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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Feira de paleontologia põe fósseis de Archaeopteryx à venda na Alemanha

Fóssil de Archeopteryx simensii à venda
© AP
Está ocorrendo essa semana a 46ª Feira Internacional de Minerais, Fósseis, Pedras Preciosas e Jóias, evento tradicional de paleontologia de Munique, na Alemanha. A feira acaba amanhã, 1º de novembro de 2009. Uma das atrações é a venda de fósseis e desta vez alguns tesouros estão lá a disposição dos colecionadores "dinheirudos". De todos os 10 fósseis de Archaeopteryx já encontrados até hoje, 6 estão à venda na feira e o valor não é nenhuma bagatela, pelo contrário, chegam a valer "alguns" milhões de euros. E aí, vai quebrar o cofrinho e encarar?

Fonte


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Extinção: o supermeteoro caiu na Índia diz pesquisador

Diagrama tridimensional da cratera de Shiva*
© GSA
Há anos a teoria mais aceita para explicar a extinção dos dinossauros é a queda de um meteoro gigante. O local em que tal meteoro caiu seria de acordo com diversas pesquisas, o Golfo do México, especificamente na Península de Yucatán. A cratera ali e a presença de determinados elementos indicam que foi ali o local do impacto. Mas um cientista indiano está dizendo que encontrou uma cratera maior ainda na costa da Índia. Veja mais sobre essa nova descoberta expandindo a postagem para ler a matéria completa.

A Cratera de Shiva, agora considerada como a possível maior cratera de impacto da Terra, mede cerca de 500 quilômetros de diâmetro e circunda uma espécie de montanha com 4,800 metros de altura contando a partir do fundo oceânico, elevação esta conhecida como Elevado de Bombaim.
Justify FullSankar Chatterjee é o líder da equipe de pesquisadores da Universidade Técnica do Texas - EUA, que está estudando a cratera e suas características. O local onde tal depressão está é o mar ao oeste da Índia, região onde há muitas reservas de petróleo e gás natural e por isso ali existe muita atividade mineradora. Entre estas crateras complexas estão os locais mais ricos em hidrocarbonetos de todo o planeta.

Segundo os cientistas, se realmente foi um meteoro o responsável pela formação da cratera, ele teria sido monstruosamente grande, chegando a talvez 40 quilômetros de diâmetro, o que seria capaz de criar um impacto tão forte que seria como se fizesse o próprio movimento tectônico.
Só para ter uma ideia de quão grande seria o meteoro, podemos compará-lo com o que supostamente caiu em Yucatán. Este teria entre 8 e 10 quilômetros de diâmetro, ou seja, a "pedrona" que pode ter caído na Índia seria 3 ou 4 vezes maior.



É difícil imaginar e descrever um cataclisma dessas proporções. Mas, se os pesquisadores estiverem corretos, o impacto de Shiva vaporizou a crosta da Terra no ponto da colisão, deixando no local nada menos do que um buraco onde emergiu o material ultra quente do manto da Terra.

Os pesquisadores acreditam que o impacto acelerou as erupções vulcânicas em uma linha que cobre a maior parte do oeste da Índia. E mais, o impacto separou as ilhas Seicheles da placa tectônica indiana, fazendo-as derivarem em direção à África.


As evidências geológicas são dramáticas.

A maioria da cratera fica submersa na plataforma continental da Índia, mas onde ela emerge é marcada por pico altos e agudos e depressões acentuadas. O impacto parece ter destruído ou desgastado a maior parte da camada de granito de 48 quilômetros de espessura presente na costa oeste da Índia.
O próximo passo é ir até a cratera coletar dados e amostras, o que provavelmente será feito mês que vem, de acordo com a previsão do Dr. Chatterjee e sua equipe.

Chatterjee disse que o objetivo é descobrir se as rochas são heterogêneas, ou seja, que não são iguais, há mistura de diferentes tipos e ainda verificar a presença de dois importantes indícios de queda de meteoro, que seriam cristais de quarto com sinais de impacto e presença de irídio, um elemento que é usado quase como uma impressão digital, para reconhecer o meteoro.

* A imagem não mostra a camada de rochas formadas após o fim do Cretáceo que ficam sobre a cratera e nem representa a água do mar.

Fonte


terça-feira, 27 de outubro de 2009

PaleoRS: Evento de Paleontologia regional

Logo da PALEORS
© Divulgação
Oi Pessoal, tô postando pra contar a vocês que haverá um evento de Paleontologia aqui no Sul do Brasil, especificamente no Rio Grande do Sul. O evento que se chama PALEORS, é um encontro regional de paleontologia e ocorrerá em São João do Polêsine. Este encontro acontecerá nos dias 3, 4 e 5 de Dezembro. Caso queiram participar podem conseguir mais informações entrando em contato com a organização pelo email a seguir: paleors.2009@gmail.com

Pliossauro gigante foi encontrado na costa de Dorset

Este feroz predador, do grupo dos répteis marinhos chamados Pliossauros, que são Plesiossauros de pescoço curto e cabeça grande, viveu há cerca de 150 milhões de anos atrás nos oceanos do planeta Terra. O crânio mede 2,4 metros de comprimento e experts dizem que poderia ser este o maior de todos os pliossauros já encontrados: medindo talvez mais de 16 metros. Veja mais sobre esta notícia expandindo a postagem.

O fóssil, o qual foi encontrado por um caçador de fósseis da região, foi comprado pelo Conselho da cidade de Dorset.
O valor pago foi de cerca de 20 mil libras, que seria aproximadamente 65 mil reais no Brasil. O dinheiro veio do Heritage Lottery Fund, que é uma espécie de poupança acumulada a partir da loteria britânica e que é destinada a gastos com patrimônio cultural. Segundo David Tucker, conselheiro dos museus locais, o objetivo é comprar fósseis encontrados na costa jurássica para estudo e exposição nos museus locais. O fóssil, foi comprado e agora será estudado, após ser cuidadosamente preparado. Ao final do estudo este será posto em uma exposição no Museu de Dorset.

O paleontologista Richard Forrest contou à BBC: "Eu havia escutado rumores que alguma coisa grande tinha sido achada. Mas vendo essa coisa em de perto, então ele pode dizer, é de cair o queixo. É simplesmente enorme"
Pliossauros foram répteis marinhos gigantes, formalmente considerados plesiossauros, e viveram durante a Era Mesozóica. Eles tinham pescoço curto e cabeças enormes com dentes proporcionalmente grandes e mandíbulas poderosas, assemelhando-se aos crocodilos.

Usando quatro nadadeiras para dar propulsão ao corpo robusto através da água, eles conseguiram facilmente caçar Ictiossauros ou plesiossauros menores. David Martill, um paleontologista da Universidade de Portsmouth, disse: "Essas criaturas eram monstros. Eles tinham músculos grandes e massivos no pescoço, e você pode imaginar que eles mordiam um animal e podiam segurar muito bem, e então com aqueles músculos massivos do pescoço eles provavelmente destroçavam o animal tirando pedaços dele." "Seria praticamente um banho de sangue".
Este exemplar que é o último encontrado deste grupo pode ser o maior pliossauro já encontrado. Dr. Martill disse: "Essa coisa é absolutamente enorme. Quando eu o vi, me chocou perceber o quanto isso realmente é grande"
O fóssil é composto de uma mandíbula inferior e um crânio. E baseado no comprimento deste crânio, 2,4 metros, estima-se que a criatura atingiu tamanhos entre 10 e 16 metros de comprimento, medindo da ponta da cauda até o focinho, com média de peso de cerca de 7 a 12 toneladas. Isso significa que compete com achados recentes de proporções titânicas, como "O Monstro de Svalvard" e o "Predador X", além do "Monstro de Aramberri" achado no México, os quais são todos estimados em cerca de 15 metros.
Dr. Martill ainda diz: "Nós só achamos a cabeça, então você não pode ser absolutamente preciso. "Mas ainda assim este pode competir com os espécimes de Svalbard e do México pelo título de maior do mundo".

