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terça-feira, 30 de março de 2010

Dinossauros insetívoro chinês foi anunciado esta semana

Reconstrução do Xixianykus
© Matt van Rooijen

Mais um dinossauro chinês foi anunciado ao público esta semana em um estudo publicado com apoio da Academia Chinesa de Ciências na revista Zootaxa e ao que parece o pequeno animal não era um grande predador, muito menos assustador, mas deveria ser um bom caçador de insetos, como formigas e cupins, que ele capturava com sua agilidade. Saiba mais sobre o dino lendo a matéria completa.

O terópode datado do final do Cretáceo era um nanico se comparado a outros dinossauros, pois tinha só 50 centímetros de comprimento e não deveria ser muito mais pesado que uma galinha. Seu nome é Xixianykus zhangi e foi descoberto na província chinesa de Henan, porém seu fóssil não está muito bem preservado, o que não impediu que os paleontólogos percebessem o bom porte físico de corredor do bicho. Análises na pélvis, vértebras e pernas indicam que era veloz, muito ágil e obviamente isso seria bom para caçar pequenos animais que um grande predador jamais conseguiria capturar.
Segundo Corwin Sullivan, um paleontólogo canadense e também autor da pesquisa, o animal tem proporções extremas, ou seja, pernas e cauda bem longas e isso demonstra que era um bom corredor, embora não permita avaliar a velocidade exata que alcançava. Com base no fóssil do Xixianykus e em restos de alguns animais com parentesco próximo, os pesquisadores acreditam que ele tinha braços curtos com uma única garra, como o Mononykus, e que usava tal garra para abrir cascas de árvores ou cupinzeiros, em busca de uma refeição.
De acordo com o paleontólogo britânico David Hone, co-autor do estudo, "alguns dos animais modernos que se alimentam de cupins viajam longas distâncias entre as colônias de suas presas, então, sendo um corredor eficiente, o Xixianykus teria conseguido seguir este padrão".
Além do mais, rapidez era uma qualidade essencial para animais pequenos durante o Cretáceo, pois grandes predadores estavam por toda parte e a qualquer momento poderiam atacar dinossauros pequenos, que só poderiam se defender fugindo.

Fontes


domingo, 28 de março de 2010

Menino de 12 anos descobriu fóssil de Gliptodonte

Um Glyptodon deve ter sido assim
© P. Riha
Certo dia Mario Vignolo, um garoto de 12 anos do Uruguay saiu para pescar e no caminho descobriu algo mais valioso do que qualquer peixe, um fóssil de Gliptodonte de aproximadamente 30 mil anos de idade. O bicho mede cerca de 1 metro e meio de comprimento e está em bom estado de conservação, tendo sido enviado pela Prefeitura de Soriano ao Museu Alejandro Berro, que fica na cidade de Mercedes. Segundo registros de pesquisadores, a região onde o fóssil foi achado sobre inundações com frequência e tal fenômeno pode ter causado erosão nas rochas expondo o fóssil. O Gliptodonte é um mamífero herbívoro que parece um Tatu gigante, podendo chegar a medir até 3 metros de comprimento e pesar uma tonelada e meia.


Fonte

sábado, 27 de março de 2010

Encontrado pela primeira vez um tiranossaurídeo ao Sul do Equador

A Austrália já é famosa por ter sido lar de vários dinossauros, répteis marinhos e outros bichos pré-históricos e agora entra para a história da paleontologia como sendo o primeiro país do hemisfério sul no qual foi descoberto um tiranossaurídeo. Leia mais sobre esta importante e histórica descoberta no restante da postagem.


Ok, vamos devagar com nossos ânimos, pois o que encontraram no Dinosaur Cove, um famoso sítio de escavação no sudeste da Austrália na cidade de Victoria, não é nada muito espetacular do ponto de vista do público, porque só foi encontrada uma pélvis do animal, sem mais partes do esqueleto, o que impede uma reconstrução completa. O bicho está sendo definido como um tiranossaurídeo porque tal osso tem as mesmas características do osso encontrado nos tiranossauros, que antes imaginava-se habitarem só o hemisfério norte.
Segundo um dos autores do artigo publicado na revista Science sobre o achado, Roger Benson da Universidade de Cambridge - Reino Unido, o quadril de um tiranossauro é bem conhecido porque tem suas peculiaridades e difere da pélvis de outros predadores, como os espinossaurídeos e carcarodontossaurídeos. Esta pélvis australiana que mede 30 centímetros e data de 105 a 110 milhões de anos, tem as características de um quadril de tiranossaurídeo e isso animou os pesquisadores porque até então não havia registro algum de fósseis de tiranossauros ao sul da linha do Equador.
Existem fósseis de tiranossauros na América do Norte, Ásia e até na Europa, todos localizados no hemisfério norte do planeta, enquanto que no hemisfério sul predominam restos de espinossaurídeos, abelissaurídeos e carcarodontossaurídeos.
Essa clara diferença entre os fósseis levou os paleontólogos a crer que tiranossaurídeos não conseguiram migrar para o sul, o que agora muda com o achado do osso na Austrália, indicando que pequenos tiranossauros viveram em quase todo o planeta.
Agora falta encontrar fósseis de animais do mesmo grupo na América do Sul, África e Índia, para comprovar de vez que os tiranossauros viveram no hemisfério sul assim como no norte.
O animal australiano foi estimado em 3 metros de comprimento e cerca de 80 quilos, distribuídos em um corpo com braços curtos e cabeça robusta.
O animal recebeu a marcação "NMV P186069" e ainda não tem um nome científico porque o material é muito escasso, seria preciso mais do que uma pélvis para nomear o animal e descrevê-lo em detalhes.
Durante o início do Cretáceo a configuração dos continentes ainda não era a atual, pois a Austrália estava unida à América do Sul, África e Antártida, enquanto que os continentes do norte estavam unidos em outro bloco separado. Talvez algum ancestral dos tiranossauros conseguiu migrar para o sul e evolui neste animal pequeno e por enquanto misterioso, enquanto que seus parentes no norte cresceram muito mais, chegando a medir quase 13 metros, como é o caso do Tyrannosaurus rex. Resta descobrir se existem mais tiranossauros no sul do planeta e porque são tão raros e menores do que os previamente conhecidos.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Seitaad ruessi: o sauropodomorfo do deserto

