno, que chamou-o de Raptorex, indica que é um T.rex em miniatura, praticamente uma cópia do grande animal norte americano. Para saber mais sobre este animal e sua descoberta você precisa apenas expandir a postagem.

Réplica do crânio e do animal em vida
© Universidade de Chicago


O Raptorex era pequeno, media aproximadamente 2,7 metros de comprimento e tinha cerca de 60 quilos apenas. Viveu há 125 milhões de anos, época em que já apresentava uma aparência, uma anatomia, muito semelhante à do seu descendente grandalhão. Paul Sereno, o paleontologista da Universidade de Chicago, já nomeou e descobriu diversos dinossauros incríveis em diversos locais, entre eles na América do Sul, África e agora estuda este dino da China. Este animal foi encontrado com um fóssil muitíssimo bem preservado e estava sendo vendido no mercado negro de fósseis. O colecionador Henry Kriegstein comprou o fóssil e enviou a Sereno para ser estudado, mas como a China tem leis contra venda de fósseis assim como o Brasil, Paul só concordou em estudá-lo se depois fosse devolvido à China. Foi feita então uma pesquisa e preparação, que resultou em um artigo publicado na revista on-line "Science" no último dia 17, quinta-feira.
Além de Sereno, outros pesquisadores participaram da pesquisa e o que impressiona todos eles é que o Raptorex é praticamente um T.rex em escala menor, como se fosse medido e projetado para ter exatamente 1 centésimo do peso do animal maior.
O Raptorex já apresentava o "cabeção" avantajado, braços curtos e pernas fortes e musculosas. Tinha olfato muito apurado, como se constatou analisando a cavidade cerebral do mesmo, característica presente no "Lagarto Tirano Rei". Stephen Brusatte, paleontologista do Museu Americano de História Natural, disse à imprensa que o Raptorex prova que as adaptações que o T.rex apresenta para ser um grande predador não são exclusivas dele, mas já estavam presentes nos seus ancestrais. O "Ladrão Rei", provável significado do nome do Raptorex, já tinha os braços pequenos, que provavelmente assim evoluíram para compensar a cabeça grande, equilibrando o corpo que era veloz. Os pesquisadores dizem que provavelmente ele ficava à espreita de presas perto de lagos que existiam na região da Mongólia, onde poderia atacar as presas usando a boca grande e as garras.
Raptorex comparado ao T.rex
© Todd Marshall

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Basilossauro

Assim devia ser o Basilossauro
© Mark HeineEsqueleto do Basilossauro
© Smithsonian Institute
Nome científico: Basilosaurus cetoides, B. drazindai, B. isis, B. wanklyni, B. vredensis, B. caucasicus, B. paulsoni, B. puschi e B. harwoodi.
Significado do Nome: Rei dos Lagartos.
Tamanho: cerca de 18 metros de comprimento.
Peso: cerca de 30 a 40 toneladas.
Alimentação: Carnívora.
Período: Eoceno.
Local: América do Norte, Egito e Paquistão, mas provavelmente no mundo todo.

Veja onde foram encontrados os principais Basilossauros
© Patrick Król Padilha
Veja quando viveu o Basilossauro
© Patrick Król Padilha

Se você acha que esta postagem trata de um dinossauro, pterossauro ou réptil marinho extinto, então está enganado. Sim, pelo nome do animal parece um réptil, mas vou logo explicando o porque deste nome e que tipo de animal ele é realmente.
O Basilossauro é na verdade um mamífero, um cetáceo extinto há aproximadamente 37 milhões de anos e recebeu este nome que significa "Rei dos Lagartos" ou "Réptil Rei". Um cetáceo é um mamífero marinho do grupo das baleias e golfinhos, ou seja, o Basilossauro é um archaeoceto ou baleia arcaica, um ancestral dos animais de hoje.
Para que você entenda como e porque um mamífero foi chamado como um réptil é só dar uma rápida olhada no esqueleto do animal.
Esqueleto de um Basilossauro
© Mark Uhen/Cranbrook Institute of ScienceCrânio de um Basilossauro
© UCMP