O fóssil ainda está grudado em pedaços de rocha, sem ter sido limpo, mas está claro que foi muito bem preservado. Richard Forrest, um especialista em plesiossauros, disse: "Crânios de pliossauros são muito grandes, mas não muito robustos, em geral, e você a tendência é encontrá-los quebrados e esmagados - praticamente uma panqueca fóssil". "O que é fantástico sobre esse novo crânio, não somente o fato de ser absolutamente enorme, mas é que está bem preservado em forma 3D e não muito distorcido. Você tem essa maravilhosa mandíbula e pode ver a partir da grossura que era imensamente forte. Poderia devorar um humano em uma única engolida, de fato, alguma coisa como um T.rex poderia ter sido o café da manhã para uma fera como esta."
O fóssil foi descoberto por um coletor de fósseis local na Costa Jurássica, uma faixa de 150 quilômetros entre Dorset e East Devon, que contém 185 milhões de anos de história geológica preservada em suas rochas. As autoridades não querem revelar o ponto exato do achado, com medo que outras pessoas queiram procurar fósseis no local. A precaução não é porque não desejam que encontrem os ossos, mas porque a região é perigosa, sujeito a desmoronamentos e quedas de rochas, que poderiam machucar seriamente possíveis caçadores de fósseis. Richard Edmonds, gerente de ciências do Conselho de Dorset afirma que "Essa parte da costa está sofrendo erosão rapidamente e isso significa que fósseis antes presos na rocha acabam sendo expostos e indo parar até nas praias. " O caçador de fósseis foi sortudo o suficiente para estar no lugar certo e dia certo em que um grande fóssil caiu da encosta, e deu a ele a chance de examinar um local específico. Ele gastou os próximos 4 anos indo ao local, dia após dia, e como resultado descobriu esse absolutamente incrível fóssil. Foi um empenho incrível."

Dr. Edmonds acredita que o resto deste gigante deve ainda estar na rocha, mas pode ser que leve décadas para ser completamente removido. Segundo ele, o terreno é inclinado demais e o animal grande demais para ser escavado, então teremos que esperar até um novo grande deslizamento de terra revelar novos ossos.

Agora os pesquisadores debatem como e quando vão preparar o fóssil para estudo, talvez conseguindo com esta pesquisa aprender mais sobre estes animais e sua vida, bem como a vida nos oceanos pré-históricos.

Fonte

domingo, 25 de outubro de 2009

Oviraptor Papo: seria o novo dino da coleção? [uptade 25/10/09]

Oviraptor Papo
© Papo
Hoje, encontrei na internet o que parece ser o novo dinossauro da marca Papo, aquela empresa francesa que muitos visitantes do blog já conhecem, afinal, revendo os bonecos aqui! Há tempos colecionadores esperavam um novo dino, mas pra decepção de todos, em 2009, foi realizada uma nova versão do Mamute. Com estas fotos podemos supor o que será o novo dino Papo, um Oviraptor. Mas calma aí, pode ser somente uma montagem, uma imagem falsa, embora tenha todas as características de um Papo. Mas a alegria de alguns colecionadores é a tristeza de outros. Saiba porque expandindo a postagem, assim poderá ler a materia toda e ver mais imagens, inclusive do boneco como realmente é, imagens estas adicionadas no uptade da postagem.

Assim como eu fiquei feliz, muitos outros colecionadores se alegraram com a novidade. Mas sempre existem os mais exigentes não é? Alguns já botaram defeito no fato do Oviraptor Papo não ter penas e ter um ovo na mão, o que seria necessário no caso das penas e desnecessário no caso do ovo, para se adequar às mais recentes pesquisas. O fato dele comer ovos é discutido, uma vez que foi descoberto que os ovos em que estavam deitados seus ossos eram dele mesmo e então ele não estaria roubando-os. Outros pontos da anatomia estão levemente incorretos, como a posição das mãos e alguns outros detalhes. Aparentemente o boneco é baseado numa ilustração do paleoartista J. T. Csotonyi. Apesar das discordâncias eu adorei o novo dino e não vejo a hora de ver uma imagem do boneco real. Para quem quer realismo anatômico, a marca Papo não é a ideal para colecionar, mas para quem quer dinossauros incrivelmente detalhados, com aparência bem viva, a Papo é recomendada. Não sei se já está à venda ou se ainda temos que esperar até uma data de lançamento, mas assim que houverem mais notícias, faço um update nesta postagem pra deixar todo mundo à par das novidades.

Oviraptor Papo© PapoOviraptor Papo
©
Papo

Como sabemos, as imagens de divulgação liberadas pela Papo nem sempre representam fielmente o boneco que chegará ao mercado. Consegui imagens na internet do que seria o boneco real. As fotos são imagens do catálogo Papo, que mostra os modelos disponíveis. Repare que as manchas verdes do pescoço sumiram, as listras do animal são menos vermelhas, a crista é vermelha e as garras pretas em vez de brancas, o que é melhor porque nunca vi um animal com garras branquinhas.

Oviraptor visto de frente: foto do catálogo
©
PapoOviraptor de perfil: foto do catálogo
©
Papo


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Fruitadens: novo recorde de menor dino norte-americano

Reconstrução do Fruitadens
©
Doyle Trankina
Richard Butler, paleontólogo da Coleção Estadual de Paleontologia da Bavária, que fica em Munich, Alemanha, junto com diversos colegas, estudou um fóssil de um pequeno dinossauro que há 30 anos estava guardado no Museu de História Natural da Cidade de Los Angeles e descobriu que este animal é fascinante e espantosamente pequeno. Veja o nome que o dinossauro ganhou e mais informações sobre o animal expandindo a postagem.

A pesquisa que apresentou o dinossaurinho ao mundo foi publicada no periódico científico Royal Society Proceedings B, com dados sobre o animalzinho que desde 1979 estava guardado sem descrição. Nomeado como Fruitadens haagarorum, não pesando mais que 1 quilo. O nome que ele ganhou vem da área onde foi encontrado no estado do Colorado, pois tal local chama-se Fruita. Assim ele recebeu o nome que talvez significa "O que é de Fruita" ou "O Que vem de Fruita".
Segundo pesquisadores, o fóssil deste dino foi encontrado na Formação Morrison, já famosa por diversos fósseis de notáveis dinossauros bem conhecidos. Na verdade pelo menos 6 indivíduos desta espécie foram achados, com esqueletos parcialmente preservados.
Modelo em tamanho real do Fruitadens
© AAP
Na pesquisa, o paleontologista afirma que o Fruitadens era um animal do grupo dos Ornitisquianos, que tem o quadril ou bacia, semelhante à dos pássaros. Pelas imagens das reconstruções feitas acredito que seja uma espécie parente do Heterodontossauro, pequeno ornitópode africano, também conhecido por ter caninos pontudos.
Veja como era pequeno este dino
© AP

Este animal agora detém o título de menor dinossauro já descoberto na América do Norte e é bem intrigante. Parece ter sido um pacato comedor de plantas, mas seus caninos afiados demonstram que era também adepto à dieta carnívora. Seria então um onívoro, comendo plantas e pequeninos animais, talvez mamíferos primitivos, lagartos e coisas do gênero, afinal, era rápido e ágil suficiente para capturar qualquer bichinho azarado que passasse por ele. Além do mais, segundo disse Butler, por ser pequeno era ruim e difícil sobreviver só comendo folhas, pois plantas são difíceis de digerir e seria necessário um grande intestino para melhor processamento deste tipo de dieta. Como era pequeno, devia complementar a dieta com carne que é altamente nutritiva e de mais fácil digestão. Segundo análises das rochas, ele viveu há cerca de 150 milhões de anos atrás, no chamado Jurássico Superior, época em que viveram muitos gigantes como o Braquiossauro.

Fontes


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Triceratops e Torosaurus: o mesmo animal ou mais um engano paleontológico?

Reconstrução atual do Triceratops
© Sergio Perez
Um raro dinossauro de chifres conhecido como Torosaurus pode não ser uma espécie diferente, pois de acordo com uma apresentação feita na última sexta-feira, no Encontro Anual da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados, que ocorreu em Bristol - Inglaterra, este dinossauro pode ser a mesma espécie que o já bem conhecido Triceratops. Mas há muita controvérsia sobre o assunto e muitos ainda duvidam desta hipótese, que pra mim é bem duvidosa. Veja o que dizem os paleontologistas que publicaram o artigo e a opinião do "Ikessauro" expandindo a postagem.