Reconstrução do Seitaad
© Eleanor Kish
Os povos indígenas geralmente são interessantes e muitos estudam a vida destas pessoas, seus hábitos e modos, incluindo suas habitações. Mas nos Estados Unidos o artista e historiador Joe Pachak acabou encontrando em uma espécie de abrigo indígena algo diferente e inesperado. Na verdade, logo abaixo na mesma colina onde foi feito este abrigo, ele deparou-se com um fóssil que estava parcialmente exposto na rocha. O animal que era desconhecido agora já tem um nome e descrição completa que você confere no resto da postagem.

Joe Pachak encontrou o fóssil em 2005, em uma colina onde indígenas da região haviam esculpido na rocha de arenito (rocha formada por areia) uma espécie de casa e logo avisou as autoridades locais sobre sua descoberta, neste caso o Museu de História Natural de Utah e o Federal Bureau of Land Management (BLM), que enviaram grupos de paleontólogos ao local para remover o animal fossilizado do solo.
Os ossos estavam bem preservados, em excelente estado, contendo boa parte do corpo, com exceção do crânio, vértebras cervicais, parte da pélvis e vértebras caudais, o que permitiu aos pesquisadores checar as características do bicho com detalhes.
Reconstrução do esqueleto do Seitaad
© Sertich JJW, Loewen MA (2010)
O animal recebeu um nome interessante, Seitaad ruessei, cujo significado principal vem de uma lenda do povo Navajo, que fala sobre um monstro do deserto ou da areia, que engolia pessoas nas dunas do deserto. O segundo nome, ruessei, foi escolhido em homenagem ao explorador Everett Ruess, que desapareceu misteriosamente na mesma região durante a década de 1930, quando ele tinha 20 anos. Seu corpo nunca foi encontrado, mas por outro lado acharam o fóssil do Seitaad, cujos últimos momentos devem ter sido terríveis.
Segundo análises feitas na rocha, o local era um enorme e seco deserto no início do Jurássico e o dinossauro foi soterrado vivo por uma duna em colapso, que desmoronou sobre ele sem dar chance alguma de escape. Para um animal do porte do Seitaad, com só 1 metro de altura e 4,5 metros de comprimento e pesando por volta de 70 a 90 quilos, seria difícil e praticamente impossível livrar-se de muitas toneladas de areia sobre seu corpo, ou seja, o dino morreu asfixiado abaixo da duna. Talvez o povo Anasazi, que vivia ali, descobriram o esqueleto parcialmente exposto na rocha e com base nisso criaram a lenda do monstro da areia que engole pessoas.
Uma das habitações do povo Anasazi
© Museu de História Natural de Utah/Universidade de Utah

Este animal era um sauropodomorfo, um antepassado dos grandes Saurópodes, que tinham pescoço e cauda relativamente longos, cabeça pequena e dentes em forma de folha para comer plantas, que no deserto Navajo do Jurássico deveriam ser escassas. O Seitaad poderia caminhar em suas quatro pernas ou ficar em pé somente nos membros posteriores, liberando os "braços" para agarrar galhos ou usá-los para defesa contra predadores, pois tinha na "mão" uma garra grande, característica deste grupo de animais. Provavelmente havia poucos oásis mais úmidos no deserto onde plantas cresciam e permitiam a sobrevivência dos vegetarianos, que serviam então de presa a pequenos predadores que apareceram ali, como mostram poucos fósseis da região. Os fósseis nestas rochas são raros, mas já permitiram descobrir que existiram dinossauros herbívoros, carnívoros, parentes dos crocodilos e até mamíferos primitivos vivendo ali, estes últimos chamados Tritylodontes.
Esquema do fóssil
© Sertich JJW, Loewen MA (2010)



Este achado ajuda a compreender a evolução e dispersão bem sucedida dos sauropodomorfos durante o Jurássico Inferior, pois sabe-se que existiram animais bem parecidos e que viveram em épocas próximas, só que na América do Sul e região Sul da África, entre 175 a 200 milhões de anos. O artigo descrevendo o animal foi publicado no site PLoS One, que publica artigos científicos online com acesso gratuito.
Esquema do fóssil
© Sertich JJW, Loewen MA (2010)

Embora a camada de arenito Navajo esteja exposta por todo o estado de Utah e Arizona, fósseis são extremamente raros e não se sabe muito sobre os animais que viveram nesse deserto gigante. Dizem os paleontólogos que a maioria dos bichos ali eram pequenos, até mesmo o Seitaad, só que este comparado aos demais era o maior herbívoro da região naquele período. De acordo com os cientistas deve haver muitos fósseis escondidos na região esperando para serem descobertos e cabe aos palentólogos ir à caça.