Olhando para a anatomia do esqueleto, alongada como nos répteis, sem membros e com um crânio dotado de poderosos dentes cônicos na frente para segurar a vítima e de dentes triangulares afiados atrás para cortar carne, totalizando quase 20 metros de comprimento, facilmente poderíamos confundir o animal com um réptil marinho como o Tilossauro.
A configuração dos dentes do Basilossauro indicam que comia preferencialmente peixes e lulas, mas não se engane pensando que por ser um comedor de peixes ele era muito pacífico. Ele comia peixes gigantes, de até 3 metros de comprimento, incluindo até tubarões, além de outras baleias menores que ele que viviam naquela época.
Mas ao contrário do que pensaram os primeiros cientistas a estudá-lo, ele não era um réptil, mas um mamífero que viveu em um período mais recente do que os dinossauros, sendo datado de cerca de 40 a 34 milhões de anos atrás, ou seja, período Eoceno Superior.
A primeira ossada foi encontrada nos Estados Unidos, no estado de Louisiana e posteriormente nos estados do Alabama e Mississippi, dois estados que o adotaram como fóssil oficial do estado.
Com o passar do tempo novas descobertas ocorreram, sendo que foram achados esqueletos no Egito, Paquistão e há ainda indícios do animal na Austrália. No entanto, imagino que teve distribuição global, afinal era o predador supremo dos mares e não havia barreiras geográficas que o impedissem de se espalhar por outros oceanos. Além das 3 espécies principais, mais conhecidas, temos mais 6 espécies de diversos países, que seriam do Basilosaurus, sendo elas as seguintes e seus respectivos países:
  • Basilosaurus wanklyni - Inglaterra
  • Basilosaurus vredensis- Alemanha
  • Basilosaurus caucasicus - Rússia
  • Basilosaurus paulsoni - Russia
  • Basilosaurus puschi - Polônia
  • Basilosaurus harwoodi - Austrália
Este animal que viveu no Eoceno, era provavelmente o maior animal de sua época, com cerca de 18 metros do focinho à cauda, até maior sugere alguns pesquisadores, além de ter uma massa de cerca de 30 toneladas. O Basilossauro apresenta um corpo bem mais longo comparado com as baleias modernas, além de ter na parte posterior do corpo um par de membros vestigiais, característica que mostra traços de que o ancestral do Basilossauro era quadrúpede.

No nício do século 19 começaram a ser descobertos muitos fósseis deste animal e estes eram tão grandes e comuns que moradores das redondezas os usavam como utensílios, móveis ou para construir moradias. Certa vez Judge Bry resolveu acabar com a destruição dos fósseis, pois sabia de sua importância e enviou uma vértebra à American Philosophical Society (algo como Sociedade Americana Filosófica ou Sociedade Americana de Filosofia).
Desta forma, acabou chegando às mãos do Dr. Richard Harlan um fóssil do animal que foi analisado, levando o cientista a imaginar que eram de um réptil de cerca de 45 metros de comprimento, o que foi aceito, levando-se em conta que o homem era um anatomista e devia ter conhecimento sobre ossos. Foi aí que batizaram o animal como Basilosaurus, que significa "Rei dos Lagartos", devido ao seu enorme tamanho e sua suposta natureza reptiliana.

Somente quando o famoso Sir Richard Owen, o anatomista inglês criador do termo Dinosauria, estudou um fóssil bem completo do Basilossauro, com partes da coluna vertebral, de pedaços da mandíbula, membros e costelas que se constatou ser na verdade um cetáceo e que este deveria ser rebatizado como Zeuglodon cetoides, que significa algo como "Baleia com dentes de jugo", sendo que jugo é um aparato de madeira usado para atrelar bois à carroças formando pares de animais. Os dentes de vários animais marinhos tem semelhança com o jugo porque tem duas raizes e o jugo tem estruturas também duplas.
Depois de algum tempo o nome Zeuglodon começou a ser ameaçado pelo antecessor, pois sempre que um mesmo animal é nomeado por duas pessoas diferentes, com nomes diferentes, torna-se obrigatório o uso de apenas um dos nomes, sendo que pela norma da nomenclatura científica, o primeiro nome criado deve ser o utilizado, que no caso desta baleia era mesmo Basilosaurus, o que forçou o nome Zeuglodon a tornar-se um sinônimo.