Pesquisadores já vem reconhecendo similaridades entre Torosaurus e Triceratops há muito tempo, sendo que a principal diferença é que o Torossauro tem um escudo ou gola óssea maior e mais alongado para cima, na parte posterior do crânio. Mas John Scannella, um estudante de doutorado da Universidade de Montana, e seu orientador, John R. Horner, afirma ter descoberto que espécimes atribuídos às duas espécies realmente formam uma sequência de desenvolvimento contínuo em vez de representar grupos isolados de idades iguais. Seria como dizer que os espécimes de uma espécie representam um faixa etária e os exemplares da outra espécie representam outra faixa etária, porém de uma mesma espécie. Como diria minha mãe, "trocando por miúdos" eles dizem que os exemplares de Torossauro são espécimes de Triceratops machos adultos já totalmente maduros e não uma espécie diferente.

Um esqueleto de Triceratops em exposição no Museu Americano de História Natural em New York, por exemplo, mostra um número de traços no crânio que são comuns tambem ao Torossauro, incluindo ossos parietais e ossos esquamosais alongados. Além disso, exames ao microscópio em finas lascas de ossos de indivíduos de Triceratops e Torossauro revelam que os animais considerados Torossauros são mais desenvolvidos, mais maduros que qualquer um dos outros considerados Triceratops.
Scannella e Horner a partir disso acreditam que os fósseis que são diagnosticados como Torosaurus são somente indivíduos da espécie Triceratops que chegaram à idade madura antes de morrer.

Cientistas já vinham questionando qual a possibilidade de duas espécies semelhantes dividirem o mesmo ecossistema, ambos vivendo desde o Colorado até Saskatchewan, no fim do período Cretáceo. Se Scannella e Horner estão certos, a resposta para a dúvida é que os dois animais seriam na verdade uma única espécie.

Mas a descoberta leva traz outra questão, que é porque caçadores de fósseis só recuperaram só alguns poucos espécimes de Torossauros, menos que uma dúzia, que é pouco se comparada às várias dúzias de jovens Triceratops. "Se Torosaurus é Triceratops, então nós encontramos um monte de animais que ainda tinham muito para crescer," comentou Scannella. Mas devemos ser cuidadosos até que os pesquisadores determinem uma idade mais precisa para cada exemplar na hora da morte.

Os achados providenciam mais evidências de que a diversidade de dinossauros estava diminuindo antes deles serem extintos, o que de acordo com Scannella, sustenta a ideia que alguma outra coisa destruiu os dinossauros e não o asteróide.

A teoria poderia ser levada mais a sério se não houvessem tantas contradições. Para afirmar que Torossauros são machos velhos de Triceratops os paleontologistas em questão teriam que explicar muitas outras características. A principal diferença entre os escudos dos dois tipos de dinossauro é que o Triceratops tem golas mais curtas, de osso maciço, sem fenestras, que são aqueles buracos que existem em crânios de dinossauros. O Torossauro tem uma gola mais longa verticalmente e com enormes fenestras. De acordo com diversas pesquisas os animais poderiam usar os chifres para lutar, enroscando os chifres nos do oponente, talvez para disputar fêmeas ou território, assim como dominância do bando.
Uma reconstrução atual do Torossauro
© Dinoraul/Paleoguy/JWK

Se fosse desta forma, seria estranho justo os machos adultos, que lutariam, ter um crânio e gola mais frágil, com fenestras grandes, bem onde os chifres de um rival poderiam "cutucar" e machucar a carne, furando o escudo durante a luta, pois esta estrutura não teria o osso para proteção. Por isto acho praticamente impossível e inútil, até prejudicial, o animal desenvolver buracos no crânio depois de adulto, em uma etapa da vida em que precisaria mais do que nunca de um escudo resistente. Os paleontólogos afirmam que os Triceratops tem na gola uma espécie de "remendo fino" bem onde ficariam as fenestras dos Torossauros. Talvez queiram dizer que esse pedaço de osso sumia durante o envelhecimento.
Seria mais plausível ocorrer o contrário, o animal perder as fenestras, desenvolvendo osso no crânio, que tornaria a gola totalmente fechada. Em alguns animais o crânio é ainda incompleto ao nascer e precisa terminar o desenvolvimento durante o crescimento. Um bom exemplo somos nós, humanos. Quem não lembra de ter ouvido o pai ou a mãe dizer para cuidar com a cabeça do bebê porque ela tem uma "moleira". Bem, garanto que muitos já ouviram, pode não ter sido precisamente com o termo "moleira", que é usado aqui no interior do Paraná, mas acho que a maioria sabe que ao nascer temos o osso do topo do crânio desenvolvido apenas parcialmente e que quando vamos crescendo ele também cresce, fechando completamente o crânio.
Outra característica que pode contrariar a teoria de Scannella é que a estimativa de tamanho do Triceratops chega a 9 metros e a do Torossauro vai até no máximo 7 metros de comprimento. Como poderia um animal perder 2 metros de comprimento durante a velhice?
E ainda qual seria o motivo de machos adultos serem tão raros, pois os fósseis de Torossauro são raros e os de Triceratops, supostamente as fêmeas jovens, serem tão abundantes. Esta questão até pode ser respondida de maneira plausível, mas não sabemos se aceitável. Talvez os jovens machos ao atingir a maturidade sexual saíssem do bando e vivessem sozinhos como os Elefantes fazem hoje. Por isto, morriam isolados e a chance de serem devorados é maior e por isso não há tantos fósseis.
Assim mesmo continuo em dúvida sobre esta teoria. Parece que o tal Scannella está é querendo chamar a atenção, quer fama e prestígio acadêmico rápido. Se encontrarem um filhote de Torossauro com as mesmas características do adulto, se é que já não encontraram, a teoria deles cai por terra!
Fica aí minha opinião, pois sou totalmente contrário á ideia de que Torossauros sejam Triceratops machos velhos.

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pterossauro Cearence é descrito por Mark Witton

Reconstrução do T. deliradamus
©
Mark Witton
A notícia me deixa alegre e triste ao mesmo tempo, pois enquanto me alegro ao saber que temos mais um pterossauro brazuca, fico meio desanimado com a ineficácia das leis brasileiras em relação ao transporte, venda e comércio em geral de fósseis brasileiros, principalmente os que vão para o exterior. Confira tudo sobre o novo pterossauro expandindo a postagem.

O animal foi descoberto no Ceará, no sul do estado, em rochas com data aproximada de 100 milhões de anos, ou seja, do Cretáceo. O animal media cerca de 4,5 metros de envergadura, tinha uma crista estranha e agora é chamado de Tupuxuara deliradamus. O primeiro nome já é conhecido, pois já existem mais duas espécies de Tupuxuara. Mas o nome deliradamus é estranho, pois foi montado com palavras do latim para homenagear uma banda de rock progressivo, o Pink Floyd, da qual Witton é fã. Ele se baseou na canção "Shine on you crazy diamond" ("Brilhe, seu diamante louco") e por isto o nome da espécie significa "Diamante Louco" em latim. Mas o que o um diamante teria a ver com o animal? Segundo Witton, uma das características que difere o T. deliradamus dos demais Tupuxuaras é a forma da fenestra nasoantorbital, um buraco do crânio, que por ter forma de diamente serviu de base para a criação do nome.

A pesquisa de Mark Witton, que é da Universidade de Portsmouth, saiu publicada na edição mais recente da revista científica "Cretaceous Research". Segundo Witton, a crista do animal poderia servir para diferenciar os sexos na vida adulta, o que chamamos dimorfismo sexual. Ele não aposta na teoria da regulação térmica como o brasileiro Alexander Kellner porque os vasos sanguíneos presentes na crista são apenas superficiais.