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sábado, 20 de março de 2010

Linheraptor exquisitus: um novo dromaeossaurídeo chinês

Reconstrução do Linheraptor
© PA
Hoje é um daqueles dias em que "dinomaníacos" ao redor do mundo ficam empolgados, pois foi anunciada a descoberta de um novo dinossauro, predador, do grupo dos raptores. Sem dúvida o grupo de dinossauros que mais tem fãs é o dos Terópodes e quando um novo é encontrado atrai muita atenção. Este novo animal foi encontrado na Mongólia Interior, uma região da China e é muito parecido com o Velociraptor. Veja mais sobre o novo dino no resto da postagem.



Foi em 2008 que encontraram este fóssil, quando Michael Pittman, da University College London, e seu colega estadunidense Jonah Choiniere, da Universidade George Washington, estavam na China em buscas de restos de animais na Formação Wulansuhai.
Uma única garra da mão aparecendo em uma rocha indicou que ali havia algo interessante, mas eles ficaram muito surpresos ao perceber que além daquela garra, o enorme bloco de pedra mantinha em seu interior um esqueleto articulado, praticamente completo.
O fóssil verdadeiro do Linheraptor
© Zootaxa

O animal desenterrado com a ajuda do Dr. Xu Xing, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da China, mede 2,5 metros de comprimento e deve ter pesado por volta de 25 quilos em vida e é com certeza um dromaeossaurídeo, parente do Velociraptor. Segundo os pesquisadores ele deveria ser bem semelhante ao seu primo já mencionado e viveu durante o Cretáceo, caçando pequenos ceratopsídeos como o Protoceratops naquela região, usando todas as suas armas, inclusive as garras em forma de foice localizadas nos pés.
Ele deve ter sido ágil, astuto e coberto de penugem, assim como outros raptores encontrados na região e seu fóssil está tão bem preservado que permitirá uma melhor compreensão do grupo dos dromaeossauros como um todo, pois pode-se ver neste animal características difíceis de perceber em esqueletos não tão completos de outras espécies.
Ele pode ajudar a compreender a evolução dos dinossauros com "garra terrível" e ainda talvez, suponho, das aves, pois seu parentesco com este grupo animal é muito forte. Ele é pouca coisa mais primitivo que o Velociraptor, possui as "garras terríveis" menores, mas ainda sim é bem evoluído. Acredita-se que seu parente mais próximo seja outro raptor descoberto há pouco tempo chamado Tsaagan mangas. Uma diferença notável é que sua fenestra anterorbital, aquele "buraco" nas laterais do crânio que ficam na frente da abertura do olho, é dividida em duas, uma fenestra maior e em seguida uma menor, pouco antes da abertura nasal. Normalmente esta fenestra é inteira e não dividida em duas partes, o que pode indicar que este animal pertence a um novo tipo de raptores com fenestra dividida.
Observe na foto a seguir: há o grande buraco, que é a órbita ocular, seguido da fenestra anterorbital à sua direita, mas esta tem uma "divisória" de osso que forma um terceiro buraco pequeno.
Crânio do Linheraptor
© PA

Não se sabe como morreu este dinossauro, porém pode ter sido soterrado em areia disse um dos descobridores. O fóssil estava em um bloco de arenito vermelho, que é rocha formada por areia e por isso os pesquisadores imaginaram que o animal pode ter sido soterrado repentinamente, por isso seus restos estão muito bem preservados.
O artigo sobre o novo animal foi publicado na revista especializada Zootaxa e pode ser acessado via internet em forma de PDF. Clique aqui para ver o artigo publicado no Zootaxa.
Reconstrução do Linheraptor
© Matt von Rooijen

Se você consegue entender bem o idioma inglês sugiro que veja o seguinte vídeo, em que um dos pesquisadores, Michael Pittman, nos fala sobre o novo dinossauro e suas peculiaridades. O áudio e as legendas estão ambos em inglês.

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quinta-feira, 18 de março de 2010

Fóssil raro de animal bizarro surgiu no Canadá

Fósseis do Trilobita e do Machaeridian e uma reconstrução do último
© Divulgação
Se existe um tipo de animal que raramente deixa fóssil bem preservado são os invertebrados, principalmente vermes e moluscos, pois são frágeis mesmo em vida e se decompõe facilmente. Mas um colecionador de fósseis canadense levou sorte e encontrou um fóssil extremamente raro, de um animal do grupo dos anelídeos, que inclui sanguessugas, minhocas e outros invertebrados de corpo segmentado. No entanto este é diferente porque era coberto por uma espécie de carapaça e seu fóssil está completo, articulado, o que ajuda muito a entender como o animal era. Só foram encontrados 8 exemplares desta espécie até hoje, contanto com este ao qual me referi anteriormente e por isso é tão interessante encontrar tais vestígios. Veja mais sobre esta notícia no resto da matéria.



O animal, conhecido como Machaeridian plumulitid é um ser vivo marinho do grupo dos plumulitíedos, anelídeos que viveram há cerca de 450 milhões de anos.
O fóssil foi encontrado o centro de Ottawa - Canadá, o que é muito incomum, pois este tipo de fóssil geralmente é descoberto em áreas remotas e pouco estudadas afirma Jakob Vinther, pesquisador da Universidade de Yale e autor do artigo sobre o animal. Mas Vinther não o estudou sozinho, teve como parceiro Rudkin Dave, do Royal Ontario Museum, de Toronto, e juntos publicaram tal estudo na revista Paleontology.
O colecionador que achou o animal estava "fuçando" em algumas rochas e avistou um Trilobita inteiro e percebeu que junto com ele, na mesma rocha, havia outro fóssil e logo enviou uma foto para Dave, que logo compreendeu que aquilo era um Machaeridian completo e em perfeito estado de conservação.
Sendo tão importante, o fóssil foi doado ao Royal Ontario Museum onde ficou meio esquecido, para só em 2008 ser confirmado como um Machaeridian, o que levou uma equipe de paleontólogos a estudar o espécime, pois este grupo havia pesquisado Machaeridians do Marrocos, concluindo que têm parentesco com os anelídeos.
O animal era protegido por uma espécie de carapaça, que era resistente mas flexível, permitindo boa movimentação, o que é uma característica única entre anelídeos, uma vez que não há outro grupo com essa "pele" dura.
Talvez essa adaptação favoreceu sua evolução e é por isso que hoje encontramos fósseis destes animais em diversas partes do mundo em camadas geológicas que abrangem cerca de 200 milhões de anos, o que é muito tempo para qualquer grupo animal permanecer vivo. Se você quer conferir o artigo em formato PDF para obter mais detalhes sobre a pesquisa pode acessá-lo clicando aqui.