Em 1845, um homeme chamado Albert Koch soube que moradores estavam encontrando ossos gigantes no Alabama e resolveu verificar tudo de perto em busca de um esqueleto inteiro. Chegando lá ele coletou diversos fósseis e montou seu animal, que ficou extremamente grande, exageradamente longo, com incríveis 35 metros de comprimento. Albert disse que o animal era uma "Serpente Marinha", a qual o deixou relativamente conhecido, a ponto de expor seu achado em New York e algum tempo depois na Europa. Estudos posteriores feitos por pesquisadores diferentes resultaram em um diagnóstico correto, diagnóstico este que mostrou que o animal na verdade foi montado com fósseis de 5 animais diferentes e o pior de tudo, alguns ossos nem eram de Basilossauro.

Além da espécie holótipo, que deu nome ao gênero, nomeada Basilosaurus cetoides, outras espécies foram encontradas, sendo uma delas o B. isis, descoberto no Egito em um local chamado de Vale das Baleias, devido ao grande número de fósseis de baleias no local, que inclusive foram bem preservados.
Philip Gingerich é um paleontologista especialista em escavações no Vale das Baleias, onde já escavou diversos fósseis e a partir de seus achados acredita que pode ter encontrado a fonte da adoração dos nativos egípcios da região pelos crocodilos. Segundo ele, os egípcios cultuam os crocodilos praticamente como deuses, o que pode acontecer porque os nativos viram no local fósseis do Basilossauro e devido ao formato do crânio imaginaram ser um crocodilo. Uma terceira espécie foi encontrada no Paquistão e recebeu o nome de B. drazindai.

Anatomicamente poderíamos definir o Basilossauro como um cetáceo muito alongado, com membros dianteiros bem desenvolvidos para natação, mas com membros posteriores praticamente atrofiados, pequeninos demais para ajudar na natação, mas que talvez servissem para ajudar na hora de acasalar, funcionando como uma espécie de apoio para agarrar-se ao parceiro durante a cópula.
Sua forma corporal longilínea, ou seja, alongada e quase comparável a de uma serpente, por isto deveria ter um modo de locomoção diferente das baleias atuais. Philip Gingerich surgeriu que ele movia-se como uma enguia, ondulando o corpo, às vezes horizontalmente, às vezes verticalmente a fim de impulsioná-lo. Pode parecer estranho, mas pode ser que se movesse assim mesmo, pois as vértebras lombares, torácicas, sacrais e caudais eram praticamente iguais em tamanho, diferente de outros animais marinhos. Este tipo de movimento é algo completamente desconhecido em cetáceos modernos.
A antomia do esqueleto na parte da cauda sugere que ele tinha uma espécie de bartana, chamada de lobo caudal usado para impulsionar durante a locomoção, assim como as baleias atuais tem a mesma estrutura.
A maioria das reconstruções mostram uma pequenina barbatana dorsal, o que é somente especulativa, baseada em baleias da família do rorqual, mas ainda há reconstruções que mostram uma espécie de calombo mais alto apenas. De qualquer forma, por enquanto só podemos imaginar estas estruturas, porque fósseis não preservam esta parte do corpo com facilidade.

Esta baleia primitiva possuía pequenos membros na parte traseira, com cerca de somente 60 centímetros cada, o que claramente não ajudava em nada na locomoção porque eram pequenos e fracos demais para um animal tão grande. Análises mostram que os membros reduzidos só podiam alterar entre duas posições, sendo parecidos com os membros vestigiais encontrados nas boas, cobras como a Anaconda, Jiboia ou Pítons, que somente os usam para conseguir maior aderência ao corpo do parceiro durante o acasalamento. Pode ser que os membros do Basilossauro tivessem a mesma função.
As vértebras desta baleia parecem ter sido ocas e provavelmente continham fluídos no seu interior. Isto é mais um indício de que o Basilossauro tivesse um modo de locomoção ou movimentos diferentes dos cetáceos atuais dizem especialistas no assunto.
Julgando pela fraqueza da musculatura axial e pelos ossos fracos dos membros, o Basilossauro não deve ter sido capaz de nadar por longos períodos ou mergulhar profundamente. Se isto já era difícil, imagine caminhar em terra, o que era fora de cogitação para o "Rei dos Lagartos".
Pode parecer estranho imaginar uma baleia em terra, mas saiba que elas eram sim animais terrestres. Milhões de anos antes de evoluir para o Basilossauro, cetáceos diversos viviam em terra, numa espécie de hábito anfíbio, caçando na água e até se assemelhavam a um cachorro na aparência. No entanto o Basilossauro não é um ancestral das baleias atuais, porque ele foi extinto, provavelmente por mudanças climáticas, e não deixou descendentes, sendo que foi um ramo próximo ao dele que originou os atuais cetáceos.
A cabeça do Basilossauro não tinha espaço e forma para um órgão em forma de melão como as baleias modernas providas de dentes, por isto acredita-se que seu cérebro seria bem menor se comparado aos animais atuais. Tal órgão seria o responsável por produzir os sons de alta frequência com que baleia atuais se comunicam e por isto acreditam especialistas que o Basilossauro não era um animal muito apto a manter relações sociais, como algumas modernas baleias que vivem em bando, o que pode ser resultado da falta do órgão para comunicação.
Basilossauro reunido em grupo: isto seria possível?
© Pavel Riha