O fóssil, composto de um crânio e mandíbula parciais, mas infelizmente foi parar na Europa, precisamente na Universidade de Portsmouth e logo vai ser levado para a Alemanha onde passará um tempo. Para quem não sabe, no Brasil é ilegal qualquer comércio de fósseis nacionais, tanto dentro quanto fora do país. Quando aparece um fóssil brasileiro no exterior surge a dúvida: Foi levado antes de haver a lei contra comércio de fósseis ou depois, já na ilegalidade? Não há como saber na verdade, o que é chato para nós que perdemos a chance de estudar o que é nosso por direito e de receber o reconhecimento por isso e também constrangedor aos que possuem o material, que passam pelo transtorno de ter que suportar acusações de tráfico e ainda, às vezes em caso de muuuuiiiiita sorte de nós brasileiros, ter de devolver o fóssil ao Brasil.

Muitos museus da América do Norte, mas principalmente da Europa, adquirem fósseis brasileiros de vendedores, sem saber da existência da lei. Como disse Witton, "Acho que precisamos de mais colaboração internacional. Seria possível trabalharmos junto com os cientistas do país de origem dos fósseis".

Já na minha opinião, o que me deixa indignado, é que os fósseis bons, completos, de espécies por vezes desconhecidas, acabam indo parar na mão de estrangeiros que os descrevem, com competência confesso, mas assim tirando a possibilidade de que a paleontologia no Brasil consiga evoluir e popularizar-se. Alguém acha que a paleontologia nos Estados Unidos seria tão avançada se não houvessem muitos fósseis lá e os poucos ainda fossem vendidos para o exterior? Claro que não, a paleontologia estaria ainda engatinhando naquele país, como acontece hoje na realidade brasileira. Então vamos sempre lembrar, não devemos permitir a venda de fósseis em parte alguma, nem qualquer tipo de comércio. Contribuam para o avanço do paleontologia brasileira, é o que eu humildemente peço a todos.

Fonte

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Darwinopterus ou "a asa de Darwin" é o mais novo pterossauro chinês

Fóssil do crânio e pescoço de um Darwinopterus
© Lü Junchang/Instituto Geológico de Beijing

Um estudo sugere que os pterossauros evoluíram primeiro a cabeça e depois o resto do corpo. Confira tudo sobre esta intrigante teoria, o que este fóssil traz de novidades e o porque é tão importantes para o estudo da evolução dos Pterossauros em geral. Basta expandir a postagem para apreciar o texto completo. Vale mencionar que o texto é uma tradução livre minha do texto em inglês original.

Fósseis de répteis voadores, também conhecidos como pterossauros, tem sido agrupados em duas categorias:
Primitivos - menores e dotados de cauda longa.
Modernos - enormes e com cauda curta.

Pesquisadores esperavam achar pterossauros com caudas de tamanho médio e corpo também igualmente dimensionados, para preencher a lacuna evolutiva entre os grupos de cauda longa e cauda curta. Entre ambos, estaria um suposto grupo de cauda média.

A nova criatura, batizada como Darwinopterus, que quer dizer "Asa de Darwin", não se encaixa na categoria de cauda curta nem na de cauda longa, pois parece uma mistura de características de animais dos dois grupos, sendo quase um Frankenstein dos pterossauros.

"É como se alguém dissesse, vamos pegar partes destes dois e juntar para fazer um tipo de quimera, que vai realmente confundir todo mundo", disse Dave Unwin da Universidade de Leicester na Inglaterra, que é co-autor do artigo que relata os achados, publicado na internet em 14 de Outubro na Proceedings of the Royal Society B.

Unwin e colegas descobriram mais que 20 esqueletos no nordeste da China no início deste ano. Datando de cerca de 160 milhões de anos atrás, os fósseis revelaram uma cauda longa e um corpo pequeno como o dos pterossauros mais primitivos, mas com uma cabeça e pescoço iguais à de pterossauros mais evoluídos que surgiram no Cretáceo.
As mandíbulas longas, dentes afiados e pescoço flexível sugerem que este animal do tamanho de um corvo tinha caçado como um falcão, observando a presa ainda em voo e atacando-a ainda no céu, com uma queda livre sobre ela, surpreendendo a mesma.
O Darwinopterus devia caçar como aves de rapina: queda livre sobre a vítima
© Mark Witton



A combinação bizarra de traços primitivos e mais novos indicam que o Darwinopterus evoluiu por partes, disse Unwin. O achado poderia dar suporte a uma controversa ideia chamada Evolução Modular, em que se afirma que as forças evolucionárias podem agir em um grupo inteiro de características, como uma cabeça inteira por exemplo, em vez de apenas em um dente por vez.

"O grande interesse no Darwinopterus é que ele é um exemplo da evolução modular. Ele traz evidências concretas para um tipo de padrão," diz Unwin. "O desafio agora é encontrar um mecanismo genérico que pode permitir que isso aconteça."

Fonte

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Garras em forma de foice: serviam mesmo para cortar?

Velociraptor
©
Nicolau
Por muitos e muitos anos o público em geral viu os raptores em geral como matadores terríveis, assassinos hábeis e ágeis, com garras em forma de foice afiadíssimas prontas para retalhar qualquer presa. Com o passar do tempo a concepção do uso de tais garras mudou e agora um paleontologista está chamando a atenção com uma nova teoria, um tanto estranha. Confira a nova hipótese lendo a postagem completa.

Os raptores já eram famosos no mundo da paleontologia há muito tempo, mas com a estréia de Jurassic Park (1993) eles provocaram um furor enorme na mídia, tornando-se muito populares em termo de dinossauros, além de que nos filmes da franquia já citada eles acabaram por tornar-se os "vilões" mais temidos, mais ainda que o T.rex ou o Espinossauro.
Nos filmes, os raptores tinham garras enormes, potentes, que serviam para rasgar a carne da vítima profundamente, o que há algum tempo atrás foi tornando-se algo duvidoso.
Alguns pesquisadores fizeram testes e constataram que as garras do Velociraptor não podiam cortar tanto, pois não tinham bordas afiadas, mas sim lisas e arredondadas, mesmo na parte curva que pegava na carne da vítima. Talvez só a ponta dela arranhasse a superfície da pele e nada mais.

Agora, uma nova teoria apareceu, elaborada por paleontólogos que estudaram a biomecânica das garras do Velociraptor e dizem que as garras serviam para dois propósitos, os quais veremos abaixo analisando caso a caso.
1º - As garras serviam para agarrar a presa e firmar-se sobre ela: Phil Manning, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, junto com alguns colegas, afirmam que as garras perfuravam a pele e ajudavam o dinossauro a ficar agarrado ao pobre animal que lhe serviria de alimento, porém não seria capaz de rasgar a pele como uma faca.
Em minha opinião de mero leigo no assunto, pois sou apenas um amante da paleontologia, essa é uma hipótese bem plausível para o uso da garra dos raptoriformes, uma função semelhante à que estamos acostumados a ver, porém mais mais realista e digamos, menos cinematográfica, dramática.

2º - Garras para escalada: segundo Manning e sua equipe, análises biomecânicas do pé e garra revelaram que suportariam perfeitamente o peso de um raptor adulto e por isto eles sugerem que a garra fosse usada como apoio para subir em árvores!
De acordo com Phil, o Velociraptor usaria a garra e a força dos pés para subir em árvores e empoleirar-se em galhos, esperando a presa, para saltar sobre ela em um ataque surpresa, partindo assim para os arranhões e mordidas. Ele ainda ressalta que um dado importante para tal afirmação é que o Microraptor, um pequenino terópode maniraptor emplumado, com penas nas pernas e braços formando pseudo-asas, subia em árvores e planava saltando delas, em pleno período Jurássico.
Assim sendo, ele conclui dizendo que " a musculatura da perna e da cauda mostra que estes animais estão adaptados para subir em vez de correr".
Enquanto isto, Peter Makovicky, um paleontólogo do Field Museum of Chicago, disse que ancestrais do Velociraptor, como o Microraptor podem sim ter sido escaladores de árvores, usando as garras para isso, mas que os primos maiores, do Cretáceo, como o famosíssimo dino já citado anteriormente, adaptaram a garra para funções diferentes, principalmente para caçar e ferir as vítimas. Para completar, Mackovicky diz que vários raptores eram grandões, como o Utahraptor e Achillobator, que mediam cerca de 5 metros de comprimento, senão mais e por isso "seria difícil encontrar uma árvore em que eles pudessem subir."