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Anfíbio carnívoro de 300 milhões de anos foi encontrado na América do Norte

Crânio do Fedexia
© Divulgação
O geólogo amador Adam Striegel costumava sair em busca de fósseis nas redondezas de onde vive e certo dia, no ano de 2004, decidiu dar uma olhada em um terreno próximo ao aeroporto internacional de Pittsburg, no estado da Pensilvânia - EUA. Ali encontrou restos fósseis de um estranho animal, que ganhou um nome um tanto esquisito, mas provou ser muito importante para a compreensão da evolução no planeta. Veja tudo sobre a descoberta nesta postagem.

O terreno onde estava o fóssil pertence à empresa FedEx e por isso o animal foi batizado com o nome Fedexia striegeli, sendo o segundo nome em homenagem ao descobridor.
O animal é um anfíbio carnívoro datado de 300 milhões de anos atrás e a idade do fóssil surpreende os pesquisadores porque este vertebrado pertence a um grupo chamado Trematopidae, cujo mais antigo exemplar conhecido até então era de 280 milhões de anos, 20 milhões de anos mais recente que o Fedexia.
Isso leva os cientistas a acreditar que este grupo de anfíbios surgiu e evoluiu, espalhando-se pelo planeta antes do que imaginava-se o que é importante para deixar mais clara nossa visão da evolução dos vertebrados.
A equipe, do Museu Carnegie de História Natural - que fica na mesma cidade onde foi achado o fóssil, publicou o estudo sobre os restos do predador no "Annals of Carnegie Museum", que é como se fosse um periódico onde publicam novidades sobre o museu.
O fóssil está bem preservado, principalmente o crânio, que mede 11,5 centímetros de comprimento que não foi deformado durante a compactação das camadas geológicas cuja pressão geralmente esmaga os fósseis achatando os mesmos.
Durante o período em que viveu o Fedexia, a Pensilvânia estava situada perto da linha do equador e o clima era diferente do atual, o que favoreceu o surgimento de grandes pântanos onde os anfíbios eram os mais adaptados à sobrevivência.
Como a terra estava mudando de clima e geografia gradativamente, aquele período, o Permiano, era uma época de transição de ambientes extremamente úmidos para áreas secas, o que contribuiu para a evolução de certos anfíbios mais adaptados e répteis, mas também causou a extinção de várias linhagens que não conseguiram adaptar-se.
Dentre os animais no meio desta mudança estavam os parentes do Fedexia, que conseguiram adaptar-se à vida predominantemente terrestre espalhando-se pelo continente. Se observarmos as camadas geológicas de 280 milhões de anos e mais recentes perceberemos que há mais fósseis do que nas anteriores, mas isso não indica que antes haviam menos animais, só prova que as condições ambientais não favoreciam o processo de fossilização.

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domingo, 14 de março de 2010

Documentário sobre fósseis do Cariri está sendo gravado

Peixes da Formação Romualdo
© Divulgação

Pra alegria geral da nação brasileira pesquisadores estão gravando um documentário sobre os fósseis do Brasil, especificamente da Formação Romualdo! Calma lá, não venha esperando animações em computação gráfica ultra realistas em cenários incríveis com um Angaturama perseguindo uma presa ou pterossauros cruzando os céus. Pelo que entendi, o documentário mostrará paleontólogos em trabalho de campo, coletando fósseis, o que não torna o projeto menos importante, além de alguns outros aspectos que você confere no resto da postagem.

Segundo o que foi divulgado, o intuito dos pesquisadores é tornar o acesso à informação sobre fósseis e outros aspectos da paleontologia mais fácil por meio do filme, pois este mostraria ao público em geral como é feito o trabalho de coleta dos fósseis, os problemas enfrentados, a importância de preservar o material, tudo em linguagem simples que torna a compreensão possível a praticamente todos os públicos, de todas as idades.
O filme chamado "Formação Romualdo, um Milagre Paleontológico", deve durar cerca de 45 minutos e contará com gravações feitas em escavações, entrevistas e explicações feitas por paleontólogos, descrições da vida e ambiente do Cretáceo.