Até há algum tempo se achava que o Basilossauro tinha uma espécie de carapaça, mas depois pesquisadores descobriram que os fósseis observados eram na verdade cascos de tartaruga encontrados juntos com os fósseis da baleia e por isto foram confundidos com partes do mamífero.
Alguns criptozoologistas, especialistas em animais míticos como o Pé Grande, Chupa-Cabras entre outros, acreditam que as histórias sobre Serpentes Marinhas gigantes e mostruosas tenham surgido a partir de encontros de pessoas com algum Basilossauro sobrevivente ou com um parente próximo e parecido. Mas não tendo nenhuma prova ou dado confiável que indique a existência de qualquer Basilossaurídeo vivo, isto fica mesmo com cara de lenda.

Mamíferos extintos no geral não são tão reconhecidos como os dinossauros, sendo que apenas Mamutes e felinos de dentes de sabre recebem mais atenção do que os outros e mesmo assim não conseguem superar os dinos em popularidade. O Basilossauro sofre deste mal, é pouco conhecido na mídia e só os aficcionados em paleontologia são mais familiarizados com ele.
Era mais conhecido nos séculos passados, durante a descoberta dos primeiros fósseis, quando reconstruções erradas fizeram deste animal um astro, como é o caso da reconstrução de Albert Koch de 1845, a qual foi feita com ossos de mais de 5 animais diferentes, sendo alguns totalmente diferentes do Basilossauro, mas que formaram um animal inexistente e este, devido ao tamanho de 35 metros de comprimento e aparência semelhante à de uma serpente marinha, ficou famoso e conhecido por muita gente. Tal esqueleto seria chamado de Zeuglodon.
Em "Walking with Beasts" da BBC o Basilossauro aparece como o maior predador do Eoceno, pelo menos na água, além de nos mostrar uma hipótese de como seria o ciclo reprodutivo do animal, desde seu acasalamento, alimentação e até o momento de dar a luz.
Neste documentário, um Basilossauro fêmea desesperado por conta da fome, tenta capturar um mamífero chamado Moeritherium que nadava nas águas rasas, uma presa incomum, mas este se refugia em terra. Quase perdendo o filhote devido à fome, a mãe Basilossauro finalmente encontra o animal que chamamos de Dorudon, um tipo de baleia daquela época que era herbívora e vivia em grupos o que facilita ao predador a tarefa de capturar uma presa, neste caso um dos filhotes do Dorudon.
Em "Walking with Dinosaurs Special: Sea Monsters", o Basilossauro aparece como o predador supremo do 4º mar mais perigoso de todos os tempos, retratado bem agressivo e territorialista.
Até na literatura clássica temos uma participação do Basilossauro, que é citado por Herman Melville no capítulo 104 do livro "Moby-Dick", no qual um capitão é obcecado em capturar uma baleia branca.
Basilossauro de Walking with Beasts
© BBCBasilossauros no abraço do acasalamento
© BBC
E um documentário chamado Evolução, do National Geographic Channel, pesquisadores relatam achados sobre archaeocetos e mostram evidências, teorizando como e porque as baleias evoluíram da forma terrestre para animais marinhos enormes. Um dos archaeocetos deste documentário é o Basilossauro.
O Museum Nacional de História Natural dos Estados Unidos conhecido como Museum Smithsoniano ou Smithsonian Institute tem em exposição um esqueleto montado do Basilossauro.

Fontes