O meu ponto de vista em relação ao segundo caso é o mesmo de Mackovicky, pois duvido muito que um raptor qualquer pudesse subir em árvores, pelo menos não os do Cretáceo, que mediam mais de 1 metro de comprimento. Imaginem um Velociraptor tentando subir em uma árvore? É o mesmo que uma tartaruga escalando um vidro! Ele só conseguiria se existisse um galho ou outro "degrau" natural qualquer para que pudesse iniciar a escalada. Assim mesmo, teria que agir como um equilibrista, parando nos galhos finos com muita dificuldade, pois lembrem-se, os dinos apoiam o corpo nos dedos e não na sola do pé e assim sendo poderia facilmente errar a passada ou escorregar de um galho. Não tinha dedos aptos para segurar galhos, tanto no pé quanto na mão e muito menos uma cauda prênsil, como a de alguns macacos atuais, que enrolam tal extremidade do corpo em galhos como um 5 membro e conseguem suportar o peso total de seu corpo.
Finalizando, com minha opinião, raptores tinham garras para caçar, arranhar, esfolar e agarrar-se à presa, mas não para cortar, triturar nem abrir a vítima ao meio, muito menos ainda para usar em escaladas.

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Um terço dos dinossauros que conhecemos nunca existiu dizem paleontologistas

T.rex juvenil: observe o crânio mais fino e alongado
© National Geographic
Muitos dinossauros podem estar face à face com um novo tipo de extinção - uma controversa teoria sugere que muitos deles, cerca de um terço de todos as espécies de dinossauros, nunca existiu realmente. Acreditam nisso alguns paleontologistas porque, segundo suas pesquisas, os filhotes e jovens dinossauros não era uma versão "mini-mim" dos adultos, como se fosse uma cópia exata. E não é qualquer pessoa que está dizendo isso não, pois são de feras da paleontologia, como Mark Goodwin da Universidade da Califórnia - Berkeley e o famoso Jack Horner, da Universidade de Montana. Veja o artigo completo sobre esta teoria expandindo a postagem.


Ao contrário dos pássaros e outros animais vivos, os jovens passavam por mudanças físicas dramáticas ao chegar à vida adulta.Isso significa que muitos fósseis de jovens dinossauros, incluindo parentes do Tiranossauro rex, foram incorretamente identificados como espécies únicas, estão argumentando os pesquisadores.
O esbelto e gracioso Nanotyrannus é um forte exemplo. Imaginou-se ser um primo menor do T.rex, uma suposta espécie que agora é considerada por muitos experts no assunto, como um T.rex juvenil que teve o fóssil identificado de forma errada.
Os supostos fósseis do Nanotirano tem a aparência de um T.rex adolescente, disse Horner em um novo documentário. Acredito nisso porque o crânio do T.rex mudava dramaticamente quando crescia, disse ele.

O crânio transformava-se de uma forma alongada para o mais familiar crânio curto e robusto, com mandíbulas capazes de pegar grandes quantidades de comida. Compare a imagem do T.rex jovem no início da postagem com um adulto abaixo e verá a diferença.
Tyrannosaurus rex adulto: observe o crânio robusto
© Felipe Elias
Mas a peça chave desta questão surgiu com a descoberta de um dinossauro com tamanho menor do que o de um T.rex adulto e maior do que o Nanotirano.
Nanotirano - realmente um jovem T.rex na visão de Horner - tinha 17 dentes na mandíbula inferior, e um T.rex adulto tinha 12 ao todo.
O dinossauro de tamanho estimado entre o do Nanotirano e o do T.rex, tinha também 14 dentes na mandíbula, sugerindo que também era um jovem T.rex e que Tiranossauros gradualmente trocam dentes menores em forma de lâmina da juventude, por dentes maiores, mais fortes e robustos próprios para quebrar ossos, característica marcante dos adultos.

Os paleontologistas também reuniram uma grande coleção de fósseis de Triceratops, os quais morreram em diversos estágios da vida, encontrados na área leste da Formação Hell Creek, no estado de Montana - EUA, formações com idade datada do Cretáceo, com fósseis variando de cerca de 145.5 a 65.5 milhões de anos.
Os crânios destes dinossauros, os quais variavam de tamanho, desde os pequenos do tamanho de um prato até os grandes do tamanho de uma pessoa, vieram de uma grande diversidade de animais.Quando os paleontologistas estudaram os crânios, eles descobriram que os pequenos chifres destes animais jovens mudavam quando eles ficavam mais velhos: chifres dos jovens eram curvados apontando para trás, enquanto os de adultos apontavam para frente.

O escudo ou gola óssea encontrada no pescoço também mudava - os ossos em forma de espinho triangulares que rodeavam a gola de jovens tornavam-se mais chatos e longos, formando uma espécie de escudo ósseo em forma de abanador.
"Nestes 10 anos de projeto nós fomos capazes de coletar uma boa série de dados sobre crescimento que ninguém já tinha visto antes, e vemos que essas transformações ocorrem," disse Goodwin.
"Nós podemos documentar as extremas mudanças que ocorrem durante o crescimento, como a direção que os chifres apontam."

A matéria acima foi traduzida livremente por mim, por isto perdoem qualquer erro ou interpretação enganosa, estou sempre disposto a corrigir erros e peço que se encontrarem algum, avisem. Então, o que você pensa a respeito desta nova teoria? Eu há algum tempo já vinha imaginando que isso poderia sim ser verdade, mesmo antes de ler a matéria publicada no site da National Geographic. Enquanto procuro material sobre os dinossauros para postar aqui no blog me deparo com muitos nomes de espécies que não são válidas atualmente, que são apenas sinônimos de outras espécies entre outros problemas de classificação.
Acredito que se juntar todos os nomes de dinos em uma lista conseguiremos uma quantidade de espécies que supere a marca dos 1000, mas se fizermos uma seleção, peneirando tudo, não nos restará mais do que 300 espécies válidas e bem conhecidas a partir de material fóssil completo. Por isto sou favorável à esta teoria anunciada por Horner e Goodwin neste mês e acho que a paleontologia ainda tem muito a evoluir, para evitar novas más interpretações de fósseis encontrados, confundindo espécimes jovens ou filhotes de dinossauros já conhecidos com novos animais.

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sábado, 10 de outubro de 2009

Dinosaurs on Ice - Dinossauros no Gelo (2008)

© National Geographic Channel

Você já imaginou que pode existir uma grande quantia de fósseis escondida debaixo das camadas de gelo do Alasca? Se não, agora está sabendo e olhe que não foram dinos pequenos ou sem graça, mas até herbívoros grandes surgiram em lugares que hoje são praticamente inabitáveis devido ao clima gelado. Confira neste documentário uma busca por dinossauros polares, as espécies encontradas nestes locais e ainda veja como comprar o DVD para ver este ótimo documentário exibido pelo National Geographic Channel.


O paleontologista autraliano Tom Rich decide ir ao ártico buscar dinossauros polares, mas isso não será uma tarefa fácil nem rápida, pois enfrentarão adversidades como o tipo de solo, clima extremamente frio e ainda um pouco de intrigas entre a equipe de pesquisadores que o acompanha.
O local escolhido é o barranco do grande Rio Coleville, no norte do Alasca, local já famoso por ser um bom sítio fossilífero, onde já havia sido achados outros dinossauros. Para achar os fósseis eles farão loucuras, como acampar ao ar livre em uma temperatura de 40º abaixo de zero, o que poderia causar hipotermia. Tempestades de neve e raposas com raiva são só alguns dos desafios a serem vencidos.
A ideia de Tom é fazer uma mina de dinossauros, ou seja, escavar a encosta do rio e fazer nela um túnel, igual aos de minas de carvão, ouro etc. Ele fez isso na Austrália certa vez e funcionou. Assim evitaria que avalanches de terra pudessem cair sobre eles ou sobre os fósseis escavados. Precisava encontrar um meio de abrir o túnel e dinamite é a única solução aparente, porém alguns integrantes da equipe não querem expor os ossos ao perigo de uma explosão. Diversas vezes os membros da equipe têm opiniões divergentes sobre o que fazer para extrair os ossos. Isso deixa Tom muito revoltado.
Após muito debater, conseguem abrir o buraco na parede, tudo durante o inverno, enquanto o solo está congelado e duro o suficiente para não ceder e acabar por desmoronar toda a mina. Suportes foram feitos e como o verão se aproxima, resolvem criar uma dupla porta isoladora, para impedir que o calor adentre na mina e derreta o solo congelado, provocando o desmoronamento de toda a terra do teto do túnel. Só no verão podem cavar ossos, pois o solo fica levemente menos duros e a escavação é mais fácil.
Ao voltar, a decepção toma conta de todos, pois a porta isolante falhou e a caverna está encharcada, repleta de água do rio. Felizmente o teto suportou congelado, permitindo que entrassem para escavar.