Mas o que ganhará mais destaque serão os fósseis da região, extremamente bem preservados, geralmente mantidos com a forma original em 3D. O organizador do projeto é Álamo Feitosa, doutor em Paleontologia pela Universidade Regional do Cariri (Urca), que afirma ter iniciado este trabalho por observar que jamais fora feito um trabalho assim sobre fósseis do Cariri e que os poucos filmes ou reportagens que mencionam o local não mostram como é o trabalho real ali realizado. Feitosa deseja mostrar tudo de forma realista, como as coisas realmente ocorrem e escolheu a Formação Romualdo, que fica em um estrato da Chapada do Araripe, porque ali existem muitos fósseis de diversos tipos de animais preservados em 3D, ou seja, o animal quase que não se decompôs. Segundo Álamo, ele viu peixes ali escavados que poderia dizer que morreram há pouco tempo, de tão completos que estão.
Escavação na Formação Romualdo
©
Divulgação

Como este documentário será um bom apelo ao público leigo em assuntos paleontológicos, Álamo sugere que um ótimo começo é divulgar a produção nas escolas locais, pois muitas crianças convivem em regiões com grande concentração de fósseis e tem pais que trabalham na mineração, ou seja, seu contato com o material fóssil é grande, porém não possuem grandes conhecimentos a respeito do que é e qual a importância destes restos petrificados.
Muitos moradores da região acabam entrando no tráfico de fósseis porque necessitam do dinheiro para se manter e vendem peças de grande valor científico por baixos preços, sem imaginar que estão indo contra leis nacionais e contra a ciência. Além disso, enquanto nós perdemos a chance de estudar espécimes magníficos, nossos fósseis são vendidos por milhares de dólares no exterior. Assim, o documentário procura alertar moradores da região sobre o tráfico, para que estes evitem a prática de comércio de ossos.
Para colaborar neste ponto, foram convidadas dois ex-traficantes de fósseis, que hoje lutam pela preservação dos mesmos. Um deles, Bonifácio Malaquias Ferreira, está estudando biologia e irá, juntamente com o outro sujeito, dar entrevistas contando de suas experiências, mostrando que não vale realmente a pena vender nosso patrimônio fóssil.

A intenção é fazer um lançamento na exposição do Crato, em um estande da Urca que terá uma sala de cinema. Bantim afirma que é bom variar e ter um material deste tipo, que une fotografia e material escrito, tudo mostrado em vídeos que deverão ser traduzidos para outras línguas para exibição nos geoparks do mundo, na Europa e China, pois existe uma rede global de geoparks, da qual o Geopark Araripe é integrante.

Um dos mais importantes paleontólogos brasileiros, Alexander Kellner, especialista em Pterossauros, estará participando do documentário, dando entrevistas sobre suas pesquisas em fósseis da região, ressaltando a importância deste material proveniente do Araripe para a ciência.
Alexander Keller gravando uma entrevista
© Divulgação

Ele afirma que a boa preservação dos fósseis em 3 dimensões é o que torna o trabalho interessante, permitindo estudos detalhados da aparência e funcionalidade do esqueleto dos pterossauros. Outro fato que Kellner relembra é o de que alguns fósseis nem chegaram a ser compactados, ou seja, não foram"amassados" e isso permite análises de morfologia funcional, que é a análise do formato dos ossos, o tamanho exato e sua ligação com os demais ossos do esqueleto e qual o movimento que tais características permitem. Esse tipo de estudo em pterossauros só é possível quando usamos material da Formação Romualdo, destaca Kellner.
Alexander afirma que os pterossauros da região têm importância mundial, pois existe relações de parentesco entre animais brasileiros e da África, assim como relação com exemplares da China.
Animais encontrados também da Mongólia e Inglaterra mantém certo parentesco com animais do Araripe, pertencentes ao grupo dos anhanguerídeos.
Os paleontólogos, inclusive Kellner, agora buscam determinar qual a relação exata entre estes animais tão parecidos encontrados em diversos locais do mundo. E por último e com certeza muito importante, vale mencionar que diversos fósseis da região do Cariri foram encontrados preservando tecido mole, inclusive fibras musculares e vasos sanguíneos, o que é raro ocorrer em qualquer parte do mundo.

Eu com certeza pretendo adquirir este documentário caso seja disponibilizado em DVD, pois desta forma adquiro conhecimento e ainda estarei contribuindo financeiramente com a paleontologia do país. Seria interessante se mais documentários fossem feitos abordando animais pré-históricos brasileiros, pois muitas pessoas nem sabem que no Brasil também existiram dinossauros e tudo mais e isso serviria para aproximá-los da ciência. Vamos torcer que nos próximos anos apareçam mais projetos interessantes como este.

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sábado, 13 de março de 2010

Os espinossaurídeos podem ter sido aquáticos dizem pesquisadores

Spinosaurus em ambiente aquático
© Felipe Alves Elias


Quando os primeiros fósseis de crânios de espinossaurídeos foram encontrados, notou-se sua semelhança com o dos crocodilos, inclusive a forma dos dentes, cônicos, típicos de animais de dieta piscívora, ou seja, que come peixes. Sempre se imaginou como viviam estes carnívoros estranhos, como e o que comiam e também em que ambiente. Sempre retratados em terra firme, no máximo em terrenos alagadiços, os espinossauros agora começam a ganhar um novo conceito, o de animais aquáticos, nadadores ativos. Veja mais sobre essa nova teoria no restante da postagem.

Indícios de que espinossauros comeram peixes existem, como restos de peixes encontrados no estômago de um Baryonyx e o formato de seus dentes também indica o mesmo, porém nunca se encontrou detalhes anatômicos específicos de bichos aquáticos no esqueleto destes dinossauros.
A cauda destes Terópodes bizarros parece ser igual a dos animais terrestres, suas patas não tem adaptações para dar melhor impulso ao nado, além de que animais terrestres e até alados, neste caso Pterossauros, foram encontrados no sistema digestivo do Baryonyx e tudo isto contribuiu para que a teoria de hábitos terrestres se espalhasse e fosse aceita.
No entanto há outra característica em animais aquáticos que difere dos seres de terra firme e só pode ser analisado em nível molecular.
Existe um tipo de molécula, isótopos de oxigênio especificamente, que estão presentes no organismo dos animais e ele varia em quantidade de acordo com o ambiente em que o bicho vive. Os isótopos são chamados de Oxigênio-16 e Oxigênio-18, sendo o primeiro mais leve e facilmente perdido quando o animal transpira, respira, urina ou defeca, porque estas necessidades fisiológicas fazem os bichos eliminarem água do organismo, que leva junto o Oxigênio-16. Quando isso ocorre, o animal retém apenas o Oxigênio-18, que acumula-se nos ossos, dentes e outras partes do corpo.
Por outro lado, habitantes de ambientes aquáticos perdem muito menos água porque ficam mergulhados no líquido a maior parte do tempo. Sendo assim, o nível de Oxigênio-16 não diminui, fixando-se assim nos ossos grande quantia deste isótopo.
O especialista Romain Amiot, da Universidade de Lyon na França, publicou um estudo na revista Geology, junto com uma equipe de colegas, mostrando o resultado de testes feitos no esmalte dos dentes de diversos espinossauros, dinossauros de outros grupos, crocodilos e tartarugas, datados do Cretáceo e encontrados em vários continentes. A análise indica uma concentração de Oxigênio-16 mais alta, o que consequentemente faz a taxa de Oxigênio-18 ser bem menor, semelhante à de tartarugas e crocodilos da mesma época, mas diferente do observado nos animais terrestres, que tem cerca de 1,3% a mais de Oxigênio-18.

Alguns estudiosos argumentam contra a ideia, dizendo que os espinossauros apresentam pouco Oxigênio-18 porque comiam animais aquáticos, que tinham poucos isótopos deste tipo, o que automaticamente faria o dinossauro apresentar a mesma característica. Mas Amiot já rebateu o argumento dizendo que mesmo se ingerissem pouco Oxigênio-18 e sim muito Oxigênio-16 em seu alimento, este último acabaria evaporando junto com a água do animal terrestre.

O pesquisador Michael Benton, da University of Bristol, afirma que é interessante ver como a medição de isótopos pode ajudar a determinar o habitat de dinossauros e possivelmente de outros seres vivos e que tais testes podem estar indicando algo correto, porque não foram feitos exames em um animal, mas em 133 de diversos lugares, demonstrando padrões mais consistentes.
O paleontólogo Paul Barret ainda fica na dúvida ao observar a anatomia totalmente terrestre dos animais, com esqueleto de animais nada adaptados à hábitos aquáticos. Por isso Amiot pretende continuar a pesquisa, tentando entender porque a forma do corpo destes animais não contribui para uma vida dentro d'água.
Suchomimus fazendo pesca submersa
© JWK

Fonte

quarta-feira, 10 de março de 2010

Descoberta a forma do cérebro do Homem de Cro-Magnon

Modelo virtual em 3D do cérebro do Homem de Cro-Magnon
© AFP

O paleontólogo Antoine Balzeau, do Centro Nacional da Pesquisa Científica, conduziu uma análise ao crânio de um idoso homem de Cro-Magnon, que foi encontrado em 1868 no sudoeste da França, em Dordonha, junto com outros 4 esqueletos, sendo outros dois homens, uma mulher e uma criança. Os fósseis hoje parte do acervo do Museu do Homem em Paris, serviram de base para o estudo que tenta descobrir a forma do cérebro deste hominídeo. Analisando o crânio do idoso foi possível definir o formato do cérebro e você confere como isso foi feito no resto da postagem.

Os fósseis, datados de 28.000, foram submetidos à tomografia computadorizada, que usa lasers para escanear o interior de objetos sem precisar cortar ou quebrar os mesmos, o que preserva o material original intacto, algo importante para a paleontologia. O fóssil do idoso foi escolhido porque seu crânio estava quase completo, permitindo que o formato do endocrânio, que é a parte de dentro do crânio, fosse definida no exame.
O cérebro deixou marcas de sua forma no endocrânio e isso permite avaliar sua estrutura, o tamanho de cada parte e a medida total do órgão. Um modelo em 3D é gerado no computador a partir da tomografia e pode ser moldado em material sintético, como uma resina plástica. Hoje existem "impressoras" em 3D, que "imprimem" objetos em plástico com muitos detalhes, sempre a partir de modelos virtuais em 3 dimensões.
Já foram usadas técnicas iguais em reconstrução de cérebros de outros seres extintos, como dinossauros e geralmente o procedimento dá bons resultados.
A réplica do cérebro e o crânio original serão postos à mostra no Museu Nacional de História Natural em Whashington.

Fonte

domingo, 7 de março de 2010

O "Cinodonte que Trucidava": a mais recente descoberta no Rio Grande do Sul

Modelo em 3D da musculatura do Trucidocynodon
© Adolfo Bittencourt

O Brasil não tem muitos sítios fossilíferos se comparado à Argentina ou países da América do Norte e Ásia, mas com certeza alguns dos poucos aqui existentes renderam boas descobertas. Recentemente pesquisadores publicaram mais um achado importante das rochas do Triássico do Rio Grande do Sul, especificamente das rochas da Formação Santa Maria, que fica há 200 quilômetros de Porto Alegre, na cidade de Agudo. O foco da pesquisa é um cinodonte, um animal primitivo, quase uma mistura de réptil com mamífero, parecido com um cachorro. Esta nova espécie é bem interessante e você pode saber sobre ela no resto da postagem.