Enquanto isto, outro paleontólogo que já pesquisou ali naquele rio, também procura novos fósseis em um trecho do rio longe da equipe de Rich. Seu nome é Tony Fiorillo e ele escava na encosta do rio, onde encontra um crânio de Paquirrinossauro. Em um achado, conta Fiorillo, diversos esqueletos deste dino foram encontrados, sendo que os cientistas não sabem dizer como foram parar todos juntos. Acredita-se que uma enchente causou a morte e levou os corpos todos para o mesmo local.

Mas o mais importante de tudo, não é quem e como achou os dinossauros, mas sim as informações valiosas que os fósseis trazem. Não se sabia como sobreviveram os dinossauros em lugares provavelmente frios e de clima totalmente diferente do resto do mundo.
Sabe-se que naquele período o clima lá era menos gelado, mas em um lugar tão ao norte, já havia gelo durante o Cretáceo, pelo menos no inverno. Plantas fósseis provaram que o local era repleto de coníferas que serviam de alimento aos herbívoros, como o Hadrossauro e o Paquirrinossauro que lá viviam. A partir das análises dos fósseis de hadrossauros, adultos e filhotes, os paleontologistas perceberam que eles viviam no clima frio e não migravam durante o inverno, pois seria algo inviável a filhotes pequenos. Outra pergunta dos paleontologistas é como os dinossauros chegaram no ártico e porque ficaram lá. Além destas perguntas, outras dúvidas são postas à prova e os cientistas procuram solucionar cada uma da melhor forma possível.
Os dinossauros que aparecem no episódio, em computação gráfica, são apenas três:
  • Hadrossauro
  • Paquirrinossauro
  • Troodon
Diversas teorias são propostas para explicar como os dinossauros viviam no frio e na escuridão, entre estas a de que o Troodon, como principal predador local, usava a visão muitíssimo apurada, com olhos grandes e cérebro desenvolvido, o maior dentre os dinossauros se comparado ao tamanho do corpo. Os dinossauros lutam pela sobrevivência no ártico, sendo que eles eram tão incríveis quanto qualquer outro animal que viveu em clima mais quente ou até mais evoluídos, pois conseguiram adaptar-se ao clima frio e sobreviver a ele.

Tudo isto e muito mais você pode assistir neste documentário sobre os Dinossauros no Gelo, exibido pelo National Geographic Channel no Brasil.


Canibalismo: no Cretáceo isso também ocorria?

Analisando um fóssil, paleontologistas descobriram algo intrigantee e que pode ser uma pista de canibalismo entre dinossauros de grande porte no Cretáceo canadense. A espécie é Gorgosaurus, um primo do Tiranossauro. Veja mais sobre este curioso fato lendo a postagem na íntegra.


Na Universidade de Alberta, paleontologistas estavam reexaminando uma mandíbula do que seria um Gorgossauro, um terópode de cerca de 10 metros, até mesmo considerado como um exemplar de Albertossauro.
Datado de cerca de 70 milhões de anos, a mandíbula foi encontrada em 1996 e nesta está encravada a ponta do dente de outro dinossauro carnívoro.

Phil Bell, líder da pesquisa, disse que existem duas possibilidades que podem responder à questão sobre como o dente foi cravado no osso do outro dino. Não dá sinais de cicatrização no fóssil, então o animal não sobreviveu depois da mordida. É provável que o atacante tenha matado e comido o Gorgossauro, ou que ele já estivesse morto e foi comido pelo predador que deu de cara com o almoço fácil.

Devido ao fato de que o Gorgossauro era o terópode mais comum na região, acredita-se que foi um caso de canibalismo, onde um comeu outro da própria espécie.

O que quer que tenha acontecido entre os dois dinossauros, foi bastante violento: a mesma força usada por um tubarão branco de duas toneladas em duas dentadas é a quantia de força da bocada do dinossauro em questão.

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Mais antiga ave não é tão ave assim: seria o final da fama do Archaeopteryx?

Archaeopteryx lithographica
© Alain Beneteau/Paleospot.com
De fato, estudos de reconhecimento liderados pelo paleobiologista Gregory M. Erickson da Universidade do Estado da Florida jogou por terra a imagem icônica de primeiro pássaro conhecido que era sustentada pelo Archaeopteryx. Ao contrário, segundo os novos estudos feitos por este pesquisador e seus colegas, o animal agora está sendo visto mais como um dinossauro emplumado, ou seja, pássaro por fora, dinossauro por dentro. Confira tudo sobre esta nova concepção do "Asa Antiga" expandindo a postagem.

Pesquisadores afirmam isto a partir de novas fotografias microscópicas de células e vasos sanguíneos tiradas do fóssil desta criatura emplumada, dotada de asas e mãos com garras. Inesperadamente notou-se que seu crescimento é lento e ele levava anos para chegar à maturidade, característica semelhante à dos dinossauros, dos quais os pássaros evoluíram. Os pássaros modernos por sua vez crescem rapidamente e chegam à maturidade em questão de semanas.
Outra descoberta que deixou os pesquisadores perplexos é que o crescimento rápido dos ossos comum à todos aves vivas e surpreendentemente faltante no Archaeopteryx não era necessário para o voo de dinossauros avianos.

O estudo teve a participação de vários pesquisadores além de Erickson, como um professor associado ao Departamento Estadual de Ciências Biológicas da Florida e um pesquisador associado ao Museu Americano de História Natural, assim como co-autores, sendo um deles o biólogo Brian D. Inouye, da Universidade Estadual da Florida e ainda outros cientistas americanos, alemães e chineses.

"Pássaros atuais amadurecem muito rápido," Disse Erickson. "É por isso que em um bando de pombos de tamanhos iguais não reconhecemos os filhotes". Praticamente, os adultos e filhotes são iguais, porque crescem rapidamente. Animais de crescimento lento como o Archaeopteryx podem parecem como estranhos aos olhos dos pássaros contemporâneos.

Erickson ja disse que as evidências confirmam de fato que aves são dinossauros. "Mas quanto dinossauro, ou até mesmo quanto pássaro", era a primeira ave?" Ele perguntou. " Quase nada sabemos da biologia do Archaeopteryx. Existe um debate para saber como voava, se é que voou. Alguns sugerem que os primeiros pássaros tinham uma fisiologia diferente das aves atuais, mas ninguém se baseou em fósseis de animais próximos à base dos ancestrais das aves.

Restos fossilizados de Archaeopteryx foram encontrados na Alemanha em 1860, um ano depois de Charles Darwin ter publicado seu livro "A Origem das Espécies". Com a combinação de características de ave, incluindo penas e fúrcula, com traços de répteis, dentes, mãos com 3 dedos e uma cauda óssea longa, o esqueleto tornou a teoria da evolução mais plausível e lhe deu mais credibilidade.
Thomas Henry Huxley, um evolucionista da década de 1860, viu o Archaeopteryx como uma perfeita transição entre aves e répteis. Erickson chama isso de " O garoto propaganda da Evolução."
"Para nosso estudo, o qual precisou de tremenda colaboração, nós iniciamos uma viagem para determinar como o Archaeopteryx cresceu e comparar ao crescimento dos pássaros vivos, fortemente relacionados aos dinossauros não avianos, e outras aves antigas que surgiram depois dele," disse Erickson.
"Eu fui para Munich com meu colega Mark Norell do Museu Americano de História Natural, e nos encontramos com Oliver Rauhut, curador da Coleção de Paleontologia e Geologia da Bavária, o qual abriga um pequeno exemplar de um jovem Archaeopteryx, um dos 10 espécimes já encontrados até a data. Deste fóssil, nós extraímos pequenas lascas de osso e então examinamos ao microscópio."

Para surpresa dos paleontólogos, os ossos do Archaeopteryx juvenil não era repleto de vasos sanguíneos, o que indicaria uma taxa de desenvolvimento baixa, porque quando o animal cresce rápido, seus ossos contém muitos vasos sanguíneos.

Isso nos levou a pensar, "O Archaeopteryx crescia de um modo único?" disse o pesquisador.

Para explicar o tipo estranho de osso, os pesquisadores também examinaram diferentes espécies de dinossauros de tamanhos variados e que são relacionados ao Arqueopterix, incluindo maniraptores. Eles então procuraram por colegas da China para analisar espécimes de dois dos pássaros mais antigos: Jehelornis prima, uma creatura de cauda longa e um chamado Sapeornis chaochengensi, de cauda curta, os quais possuíam dentes e 3 dedos cada.

"Nas menores espécies de dinossauros, e em aves primitivas, nós encontramos o mesmo tipo de osso encontrado no espécime do jovem Archaeopteryx," disse Erickson.

Com base nos dados da taxa de formação dos ossos os cientistas usaram um fêmur do Archaeopteryx para calcular sua taxa de crescimento.
"Nós aprendemos que os adultos podem ter chegado ao tamanho de um corvo e ainda levar cerca de 970 dias para chegar à maturidade" disse Erickson.

Alguns pássaros atuais do mesmo tamanho podem crescer o mesmo em 8 ou 9 semanas. As taxas máximas de crescimento para o Archaeopteryx lembram as dos dinossauros, os quais são 3 vezes mais lentos que pássaros vivos atualmente e 4 vezes mais rápido do que os répteis vivos hoje.

"A partir desses achados, nós vemos que a transição metabólica e fisiológica em aves verdadeiras ocorreu há milhões de anos depois do Archaeopteryx," afirma o especialista. "Mas, talvez igualmente importante, nós mostramos que animais avianos eram capazes de voar mesmo com uma fisiologia de dinossauro.
Inouye ainda conclui, "Nossos dados sobre taxa de crescimento e de sobrevivência em dinossauros estão trazendo a moderna fisiologia e população biológica para um campo que historicamente falando, tem se focado mais em achar e nomear fósseis".

E com a palavra...

Oi pessoal
É, sou eu mesmo escrevendo agora. O Patrick novamente, dando pitaco na matéria. Não podia de deixar de dizer que a matéria toda é somente uma tradução do conteúdo retirado do site Science Daily e que só fiz foi mesmo traduzir, livremente que fique claro e de acordo com minha compreensão do texto. Se algum dado estiver incorreto podem me avisar comentando aí na postagem.
Voltando ao texto, acho que é interessante vermos que o Archaeopteryx ainda sim tem boa parte "dinossauresca", pois nunca me agradou a ideia de que ele fosse somente ave ou pelo menos mais ave que dinossauro. Ele recebeu a fama que tem porque é uma mistura dos dois grupos animais e isso fica evidente pelos dentes, garras, dedos nas asas e agora pela sua fisiologia. De forma algum o Archaeopteryx poderia ser considerado menos importante, agora que os estudiosos afirmaram que ele é mais dinossauro do que ave, pelo menos por dentro.

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Éééééé do Brasiiiillllllllllllll: encontrada ossada de saurópode em Marília

Se você é brasileiro e gosta de dinossauros, então fique feliz, porque o Brasil rendeu mais um achado para a paelontologia mundial, sendo que já digo isto porque pelo que vi o animal está bem preservado e é bem interessante.
Só pela foto das vértebras expostas dá a maior vontade e ir ver de pertinho... ah se eu tivesse grana e tempo! Ia acompanhar de pertinho o achado e fotografar tudo. Peraí, chega de papo furado sobre minhas viagens de "dinonerd" e vamos ao que interessa, então clique aí para expandir esta postagem e veja tudo, inclusive imagens do achado.

William Nava é um paleontologista amador, mas adora procurar fósseis, tanto que coordena o Museu de Paleontologia de Marília.
Os primeiros traços foram encontrado por volta de Abril, mas só agora temos a confirmação do achado que ocorreu por golpe de sorte como diz o paleontologista. "Resolvi investigar um barranco que margeia o acostamento da estrada e vislumbrei diversos fragmentos ósseos despontando na rocha, mas bastante escurecidos, indicando que estavam há um bom tempo expostos", disse William.
O animal teria entre 13 e 15 metros, representando um saurópode, herbívoro de longo pescoço que viveu no Cretáceo, entre 90 e 65 milhões de anos atrás, data da Formação Rochosa de Marília.

A escavação está só começando, tendo sido exposta parte da coluna vertebral que está com os ossos articulados, ou seja, no lugar em que ficavam em vida.
O paleontólogo cuidadosamente escavando ossos da coluna
© Ivan Evangelista Jr.
Como disse o paleontologista, “Já temos parte da região do quadril preservada e associada às vértebras dorsais. Agora estamos escavando na direção da cabeça e se a encontrarmos, será fantástico”. Nunca foi achado crânio de um dinossauro saurópode no Brasil. O paleontólogo da Universidade de Brasília, Rodrigo Santucci, está recebendo os dados da escavação e irá ajudar na tarefa, para depois determinar a espécie exata do dino, já que é especialista em Saurópodes.
Vídeo do paleontólogo mostrando o osso na rocha
©
Ivan Evangelista Jr.
Agora o próximo passo é achar patrocínio para custear as escavações que estão em desenvolvimento. Ele aproveita para convidar toda a população para visitar o Museu de Paleontologia de Marília, único na região oeste do Estado. Futuramente, com a retirada dos fósseis do local, a cidade poderá tirar proveito turístico dessa descoberta, atraindo mais visitantes para o museu, que fica aberto de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 19 horas. A entrada é gratuita.

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Alioramus altai: nova espécie acaba com uma dúvida existente há décadas

Crânio do Alioramus altai
© Frank Ippolito/AMNH
Os Tiranossaurídeos estão com a bola cheia este mês pessoal, pois um dinossauro parente do Tarbossauro e do Tiranossauro rex, chamado Alioramus altai foi descrito este mês devido a um novo achado fóssil, bem mais completo que o primeiro encontrado há vários anos atrás. Confira o que dizem os paleontologistas a respeito das características deste terópode expandindo a postagem.

Depois de encontrarem o magnífico Raptorex kriegsteini, sobre o qual já postei contando pra vocês a respeito aqui, mais um animal classificado como tiranossaurídeo se junta à lista de dinossauros asiáticos. O animal nomeado Alioramus altai é considerado parente dos tiranossauros, viveu no Cretáceo, provavelmente junto com o Tarbossauro e era muito interessante.

Ele tinha focinho mais fino mais longo e fino que os grandes tiranossauros, além de um protuberância assemelhada a chifres na cabeça, tudo em um corpo pequeno e delgado, próprio de um dinossauro ágil e habilidoso ao perseguir presas. Segundo Stephen Brusatte, estudante afiliado do Museu de História Natural Americano, os tiranossauros eram diversificados, eram animais de tamanhos variados, com hábitos diferentes. Ele disse que comparado ao Tiranosasureo rex e ao Tarbossauro, o A. altai é praticamente uma bailarina, devido à diferença de tamanho e agilidade.
Alioramus altai como deveria ser em vida
© Jason Brougham

Há anos se conhecia o gênero Alioramus, a partir de um fóssil encontado na Ásia e descrito por um paleontologista russo, como Alioramus remotus, mas devido ao estado precário de conservação do material, pouco se podia saber sobre o dinossauro. Com o novo achado, determinou-se a nova espécie, que recebeu o nome A. altai em referência às montanhas Altai na Mongólia, e novas características foram observadas, assim como as já mencionadas no início do texto, como características que contribuem para que o animal seja um eficiente predador e consumidor de carne.
Antes havia dúvida sobre a classificação do Alioramo, se era um Tiranossauro jovem, um Tarbossauro jovem ou uma espécie realmente diferente, o que acabou com este achado. Análises do fóssil revelam um crânio típico de tiranossauros, provando seu parentesco com os outros animais já conhecidos, mas o corpo diferente mostra que era realmente um animal novo e tais diferenças é que provavelmente permitiam que convivesse com o Tarbossauro, sem representar competição por território ou comida.
Foi na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences que os pesquisadores publicaram seu artigo descrevendo o bicho.