A nova espécie foi denominada Trucidocynodon riograndensis, tendo um nome que faz juz ao seu posto na cadeia alimentar da época, pois era um predador, que junto com alguns répteis grandes e com os primeiros dinossauros, "mandava no pedaço".
Ele era o pesadelo de qualquer pequeno animal e embora medisse apenas 1,20 metros de comprimento e pesasse entre 15 e 20 quilos, era feroz e grande para os padrões da época, por isso seu nome significa "O Cinodonte do Rio Grande do Sul que Trucidava".
Seus fósseis são extremamente bem conservados, sendo que foi recuperado 1 esqueleto praticamente inteiro e mais 4 incompletos, o que permite analisar o esqueleto inteiro, sua forma e funcionamento, incluindo suposições sobre como se movimentava.
Crânio praticamente completo
© Téo Veiga de Oliveira
Esqueleto praticamente completo
© Téo Veiga de Oliveira

O Trucidocynodon tinha dentes caninos enormes e incisivos fortes, ambos serrilhados para melhor dilacerar carne, característica geralmente observada em grandes dinossauros carnívoros.
Seu pescoço e região lombar juntos tinham mais vértebras que o normalmente observado em outros cinodontes, 32 ao todo, além de ter caminhado apoiado só nos dedos das patas da frente, o que se vê hoje em mamíferos, mas não em cinodontes primitivos.
Com um corpo deste tipo ele deveria ser um feroz e veloz predador de rincossauros e até de filhotes de dinossauros, entre outros animais.
Segundo o descobridor do bicho,Téo, e colaboradores, nosso mais novo animal extinto tem parentesco com o Ecteninion lunensis, encontrado na Formação Ischigualasto, na Argentina.
Os dois são parecidos e embora a espécie brasileira seja maior, eles têm dentes similares e poderiam talvez ser integrantes de um grupo específico de cinodontes ainda não definido.
Estudos indicam que por volta de 227 a 220 milhões de anos atrás houve uma mudança ambiental na América do Sul, com o surgimento de um ambiente mais úmido, justamente no qual o Trucidocynodon evoluiu, enquanto que o Ectininion habitava locais mais secos.
Temos que também observar o fato de que a espécie Argentina é mais antiga e isto pode indicar que animais que viviam naquela área acabaram espalhando-se pelo que viria a ser o Brasil e então evoluído para outras formas de acordo com a necessidade, sendo o "Cinodonte que trucida" uma delas.
Reconstrução do esqueleto
© Divulgação

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sábado, 6 de março de 2010

Asteróide gigante realmente foi o carrasco dos dinossauros

© Ivan Stalio

Se eu começar esta postagem escrevendo que os dinossauros foram extintos pela queda de um asteróide gigante e tudo mais vou estar apenas repetindo o que você já sabe não é? Por isso vamos cortar o papo furado e vamos ao que interessa. Há mais de 20 anos esta teoria do impacto existe, mas agora cientistas dizem que ela é definitiva e provada e que com os dados conseguem invalidar outras teorias propostas para explicar a extinção. Veja mais sobre o estudo no restante da postagem.


Foram reunidos todos os estudos importantes dos últimos 20 anos, a respeito da queda do asteróide, para serem submetidos à revisões de 41 cientistas de 12 países e o resultado de tal empreitada foi que a maioria concorda com a queda desta rocha gigante no fim do Cretáceo.

Segundo o que foi publicado nesta sexta-feira na revista Science, há muitas evidências provando o impacto, entre elas a cratera de Chicxulub, com cerca de 200 quilômetros de diâmetro, que seria o local do impacto, na península de Yucatán, no México.

O meteorito teria cerca de 10 mil metros de diâmetro, pouco maior que o Monte Everest, a montanha mais alta do planeta. Atingiu o planeta com uma velocidade de cerca de 20 quilômetros por segundo, aproximadamente 7.200 quilômetros por hora, causando a liberação de poeira, gases tóxicos, cinzas, fumaça, fuligem e carboneto, o que bloqueou o sol e resfriou a biosfera.
O excesso de enxofre que foi liberado causou chuvas ácidas na terra e nos oceanos, prejudicando fauna e flora dos dois ecossistemas.
Segundo Tim Bralower, um geólogo marinho da Universidade de Penn, os tsunamis que ocorreram eram monstruosos e provavelmente afetaram o fundo do mar e seus habitantes.
Outros efeitos foram incêndios e tremores de terra de forte intensidade, além obviamente da extinção de pelo menos 70% da vida terrestre.

A evidência mais importante para a teoria da queda de um meteorito é uma camada de argila rica em irídio, encontrada na divisa entre o Cretáceo e o Terciário pelo geofísico Luiz Alverez.
Segundo alguns estudos, a crosta terrestre tem muito pouca quantidade de irídio e por outro lado este mesmo elemento é encontrado em abundância em asteróides, cometas e afins. Na mesma camada de argila há uma falta de fósseis de qualquer tipo em uma faixa de 1 metro, provavelmente porque os corpos foram pulverizados pelo impacto.
Em qualquer lugar do mundo com rochas do final do Cretáceo e início do Terciário é possível notar a presença de irídio, o que prova que isso é um fenômeno global.

"Combinando todos os dados disponíveis de diferentes disciplinas científicas nos levam a concluir que o impacto de um asteróide há 65 milhões de anos no que hoje é o México foi a principal causa de extinções massivas", disse Peter Schulte, que liderou o estudo.
Ao amanhecer de uma nova era, novas criaturas reinam
© Keiji Terakoshi


De acordo com ele, apesar das provas, dificilmente a discussão sobre o desaparecimento dos animais será interrompida pelo resultado dessa revisão. Além disso ele afirma que é isso que faz da ciência o que é hoje. Não podemos acreditar em verdade absoluta porque novos estudos podem fazer tudo mudar a partir de novas evidências antes indisponíveis.