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domingo, 4 de outubro de 2009

Ardi: provando que o homem não descende do macaco

Reconstrução de Ardi
© AFP
Muita gente, principalmente a população sem conhecimento científico aprofundado, confunde a teoria da evolução humana e acredita, além de repassar a famosa frase: O homem "veio" do macaco. Alguns dizem que Darwin falou isto, mas estão enganados, pois o que ele escreveu foi que o homem e os primatas têm um descendente em comum. O homem e os macacos evoluíram paralelamente, ao mesmo tempo, de formas diferentes, então um não pode descender do outro porque evoluíam juntos. Agora, a apresentação de um novo hominídeo extinto há 4,4 milhões de anos prova que nós humanos, somos até mais antigos que os primatas atuais de grande porte como o Chimpanzé e o Gorila. Leia a postagem completa para saber tudo sobre este novo ancestral humano descoberto e qual sua importância.

A descoberta ocorreu em 1994, em um deserto da Etiópia chamado Awash, onde foram encontrados restos fossilizados fragmentados de aproximadamente 35 hominídeos ainda desconhecidos e que pareciam ser importantíssimos para a compreensão da evolução humana. Este primata recebeu o nome de Ardipithecus ramidus, combinando termos de um dialeto da Etiópia e uma palavra grega.
Foram escavados os fósseis, tarefa que exigiu empenho, dedicação e amor pela profissão, de pelo menos 47 pesquisadores que durante 15 anos permaneceram retirando restos de ossos do solo. Sim, foram 15 anos de escavação, limpeza e análises, porque os ossos são tão frágeis que sob a menor pressão, até mesmo com os dedos, poderiam tornar-se pó e por a perder muito tempo e investimento de pesquisa, sem falar na importância científica do material. Assim, concluída a coleta, diversos trabalhos científicos de descrição do material foram iniciados e só agora em 2009 temos a publicação de 11 pesquisas, descrevendo o Ardipitecus e sua relação com nossa evolução.
Ardi, como foi apelidada uma fêmea da espécie que era o melhor exemplar, mais bem conservado contendo o crânio, o maxilar com vários dentes, os braços, as mãos, a bacia, as pernas e os pés, tinha cerca de 1,20 metros de altura, cerca de 50 quilos, era coberta de pelos, com pés parecidos com os de um chimpanzé para subir em árvores, mas com outras características mais próximas do ser humano do que de qualquer outro primata.
A partir de estudos comparativos do DNA humano com o do Chimpanzé, cientistas afirmaram que nós compartilhamos 98,5% de um mesmo material genético, ou seja, somente 1,5% do nosso DNA é que nos difere destes primatas, mais conhecidos como macacos, então, quando me referir a macacos neste texto, entendam como se fossem Chimpanzés e Gorilas.
Acreditava-se que o ser humano e os macacos tem um ancestral em comum, o que não é de todo falso, mas o que cientistas estavam interpretando incorretamente, era o fato de o homem ter evoluído a partir de um ancestral que era mais parecido com os macacos. Pensava-se que enquanto os macacos evoluíram pouco e pararam de mudar, o homem continuou sua adaptação e se tornou o que é hoje. Mas não foi bem assim e você vai entender tudo logo em seguida. Sugeriu-se que este "elo perdido", o ancestral comum, originou os dois grupos diferentes de espécies por volta de 6 a 7 milhões de anos atrás, embora o fóssil mais antigo de um hominídeo já encontrado até então, o de Lucy, tivesse somente 3,2 milhões de anos. Ninguém sabe como se parecia o nosso "elo perdido", então a base era Lucy.
Lucy tornou-se um fóssil famoso, conhecido por todo antropólogo e paleontologista, assim como por grande parte da população leiga e detinha o título de mais antigo ancestral humano a ter o fóssil descoberto. Todas as pesquisas sobre nossa evolução envolviam Lucy e a partir de sua imagem elaboraram o possível retrato do ancestral comum de onde macacos e humanos se separaram na corrida evolutiva. Mas isto mudou com o achado de Ardi, que tem 4,4 milhões de anos de idade, pelo menos 1 milhão de anos mais antiga do que a Australopitecus apelidada de Lucy.
Com a descoberta de Ardi, os paleontólogos e antropólogos perceberam que várias características exclusivamente humanas estão presentes neste mamífero, como as mãos possuírem os polegares já em posição opositora, mas voltados para frente como nos humanos, permitindo que se apoiemos nas mãos, com a palma esticada e com o peso do braço solto na mão, ao contrário do que se vê em chimpanzés que tem o polegar voltado para trás para melhor se agarrar aos galhos de árvore e que não podem espalmar a mão no solo para apoiar-se, tendo que caminhar apoiando o peso nas juntas dos dedos com a mão fechada.
Outra característica é que podia andar em pose ereta, deixando as mãos livres para manusear objetos, provavelmente comida, que era variada, a julgar pelo formato dos dentes e pelo ambiente em que viveu, um bosque com rios e lagos. Não foram encontrados objetos que pudessem ser instrumentos de Ardi e seus companheiros, mas não está descartada a hipótese de que pudessem usá-los. Para resumir, no geral, a maior parte das características de Ardi são comuns ao ser humano e não aos outros primatas citados, o que faz com que os paleontologistas afirmem que as características humanas são mais primitivas e que nós mantivemos este padrão, enquanto um ramo sofreu alterações para originar os gorilas e chimpanzés.

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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Crocodilomorfo do Cretáceo cearense é descrito por pesquisadores

O Ceará tem um bom reconhecimento na paleontologia mundial devido aos seus depósitos fossilíferos datados do Cretáceo, principalmente da Chapada do Araripe, que preservaram pterossauros e dinossauros, tornando-se um dos sítios paleontológicos mais importantes do mundo. Mas outros sítios das redondezas, com animais menos conhecidos, como peixes, insetos e répteis são estudados, embora em escala bem menor do que o já citado. Em 2005 uma expedição realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul estava no local realizando uma pesquisa estratigráfica e um fóssil foi encontrado, mas recebeu pouca atenção inicialmente. Veja o que descobriram a partir deste fóssil expandindo a postagem.

Não foi encontrado apenas um fóssil, mas vários, porém somente alguns espécimes foram coletados e entre estes estava um fragmento de crânio indeterminado, aparentemente sem tanta importância.
Fotos do crânio parcial e ilustrações do mesmo
© Fortier & Schultz, 2009

Era um crocodilomorfo, datado do Cretáceo, que foi descrito pelos paleontologistas em uma pesquisa publicada recentemente na revista Palaeontology. O réptil recebeu o nome Susisuchus jaguaribensis no estudo de Fortier & Schultz, 2009.

Os paleontólogos Daniel Costa Fortier e Cesar Leandro Schultz foram os responsáveis pela análise do animal, que se assemelha bastante com Susisuchus anatoceps, encontrado na bacia sedimentar do Araripe, também no Ceará.
Crânio parcial do S. jaguaribensis à esqueda
Crânio completo de S. anatoceps à direita
©
Fortier & Schultz, 2009


Por S. anatoceps e S. jaguaribensis serem os únicos representantes de uma família chamada Susisuchidae, considerado grupo-irmão de Eusuchia, grupo dos modernos crocodilianos, estes animais recebem atenção especial, ajudando os cientistas a estudar a origem dos crocodilomorfos.

Fonte