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Dinossauros surgiram antes do que se pensava

Asilisaurus kongwe
© Marlene Hill Donnelly

Novamente a Tanzânia nos surpreende com bons restos de animais da Era Mesozóica e desta vez o animal contribui para entendermos o surgimento dos dinossauros, durante o Triássico. O animal encontrado é um réptil do grupo chamado Silessauros, animais com parentesco forte com dinossauros, mas que não são dinossauros verdadeiros. Para saber mais sobre o novo silessauro, nomeado como Asilisaurus kongwe, acesse o restante da postagem.


Um esqueleto quase completo foi montado a partir de ossos de 14 exemplares de Asilisaurus encontrados em rochas que datam de pelo menos 245 milhões de anos atrás, do Triássico médio. Tais fósseis estão dando aos paleontólogos uma boa noção de como era o animal.

Ele seria um silessauro quadrúpede, com cerca de 1 metro de altura e 3 de comprimento, tendo sido herbívoro, o que deduziu-se pelos dentes, triangulares, alojados em uma mandíbula baixa com uma ponta em forma de bico, característica que se observa em dinossauros herbívoros.
Apesar de comer mais plantas, deve ter sido capaz de comer carne, o que fazia para complementar a dieta com alimento rico em proteínas.

Segundo o que divulgaram em seu estudo na revista Nature, os pesquisadores acreditam agora que os dinossauros surgiram há pelo menos 240 milhões de anos e não há 230 milhões, com uma diferença de 10 milhões de anos, tempo este em que os silessauros puderam evoluir em verdadeiros dinossauros, um avanço em tanto em um curto período de tempo se comparado à idade geológica do planeta Terra.

O Dr. Sterling Nesbitt da Universidade do Texas é o líder da pesquisa e afirma que o achado prova que os dinossauros eram apenas 1 grupo de animais que viveu no Triássico, junto com inúmeros outros grupos, como crocodilos, Pterossauros e muitos outros animais.

O Dr. Nesbitt afirma que a descoberta "é excitante porque isso significa que ainda há muita coisa para ser descoberta".
Segundo pesquisas, o grupo dos silessauros é composto de répteis com características específicas, entre estas a presença de dentes triangulares e mandíbula baixa com bico.
Os Silessauros seriam primos dos dinossauros disse o Dr. Randall Irmis do Museu de História Natural de Utah, que também participou do estudo. Ele também afirma que "desde que nós temos uma linhagem da árvore genealógica, o outro ramo deve ter existido ao mesmo tempo. Então isso sugere que existiram muitos outros dinossauros primitivos que ainda não foram descobertos".
O primeiro Silessauro foi achado no ano de 2003 e desde então, oito outros espécimes foram encontrados ao redor do mundo.
Acreditam os pesquisadores que os silessauros viveram "só" 45 milhões de anos e então foram extintos, dando lugar aos seus parentes dinossauros que reinariam pelos próximos 180 milhões de anos.

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terça-feira, 2 de março de 2010

A cobra que comia dinossauros

Reconstrução da cena em forma de diorama
© Tyller Keillor/Ximena Erickson
Imagine encontrar uma cena fossilizada, preservada por 67 milhões de anos, retratando um comportamento animal. Isso é raro, mas já ocorreu, como por exemplo os dinos lutadores, Velociraptor e Protoceratops, agarrados em uma batalha mortal. Um outro achado de 1987 também mostra uma cena mais ou menos parecida. Só em 2001 paleontólogos conseguiram estudar o fóssil a fundo e perceberam o que era: uma cobra matando um dinossauro! Veja mais sobre esta incrível descoberta a seguir.


O encontrado foi encontrado na Índia, em um ninho de dinossauros saurópodes, do grupo dos Titanossauros, contendo cascas de ovos e o esqueleto da cobra enrolado em restos de um pequeno filhote de dinossauro.
Em um artigo publicado no site Plos One, os pesquisadores afirmam que é a primeira evidência fóssil concreta dos hábitos alimentares de uma cobra fóssil. O réptil foi nomeado como Sanajeh indicus, a partir do idioma sâncrito e o significado é um pouco confuso para mim. Acredito que a tradução do sâncrito para o inglês e deste para o português pode comprometer o significado original, mas o que consegui compreender é que o nome quer dizer algo como "Antiga boca aberta da Índia".
Com 3,5 metros de comprimento, o animal encontrado enrolado em um filhote de titanossauro, parece ter comido pequenos dinossauros, que na idade adulta pesavam muito e chegavam a medidas titânicas, como já indica o nome dos animais.
O Dr. Dhananjay Mohabey do Geological Survey da India, que descobriu o fóssil, disse que "é excitante descobrir um momento tão impressionante como esse congelado no tempo"! O achado foi feito em 1987, mas só em 2001 especialistas da Universidade de Michigan e da Universidade de Toronto Mississaugua estudaram e identificaram o achado.

As cobras modernas tem mandíbulas adaptadas para deslocar-se, separando-se do resto do crânio para permitir a passagem de presas maiores que a boca, o que unido com uma pele elástica é uma prova da perfeita engenharia da natureza. Mas essa cobra que comia dinossauros era diferente, possuía mandíbulas como as de outros animais, imóveis, o que prova que não comia os ovos inteiros como fazem algumas serpente de hoje. Isso seria incômodo e inviável, exigiria um esforço grande para tentar engolir um ovo maior que a boca, por isso a cobra esperava o filhote sair do ovo e o comia, pois com seu pequeno tamanho e corpo relativamente flexível, passavam tranqüilamente pela garganta da serpente.
Parte do fóssil da cobra e alguns ovos
© Wilson et al.


Os pesquisadores agora acreditam que a cobra estava atacando um filhote que havia acabado de eclodir. O evento foi então foi submetido a um desastre natural, possivelmente uma tempestade, ou desabamento de terra e a cena inteira foi preservada por milhões de anos.

Fontes